Por Rodrigo Alves de Carvalho
Embrenhado
no meio da floresta, o valente aventureiro fica atento a cada movimento em sua
volta. Sabe que todo cuidado é pouco num ambiente tão perigoso e hostil.
A
cada passo que adentra em meio às árvores e vegetação espinhenta, tomando
cuidado com os obstáculos criados pela natureza, o aventureiro solitário tem
apenas uma meta em sua mente: “encontrar o lendário e tenebroso Pé-grande.
Muitas
histórias são contadas sobre essa criatura que parece ser meio homem, meio
macaco ou coisa parecida.
Testemunhas
afirmam ter visto o famigerado Pé-grande, mas nunca de fato essa bizarra
criatura foi apresentada em público.
Contudo,
nosso desbravador e valente aventureiro decidiu de uma vez por todas acabar com
essa dúvida histórica e agora está no encalço desse desconhecido monstro.
Seguindo
algumas pegadas enormes deixadas sob a relva da floresta, o aventureiro com seu
pesado equipamento numa grande mochila em suas costas caminha lentamente,
sempre alerta para qualquer movimento estranho.
Um
barulho estranho vindo de um ponto próximo a uma caverna que aos poucos foi se
descortinando atrás da densa vegetação deixa nosso herói
apreensivo. Era como um ronco ou um rugir alto e assustador.
O
aventureiro chega lentamente e quando se aproxima da entrada da caverna avista
aquela criatura fantástica.
Com
quase dois metros e meio de altura e o corpo coberto de pelos castanhos, com
longos braços e pernas musculosas e o rosto que lembrava uma mistura de gorila
com homem barbado, o Pé-grande finalmente havia sido encontrado.
O
aventureiro se aproxima devagar e quando estava frente a frente com o
Pé-grande, ambos olham um para o outro, imóveis.
O
homem enfim tenta contato e é bastante sucinto em sua abordagem:
- Boa
tarde senhor Pé-grande, tudo bem? O senhor não me conhece, mas estava lhe
procurando há vários dias para lhe oferecer isso aqui.
E ao
abrir a mochila, o Pé-grande fica com os olhos arregalados e com um sorriso no
rosto peludo. O aventureiro continua:
- São
vários sapatos números grandes. Tenho do número 50 ao 98. Como não sabia o
número de seu pé grande trouxe vários pares para o senhor experimentar...
Foi
assim que nosso aventureiro vendedor de sapatos conseguiu um bom lucro naquele
dia.
Rodrigo Alves de Carvalho nasceu em Jacutinga (MG).
Jornalista, escritor e poeta possui diversos prêmios literários em vários
estados e participação em importantes coletâneas de poesia, contos e crônicas.
Em 2018 lançou seu primeiro livro individual intitulado “Contos Colhidos” pela
editora Clube de Autores.

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