Início do Ano Letivo de 2019
Escolas de Gestão Compartilhada Militar e de Tempo
Integral apresentam números exitosos
As escolas de gestão compartilhada com instituições
militares e do Novo Saber de tempo integral do Ensino Médio, estão apresentando
resultados com expoentes de sucessos, caso da Escola Risalva Freitas do Amaral
que cresceu no Ideb e teve queda de evasão escolar ou que ampliou a procura de
vagas nesses estabelecimentos escolares.
Reinaldo Coelho
Menino de cabelo curto, sem brinco, e meninas de
coque. Todo mundo de farda. Cantar o hino nacional é tarefa diária e, na
entrada e na saída, os alunos têm de estar enfileirados, em posição de sentido,
sob o comando de um policial com arma no coldre. E permanecer em tempo integral na escola é
sonho de todos os pais para preencher uma lacuna entre os turnos que o filho
não vai à escola, com direito a lanche, almoço, merenda escolar. Porém as
Escolas de Tempo Integral, no Amapá, aplicada ainda somente no Ensino Médio,
como Escolas do Novo Saber, essa objetividade é outra.
No Estado do Amapá, através da gestão compartilhada
está sendo aplicada desde 2017 a parceria entre o Comando da Policia Militar do
Amapá e o Corpo de Bombeiro Militar do Estado e Dis-ci-pli-na. Essa é a palavra
de ordem nas escolas militares. O modelo tem crescido nas redes públicas, com
apoio de familiares e estudantes, e é uma das apostas dos governos estaduais e
do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) para a área de educação.
No Amapá
a implantação do modelo veio atender a um antigo anseio da população, que é
proporcionar aos seus filhos, além de educação básica, experiências fundamentais
nos valores da honra, disciplina, e do civismo, dentro de uma modalidade de
ensino militar, o qual é reconhecido em todo o país pela excelência e qualidade
do trabalho desenvolvido, a exemplo do que ocorre em estados como Bahia e Minas
Gerais, que figuram entre os melhores ensinos do Brasil, com expressivo
desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A
experiência foi implantada em 2017 nas Escolas Estaduais Risalva Freitas do
Amaral, na Zona Norte, na Antônio Messias, na Zona Sul e Afonso Arinos, em Santana, criadas a partir de um termo de cooperação entre a Seed e as
instituições militares.
A
aprovação do projeto de lei permitirá que os colégios recebam, além dos
repasses orçamentários previstos para a educação, suporte orçamentário da Secretária
de Educação e Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp) para
a garantia do bom funcionamento das instituições de ensino.
Além
disso, as escolas receberão da Seed, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros
Militar, os servidores, docentes e técnicos necessários para o desenvolvimento
das atividades de ensino, sem que futuramente possam criar qualquer tipo de
desvio de função.
Redução do índice de evasão de alunos.
Ano Letivo na Escola Risalva do Amaral 2019 - Foto Erich Macias (1) |
De 76
estudantes que abandonaram os estudos em 2017, esse número caiu para 38 em
2018. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da instituição
também cresceu. No ano de 2015 era 3.2, e em 2017, primeiro ano de gestão
compartilhada, subiu para 4.1. O Ideb é calculado com base no aprendizado dos
alunos em português e matemática (Prova Brasil) e no fluxo escolar (taxa de
aprovação).
Os dados
são da Secretaria de Estado da Educação (Seed) que compartilha a gestão da
Risalva do Amaral com o Corpo de Bombeiros (CBM/AP). O ano letivo na escola foi
aberto nesta sexta-feira, 22, durante solenidade na quadra poliesportiva da
instituição reunindo autoridades e a comunidade escolar.
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Gestão Compartilhada Militar reduz evasão de alunos na Escola Risalva do Amaral |
O
governador em exercício, Jaime Nunes, prestigiou a cerimônia e destacou a
participação massiva dos pais dos alunos no evento o que, para ele, demonstra o
compromisso e a responsabilidade com a educação dos estudantes.
“Estou
muito feliz em estar aqui e ver tantos pais presentes. Sabemos que as escolas
de gestão compartilhada são um verdadeiro sucesso, mas além do trabalho
administrativo e pedagógico da instituição, esse resultado também se deve à
participação de vocês”, elogiou Nunes, se dirigindo aos responsáveis dos
alunos.
Concorrência
de vagas
Este ano,
estão matriculados na Escola Risalva Freitas do Amaral cerca de 900 estudantes,
distribuídos do 6º ano ao 9º ano do ensino fundamental, ensino médio e Educação
de Jovens e Adultos (EJA). Desse quantitativo, apenas 87 são alunos novos, pois
as vagas são muito concorridas e o número de rematrículas é alto.
A chefe
de gabinete da Seed, Terezinha Monteiro, enfatizou que no período da Chamada
Escolar 2019, assim como em anos anteriores, as vagas foram preenchidas em
menos de 30 minutos no sistema online. “A maioria das vagas disponíveis da
escola é para o 6º ano e EJA, pois são séries iniciais. Quem já estuda na
escola, quer concluir toda sua educação básica na Risalva. É um exemplo de
sucesso, fruto de muito trabalho de professores, gestão e comunidade escolar,
pais e estudantes”, frisou.
