CORONAVÍRUS:
SANEAMENTO, PREVENÇÃO E TRATAMENTO-PARTE I
Por Jarbas de Ataíde
Não
dá para falar em epidemias sem correlacionar o seu aparecimento às condições do
meio ambiente, onde proliferam os transmissores, hospedeiros e vetores de
doenças. É papel da Epidemiologia Sanitária investigar esse ciclo, em cujo
processo se inclui o homem, mostrando a importância para elucidar o caso.
A precariedade das condições sanitárias
e de saneamento na maioria dos municípios brasileiros mostra a fragilidade em que
estão sujeitos os indivíduos, expostos à contaminação do ambiente com microrganismos,
retornando a serem ingeridos pela água e alimentos contaminados.
O atraso do Brasil nesse setor de saúde
primária é tão grave, que após 32 anos do SUS, apenas recentemente foi
realizado a 1ª Conferencia de Vigilância em Saúde (????), cujas decisões a
sociedade esta ansiosa à esperar.
Descobriu-se também outra forma de alteração
ecológica que ocorre para provocar doenças: as mutações genéticas de
microrganismos da natureza, que também entram no corpo por alimentos
tratados pela indústria alimentícia e farmacológica, como os príons nas rações
animais, que são a base alimentar da agropecuária mundial (bovinos, caprinos,
ovinos, suínos, psicultura, etc);
A previsibilidade da epidemia do novo
coronavírus é demonstrada pela ocorrência de outras, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), MERS e EBOLA.
A pandemia de gripe espanhola, em 1918, matou entre 50 a 100 milhões de
pessoas, em todos os continentes, originada nos campos militares, no final da
1ª Guerra Mundial, onde os ratos se alastraram. Isso antes das viagens aéreas,
pegando as pessoas desprevenidas e com sistema imunológico fraco.
Em
2014, a epidemia de Ebola se espalhou por meio do contato direto com sangue ou
outros fluidos corporais — e só pessoas bem próximas aos pacientes infectados
poderiam pegar a doença. Os vírus infectantes se alastram nos grandes
aglomerados humanos, onde a China é o mais populoso.
Na cidade de Wuhan, epicentro da
epidemia, o novo coronavírus parece ter se originado em um mercado e as
informações preliminares indicam que pode ter vindo de cobras ou morcegos, que
servem de alimento. Na China, os mercados de carne e de animais vivos são
comuns em áreas densamente povoadas. Isso poderia explicar a suspeitas recentes
de ter se originado nesses locais.
Assim, ingerimos ou inalamos os
agentes de doenças, em vegetais, frutas e carne animal contaminados ou
decorrente de mutações genéticas, transmitindo para outros através do contato
direto ou infectando o meio ambiente através de escorias e secreções.
A China é um exemplo de país
neocapitalista, cujo “socialismo” deixou à margem da tecnologia e do
desenvolvimento milhares de pessoas que vivem nas periferias das grandes
cidades. Exportou a Medicina Tradicional Chinesa e as parafernálias tecnológicas para o mundo,
mas deixou de socializar o saneamento, a educação alimentar e os cuidados
preventivos e de assistência primária. O coronavírus encontrou o local propicio
para se propagar.
Ao se propagar nesses ambientes exportam
os vírus para os países desenvolvidos, através dos meios de transporte rápido,
como viagens aéreas e de trem, chegando em outros locais e continentes em menos
de 24h, numa rapidez estratosférica.
Para
conter o surto, dependemos do governo do país onde ele se originou. Se
fracassarem nas medidas saneadoras e de contenção da epidemia, o planeta todo
está em risco. Mas parece que o caminho é esse, pois a OMS já decretou o estado
de emergência mundial. O exemplo está nas condições de saúde dos países da
África Ocidental, onde o surto de Ebola, em 2014, ocorreu: Guiné, Libéria,
Serra Leoa, muito semelhante a centenas de cidades brasileiras, com péssimas
condições sanitárias, onde Macapá, que completou 262 anos, está na lista. Fonte:
g1.globo.com. JARBAS ATAÍDE. 03.02.2020.
Nenhum comentário:
Postar um comentário