HOSPITAIS
VIRAM PORTA DE ENTRADA DAS UPAS E UBS
As últimas fiscalizações do Conselho de
Medicina do Amapá- CREMAP nos hospitais públicos da capital amapaense confirmam
a situação caótica e gritante em que se encontra a saúde publica no Amapá. Os
gestores não se entendem em relação às suas competências e atribuições.
O próprio CREMAP deu uma
justificativa muito benevolente e pouco convincente em não poder embargar os serviços justamente
porque a situação já está crítica e os hospitais sucateados (HCA, HE e HMML)
são os únicos que servem o Estado há mais de 40 anos.
A lista de deficiências e
irregularidades encontradas pelo Conselho mostra o quanto os governos que aqui
passaram e o atual está despreparado para resolver os problemas mais graves da
assistência secundária, que envolve as especialidades, urgências e emergência. Falta
tudo: insumos, equipamentos, remédios, recursos humanos e uma infraestrutura
decadente e sucateada.
Mas não vamos culpar apenas a estrutura
das unidades de saúde do Estado. Vejamos também o abandono das Unidades Básicas
de Saúde- UBS da Prefeitura de Macapá-PMM, que não param nunca de serem
reformadas, com tapumes, pinturas, paredes e calçadas, que passam anos para
serem refeitas, deixando a população desassistida.
Recentemente a PMM fechou para reforma
3 UBS de bairros populosos como a do Pacoval, P. Socorro e São Lázaro, cujos
usuários estão sendo informados ou remanejados para outras unidades em outros
bairros.
Assim,
a população doente e desesperada, não tem para onde correr senão aos hospitais
para uma simples consulta, exame de rotina ou orientação de assistência
primária. A recepção do HE fica lotada de casos que não são urgência/emergência
e no PAI as crianças chegam após semanas de procura de um Pediatra. De uma
simples gripe e diarréia já chegam com infecção pulmonar, insuficiência respiratória
e desidratação.
Os
Hospitais estão virando portas de entrada das UBS, consumindo tempo, materiais,
remédios e ocupando os técnicos e equipe de saúde com casos insignificantes que
poderiam muito bem ser atendidos nos bairros e nas equipes do PSF. Como disse
em artigo anterior:
“Se formos avaliar a atual situação da
demanda espontânea, tanto do Hospital de Emergência, quanto do Pronto
Atendimento Infantil (PAI), vamos chegar à conclusão que todo o investimento
feito na UPA não valeu a pena, pois os corredores do H.E e do PAI estão
superlotados de pacientes, com filas para atender casos de baixa complexidade e
de atenção primária, que se agravaram pois não foram atendidos na UPA, nas UBS
e nem no Programa de Saúde da Família(PSF)”.
Em
outra ocasião externei a mesma opinião quando ao desvirtuamento das
competências e atribuições das unidades de saúde:
“As Unidades Básicas de Saúde-UBS,
geridas pelos munícipios, perderam suas finalidades de atender os casos mais
simples, pois os programas do Ministério da Saúde- MS, que deveriam dar suporte,
foram sendo desviados, desmontados e não assumidos pelas Prefeituras”.
Não
se justifica essas deficiências e falta de gestão apenas na redução de
recursos, pois em todos os governos federais anteriores, ao longo de 16 anos
(Lula, Dilma e Temer) houve contingenciamento dos recursos do SUS, com redução
de investimentos na atenção básica, nos programas especiais e nas
urgências/emergências. Bilhões foram gastos e desviados para o programa “Mais
Médicos”, mas sem retorno para a população.
A
saúde suplementar e hospitais privados, como o Hospital São Camilo, limitaram a
assistência aos usuários do SUS em procedimentos que só eles possuem, pois o
Governo Estadual não estava pagando os procedimentos. Enfim, GEA, PMM e
H.S.Camilo têm que reconhecer que estão prestando uma assistência que deixa
muito a desejar. Macapá-AP, 24.06.2019.
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