Novos
alunos
A
solenidade não marcou apenas o início do ano letivo, mas também o começo de um
novo modelo de aprendizagem para 87 novatos na instituição. Desde o dia 18 de
fevereiro, estes alunos ingressaram na escola para a Semana de Adaptação e
Aprendizagem 2019. Eles receberam instruções sobre respeito, disciplina,
hierarquia e cidadania.
Gestão
Compartilhada Militar
Por
enquanto, no Amapá, há apenas três escolas de gestão compartilhada entre a Seed
e instituições militares. A Escola Risalva do Amaral é a única que tem gestão
compartilhada com o CBM/AP. A Escola Antônio Messias, no bairro Zerão, zona sul
de Macapá e, a Escola Afonso Arinos, localizada na área portuária do município
de Santana, também oferecem o modelo de ensino, só que com a Polícia Militar.
A
previsão é que sejam implantadas mais quatro escolas de gestão compartilhada
militar: uma na zona norte de Macapá, uma na zona oeste da capital, uma no
Igarapé da Fortaleza, em Santana, e outra no município de Oiapoque.
Escolas Novo Saber
Nas
Escolas do Novo Saber, que atende o estabelecido pelo sistema de Educação
integral não significa simplesmente que o aluno passa mais tempo na escola. É
muito mais do que isso. Nessa modalidade, ele convive com múltiplas
oportunidades de aprendizagem, seguindo um programa político-pedagógico. Ou
seja, ele estará em contato com atividades culturais, de arte, esporte, ciência
e tecnologia, tanto na teoria quanto na prática.
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Goreth Sousa, titular da secretaria de Estado da Educação do Amapá. |
A
entusiastas e incansável idealizadora dessa nova gestão compartilhada e da nova
metodologia de ensino com as Escolas do Novo Saber, Goreth Sousa, titular da secretaria de Estado da Educação do Amapá. explica para a
reportagem que "Para que os alunos
possam se desenvolver em todas as suas dimensões, o nosso período integral é
dividido em dois momentos: o pedagógico e a parte de recreação. No momento de
lazer, eles recebem atividades dirigidas e orientadas, para que o aluno se
divirta e também possa ter momentos de aprendizado".
A Escola
em Tempo Integral, também chamada de Escola do Novo Saber, tem sua metodologia
focada na base nacional comum e na parte diversificada. Ambas se complementam
para auxiliar os estudantes a construírem seu projeto de vida. O programa tem
por objetivo principal o planejamento, execução e a avaliação de um conjunto de
ações inovadoras em conteúdo, método e gestão.
Desde
2017, oito escolas estaduais passaram a oferecer as séries iniciais do Ensino Médio em
horário integral. Em Macapá, cinco escolas foram selecionadas pela Seed para
ofertar a modalidade de ensino: Tiradentes, Raimunda Virgolino, Maria do Carmo
Viana dos Anjos, Colégio Amapaense e José Firmo do Nascimento. Outras três
escolas são do município de Santana: Augusto Antunes, Alberto Santos Dummont e
Elizabeth Picanço Esteves.
E neste
ano, a rede estadual terá mais quatro Escolas do Novo Saber: Jesus de Nazaré,
Professor Lucimar Del Castillo e Maria Carmelita do Carmo, em Macapá; e Escola
Elias Trajano, no município de Porto Grande. Juntas, as unidades vão atender
420 estudantes, com três turmas cada, em tempo integral. Nessas escolas, as
aulas estão previstas para se iniciarem nesta segunda-feira (25).
As
escolas começam a ofertar a modalidade apenas na 1ª série do ensino médio e,
gradativamente, vão expandido para a 2ª e 3ª séries. Com a expansão, o Amapá
passa a ter 12 escolas do Novo Saber, com atendimento de cerca de 4 mil
estudantes.
O projeto
pedagógico da escola de tempo integral que pretende redimensionar e enriquecer
a estrutura organizacional da escola como novos espaços, com elementos
curriculares ampliadas e formação qualificada da equipe escolar. É importante
destacar que esse projeto pedagógico deve ser conhecido e alinhado por todos os
profissionais da unidade escolar.
Além de
que o projeto da escola de tempo integral vem atender, ao que determina a LDB que
estabelece em seu Art.67 - • prevê a valorização dos profissionais da educação.
É preciso ter profissionais formados e capacitamos para o exercício da sua
função. Cada profissional que exerce suas funções dentro de
uma organização escolar, precisa estar preparado para exerce-las, participando
do processo de orientação e formação.
Ainda há vagas
Para quem deseja
estudar nas Escolas do Novo Saber, a matrícula pode ser feita diretamente na
escola em que pretende estudar. Ainda há vagas para o ensino médio (1ª, 2ª e 3ª
séries), inclusive, nas quatro novas unidades que ofertarão o modelo de ensino
a partir deste ano: Lucimar Del Castillo, Jesus de Nazaré, Carmelita do Carmo,
em Macapá, e Elias Trajano, em Porto Grande, onde o ano letivo começa no dia 20
de março. Às 13h, será o acolhimento dos estudantes novatos e, às 17h, é a vez
de receber os pais. As aulas em sala iniciam no dia seguinte, 21, às 7h30.
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