PÍER DO
PORTO DE MINERAÇÃO DE SANTANA FICA à DERIVA NO RIO AMAZONAS
REBOCADOR QUE FAZ MANOBRAS NA DOCA DE SANTANA, FOI QUEM CONSEGUIU RESGATAR O PIER COM ORIENTAÇÃO DA MARINHA DO BRASIL |
ESSE É O PIER QUE SE SOLTOU E FICOU À DERIVA NO RIO AMAZONAS NESTA QUINTA-FEIRA (21) |
“Ainda bem que estão fazendo essa
ação da Marinha brasileira, nos nossos Rios aí deu agilidade para fazerem a
condução do píer para local de origem evitando acidentes e perca milhões nessa
estrutura se a mesma afundasse”, Marcelo Cardoso Lima – Arquiteto e morador da
Ilha de Santana.
Reinaldo Coelho
Há seis anos e oito meses a estrutura do Porto de Mineração de Santana desabou
no começo da madrugada de uma quinta-feira (28/03/2013) em Santana. Caminhões,
guindastes e minério foram arrastados para dentro do Rio Amazonas. Seis pessoas
pereceram e duas permanecem desaparecidas.
Nestes seis
anos a situação operacional do local passou de mão em mãos e hoje está sob controle de um
investidor - a empresa JP Jindal - que deu iniciou as obras de recuperação com a
instalação de um píer flutuante, em 2018, chamado de “Jack Up”, com o custou R$
130 milhões, mas logo em seguida ficou abandonado e de acordo com os canoeiros
que ali se aventuram já vinha dando sinais de afundamento.
O PORTO EMBARQUE DE MINÉRIOS QUE DESABOU EM 2013 |
Isso foi
confirmado tendo visto que a estrutura já havia sido parcialmente dilapidada
pela ação dos chamados ‘ratos d’água’ e ameaçava adernar, ou seja, tombar para
o lado até afundar e em consequências dois acidentes aconteceram.
PIER À DERIVA NO RIO AMAZONAS EM FRENTE A ILHA DE SANTANA |
PIER À DERIVA
Na última
quinta-feira (21), pela manhã, outro acidente aconteceu, recebemos imagens de
moradores da Ilha de Santana que o referido píer, tinha se soltado das
precárias amarras e estava flutuando à deriva nas águas caudalosas do Rio
Amazonas.
Principalmente, por que estava bem no canal utilizado pelas embarcações de grande porte e, um píer com esse tamanho à deriva, pode causar grandes danos as embarcações e pôr em risco a vidas de moradores que utilizam embarcações para seu dia a dia. Destaque-se, que inexiste sinalização nessas estruturas ali abandonadas.
Principalmente, por que estava bem no canal utilizado pelas embarcações de grande porte e, um píer com esse tamanho à deriva, pode causar grandes danos as embarcações e pôr em risco a vidas de moradores que utilizam embarcações para seu dia a dia. Destaque-se, que inexiste sinalização nessas estruturas ali abandonadas.
CORVETAS DA MARINHA DO BRASIL PRESTANDO ATENDIMENTO A OCORRÊNCIA |
RESOLVENDO O OCORRIDO
Um rebocador que atende as operações da Companhia Docas de Santana e
as embarcações da Marinha brasileira conseguiram no fim da tarde da
quinta-feira (21) levar para o porto que desabou, onde está outra parte e em
precário estado de conservação, o píer e o amarraram com um cabo fornecido pela Capitânia dos Portos de Santana e das corvetas e lanchas da Marinah do Brasil que conduziram os
trabalhos, que felizmente estavam realizando uma ação nas proximidades.
