
Delegação russa foi recebida no
Palácio do Setentrião depois de conhecer o potencial agropecuário da região
O governador Waldez Góes apresentou
a investidores russos as vantagens estratégicas como incentivos fiscais,
localização geográfica e potencialidades dos setores da mineração, da
piscicultura e saneamento. O encontro ocorreu no início da noite desta
quarta-feira, 22, no Palácio do Setentrião, em Macapá, e contou com a presença
da equipe de governo, dos deputados estaduais Jesus Pontes e Paulo Ramos, além
de membros do Instituto Brasil Mata Viva. Pela manhã, os estrangeiros
conheceram o potencial agropecuário da região.
As relações entre Amapá e Rússia
vêm se fortalecendo desde a celebração de um memorando de intenções voltado ao
desenvolvimento sustentável, em abril de 2019, quando Waldez esteve em Moscou,
na Rússia, para apresentar o Programa Tesouro Verde - que visa à arrecadação
através de créditos de florestas negociados no mercado financeiro. Agora,
Sergey Safronov, do Russian Social and Business Promotion Center e Dmitry
Burykh, do Instituto Russo de Estudos Estratégicos do Gabinete Presidencial,
cumprem agenda no Amapá para conhecer as possiblidades de investimentos
oferecidas pelo Estado.
Durante o diálogo com Safronov e
Burykh, o governador ressaltou a posição geográfica privilegiada do Amapá
limitando-se com a Guiana Francesa (que integra a União Europeia), Suriname e
Pará, além da proximidade com os Estados Unidos e o Caribe, o que proporciona a
logística ideal para produzir. Waldez mencionou, ainda, que o Amapá possui
instituições de ensino que capacitam profissionais em diversas áreas.
"Queremos estabelecer uma
parceria de mão dupla, na qual possamos, por exemplo, trazer da Rússia algum
produto que nos interessa e retornando com algo que possamos oferecer a eles. É
importante lembrar que nosso compromisso é cumprir as exigências do mercado,
seja no que diz respeito às questões sanitárias, transparência, entre outros
aspectos", frisou o chefe do Executivo amapaense.
Potencialidades
A diretora-presidente da Agência de
Desenvolvimento do Estado do Amapá (Agência Amapá), Tânia Maria, apresentou um
panorama das vantagens estratégicas do Estado. “Além da localização geográfica,
nossas vantagens são o meio ambiente, os recursos naturais e energia. Como
estratégias estruturadas, temos o Tesouro Verde e incentivos fiscais federais,
proporcionados pela Área Livre de Comércio de Macapá e Santana e pela Zona
Franca Verde. Também temos benefícios fiscais concedidos pelo governo estadual,
um deles é o Corredor de Importação que é mais um atrativo para as
indústrias", explanou Tânia.
A Agência Amapá trouxe, também,
dados sobre o potencial mineral do Estado - o setor é o que responde pelo maior
volume de exportação. Atualmente, há 23 áreas com potencial de lavras e
requerimento para novas minas. O potencial mineral do Amapá é pouco conhecido,
mas estudos geológicos já realizados apontam que há áreas de elevado potencial
para minérios como ouro, ferro, pedras ornamentais, manganês, diamante,
tantalita, caulim, terras raras, urânio.
Para escoamento da produção, há a
Estrada de Ferro do Amapá, que, com 195km, liga o município de Serra do Navio
ao Porto de Santana. Atualmente desativada, ela tem capacidade de transportar
até 6,5 milhões de toneladas de ferro, 5 milhões de toneladas de manganês, 3 de
toneladas de cromita e 25 milhões de toneladas de areia.
A Agência esclareceu, ainda, que se
estima que o Amapá pode utilizar 400 mil hectares para plantio de soja e que,
também, possui grande potencial para plantação de açaí. Seis indústrias
privadas já processam e exportam a polpa do fruto amazônico. O Estado possui,
ainda, potencial para a pesca comercial, uma vez que há grande número de rios
distribuídos pelo território, além do litoral do Rio Amazonas e do Oceano
Atlântico. "Aqui temos os principais manguezais da América Latina e,
portanto, há um ambiente altamente propício para a reprodução de inúmeras
espécies marinhas", explicou o governador.
O secretário de Estado do
Planejamento e atual coordenador do Programa Tesouro Verde, Eduardo Tavares,
destacou a importância de construir uma agenda internacional para que o
programa possa ter envergadura e efetividade no crescimento sustentável da
matriz econômica do Amapá: "São iniciativas como esta que podem criar
novas rotas comerciais, viabilizar a captação de recursos através do Tesouro
Verde, com foco em uma economia mais forte, sustentável, integrada e
inclusiva."
O Governo do Amapá também pretende
utilizar a tecnologia e a experiência russa para ampliar a rede de saneamento
básico. Nesta quinta-feira, 23, os investidores russos continuam cumprindo
agenda no Amapá e devem conhecer o potencial industrial do munícipio de
Santana.
Economia verde
Desde a celebração do Acordo de
Paris, em 2015, o Amapá busca alternativas para implantar uma solução de
economia verde. Daí a motivação de lançar o Programa Tesouro Verde, em 2018,
com a proposta de transformar serviços ambientais em ativos financeiros
negociáveis no mercado para a promoção do desenvolvimento sustentável, através
de créditos de floresta.
Depois de apresentar o Programa,
mirando o setor industrial em países como os Estados Unidos, Alemanha, França,
Noruega e Rússia, o Amapá aproveitou o 17º Fórum de Governadores da Amazônia
Legal para, também, mostrar o Tesouro Verde aos chefes de Executivos. O evento
foi sediado em Macapá, pela terceira vez, nos dias 28 e 29 de março. Como
resultado, a proposta se juntou a outras iniciativas de desenvolvimento
sustentável, a fim de que sejam cada vez mais fortalecidas na região.
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