NOVA YORK —
O presidente da França, Emmanuel Macron , convidou representantes dos
estados brasileiros que compõem o Consórcio da Amazônia Legal a participar da
reunião para discutir a região amazônica nesta segunda-feira, em Nova York, em
um evento durante a Cúpula do Clima, da ONU . O encontro é organizado pelo
francês, junto com os presidentes Iván Duque, da Colômbia, e Sebastian Piñera,
do Chile, e não tem a participação oficial do Brasil.
O governador do Amapá, Waldez Goés (PDT),
disse que o consórcio da Amazônia Legal, presidido por ele, participará da
reunião como ouvinte e confirmou que havia a expectativa de que os estados
amazônicos pudessem discursar, o que não se concretizou.
![]() |
Foto da geleira Pizol tirada em 4 de setembro de 2019, já não é mais possível chamar o local de geleira. A foto foi fornecida por Matthias Huss Foto HANDO |
— Recebemos o convite da Embaixada Francesa,
que organiza reunião junto com Chile e Colômbia. A Amazônia é debatida no
Brasil e fora do Brasil, e achamos legítimo esse debate. Não tiramos o direito
de ninguém dar a sua opinião, contribuir, participar. O que não é correto são
os atores principais, que moram na região, que acabam sendo os principais
responsabilizados pelos problemas, não participarem intensamente de todos esses
fóruns. É necessário que agora passe a ser uma. Não há nenhum — disse Waldez.
Além dele, outros três governadores dos
estados amazônicos estão na cidade americana para acompanhar a Cúpula do Clima
e participar de discussões que acontecem em eventos simultâneos. Estão em Nova
York os governadores Mauro Mendes (DEM), do Mato Grosso; Gladson Camelli (PP), do
Acre; e Wilson Miranda (PSC), do Amazonas.
O presidente do consórcio tenta construir uma
agenda paralela à participação oficial do Brasil e defende que os estados
possam sejam ouvidos na discussão sobre o tema.
O grupo de governadores tem buscado reverter
decisões do governo brasileiro que levaram à suspensão dos repasses ao Fundo
Amazônia por parte da Noruega e Alemanha . O consórcio ainda trabalha com a
hipótese de receber diretamente os recursos para investimentos em projetos na
floresta.
O presidente Jair Bolsonaro e Macron se
envolveram em uma troca de farpas pública nas últimas semanas devido à política
ambiental do governo brasileiro, da qual o líder francês é um crítico.
Em meio à crise provocada pelas queimadas na
Amazônia, o presidente francês deixou "em aberto" o debate sobre a
internacionalização jurídica da floresta. O brasileiro reagiu dizendo que se
trata de uma ameaça à soberania do Brasil.
O governador do Amapá desembarcou neste
domingo em Nova York. Na programação, Waldez tem a previsão de encontros com
representantes do governo francês e da Califórnia. Está ainda previsto um
encontro no Banco Mundial.
— Estamos sendo 100%
transparentes no nosso direito de dialogar com autoridades nacionais e
internacionais, de ouvir os clamores e preocupações, mas também de colocar o
que nós temos feito e qual é a nossa proposta de debelar as iniciativas
indevidas na Amazônia e quais os investimentos precisam ser feitos, incluindo
atividades de baixo carbono — concluiu o governador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário