quinta-feira, 27 de junho de 2019

SAÚDE EM FOCO - JARBAS ATAÍDE


             


HOSPITAIS VIRAM PORTA DE ENTRADA DAS UPAS E UBS



           As últimas fiscalizações do Conselho de Medicina do Amapá- CREMAP nos hospitais públicos da capital amapaense confirmam a situação caótica e gritante em que se encontra a saúde publica no Amapá. Os gestores não se entendem em relação às suas competências e atribuições.
          O próprio CREMAP deu uma justificativa muito benevolente e pouco convincente  em não poder embargar os serviços justamente porque a situação já está crítica e os hospitais sucateados (HCA, HE e HMML) são os únicos que servem o Estado há mais de 40 anos.
          A lista de deficiências e irregularidades encontradas pelo Conselho mostra o quanto os governos que aqui passaram e o atual está despreparado para resolver os problemas mais graves da assistência secundária, que envolve as especialidades, urgências e emergência. Falta tudo: insumos, equipamentos, remédios, recursos humanos e uma infraestrutura decadente e sucateada.
        Mas não vamos culpar apenas a estrutura das unidades de saúde do Estado. Vejamos também o abandono das Unidades Básicas de Saúde- UBS da Prefeitura de Macapá-PMM, que não param nunca de serem reformadas, com tapumes, pinturas, paredes e calçadas, que passam anos para serem refeitas, deixando a população desassistida.
        Recentemente a PMM fechou para reforma 3 UBS de bairros populosos como a do Pacoval, P. Socorro e São Lázaro, cujos usuários estão sendo informados ou remanejados para outras unidades em outros bairros.
Assim, a população doente e desesperada, não tem para onde correr senão aos hospitais para uma simples consulta, exame de rotina ou orientação de assistência primária. A recepção do HE fica lotada de casos que não são urgência/emergência e no PAI as crianças chegam após semanas de procura de um Pediatra. De uma simples gripe e diarréia já chegam com infecção pulmonar, insuficiência respiratória e desidratação.
Os Hospitais estão virando portas de entrada das UBS, consumindo tempo, materiais, remédios e ocupando os técnicos e equipe de saúde com casos insignificantes que poderiam muito bem ser atendidos nos bairros e nas equipes do PSF. Como disse em artigo anterior:
“Se formos avaliar a atual situação da demanda espontânea, tanto do Hospital de Emergência, quanto do Pronto Atendimento Infantil (PAI), vamos chegar à conclusão que todo o investimento feito na UPA não valeu a pena, pois os corredores do H.E e do PAI estão superlotados de pacientes, com filas para atender casos de baixa complexidade e de atenção primária, que se agravaram pois não foram atendidos na UPA, nas UBS e nem no Programa de Saúde da Família(PSF)”.
Em outra ocasião externei a mesma opinião quando ao desvirtuamento das competências e atribuições das unidades de saúde:
“As Unidades Básicas de Saúde-UBS, geridas pelos munícipios, perderam suas finalidades de atender os casos mais simples, pois os programas do Ministério da Saúde- MS, que deveriam dar suporte, foram sendo desviados, desmontados e não assumidos pelas Prefeituras”.
Não se justifica essas deficiências e falta de gestão apenas na redução de recursos, pois em todos os governos federais anteriores, ao longo de 16 anos (Lula, Dilma e Temer) houve contingenciamento dos recursos do SUS, com redução de investimentos na atenção básica, nos programas especiais e nas urgências/emergências. Bilhões foram gastos e desviados para o programa “Mais Médicos”, mas sem retorno para a população.
A saúde suplementar e hospitais privados, como o Hospital São Camilo, limitaram a assistência aos usuários do SUS em procedimentos que só eles possuem, pois o Governo Estadual não estava pagando os procedimentos. Enfim, GEA, PMM e H.S.Camilo têm que reconhecer que estão prestando uma assistência que deixa muito a desejar.  Macapá-AP, 24.06.2019.










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