“Ainda bem que estão fazendo essa
ação da Marinha brasileira, nos nossos Rios aí deu agilidade para fazerem a
condução do píer para local de origem evitando acidentes e perca milhões nessa
estrutura se a mesma afundasse”, Marcelo Cardoso Lima – Arquiteto e morador da
Ilha de Santana
Repetência do sinistro
PARTE DA TUBULAÇÃO DE AÇO DESPRENDE-SE E ENCALHO NA ILHA DE SANTANA |
Em agosto deste
ano, já tinha acontecido um incidente desse porte: Parte do porto flutuante de mineração, um
tubo de ferro de aproximadamente 30 metros, que deveria ser usada para embarque
de minério, ficou flutuando em meio ao
tráfego de pequenas embarcações, gerando risco aos navegantes.
Esse fato foi constada
pelas duas equipes da Capitania dos Portos que foram acionadas e localizaram a
parte em frente a Ilha de Santana, e com o apoio do Corpo de Bombeiros
amarraram a estrutura que tinha se desprendido estava à deriva no Rio Amazonas.
O Corpo de
Bombeiros informou que as guarnições dos 4° e 5° GBM foram ao local e, constataram
que a peça encontrava-se encalhada na Ilha de Santana. Foi realizada uma inspeção
com registro fotográfico. Na ocasião se verificou que um dispositivo de
segurança da referida peça se soltou, ocasionando tal fato.
Segundo
moradores do município de Santana e da Ilha de Santana, onde a estrutura ficou depositada, o risco de tudo ir ao fundo se explica pelo abandono da estrutura,
sujeita às intempéries.
“Como está
chovendo muito a gente tem observado que deve estar havendo infiltração na
balsa, que está virando para o lado, quando deveria boiar normalmente”, diz um
morador das imediações, que se diz preocupado com riscos de um novo acidente.
Relembre o caso
Na época do desmoronamento
da estrutura portuária o porto pertencia
à mineradora Anglo Ferrous, e exportava ferro para vários países. Logo após o
sinistro a empresa repassou a concessão para a mineradora Zamin Ferrous, por U$
136 milhões (de dólares).
A compradora se comprometia a manter o plano de recuperação
do porto e as operações nas minas em Pedra Branca do Amapari, que prometeu
investir milhões na revitalização da área portuária que até hoje nada avançou,
o que preocupa os moradores e utilitários do rio, para seus transportes
pessoais, de passageiros e comercial.
Mas, a Zamin
Ferrous, abandonou a todos, operários, fornecedores, estruturais de canteiro de
obras, estrada de ferros e entro em processo judicial e logicamente a píer
ficou Á DERIVA.
A Zamin Ferrous
entrou com processo de recuperação judicial, mas até mesmo as condicionantes
para voltar a operar e pagar seus credores ela deixou de cumprir, sendo
substituída por um investidor, a empresa JP Jindal. Mas pouca coisa já se viu
ou ouviu falar a respeito do quanto essa nova empresa já avançou em termos de
recuperar a estrutura portuária e as operações nas minas.
Representantes
da empresa afirmaram que a causa foi uma onda gigante que se formou no Rio
Amazonas. A força da água teria destruído tudo.
A onda
realmente aconteceu, mas não foi pela força da natureza e sim pelo próprio desabamento
da estrutura portuária. A Capitania dos Portos abriu inquérito e de acordo com
o meteorologista Jeferson Vilhena, a causa pode ter sido o descolamento de
terra provocado pelo excesso de peso.
“A causa do
desabamento fez com que o peso caísse no rio, esse peso que caiu no rio,
tonelada, causou essa onda”, avaliou ele.
E os restos ‘mortais’
da estrutura destruída, que causam prejuízos exorbitantes na economia amapaense,
visto a paralisia que ficou submetido o setor de mineração, que não tem como
escoar sua produção, ficando o Amapá somente com os prejuízos, financeiros, econômicos
e sociais e com o espectro desse material que está abandonado na ‘beira’ do Rio
Amazonas, podendo causar acidentes gravíssimos aos que por ali navegam, pois um
objeto de proporções gigantescas à deriva em horário noturno não é fácil de se
evitar.
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