sábado, 8 de fevereiro de 2020

SAÚDE EM FOCO - JARBAS DE ATAÍDE


CORONAVÍRUS: SANEAMENTO, PREVENÇÃO E TRATAMENTO-PARTE I



Por Jarbas de Ataíde


        Não dá para falar em epidemias sem correlacionar o seu aparecimento às condições do meio ambiente, onde proliferam os transmissores, hospedeiros e vetores de doenças. É papel da Epidemiologia Sanitária investigar esse ciclo, em cujo processo se inclui o homem, mostrando a importância para elucidar o caso.
        A precariedade das condições sanitárias e de saneamento na maioria dos municípios brasileiros mostra a fragilidade em que estão sujeitos os indivíduos, expostos à contaminação do ambiente com microrganismos, retornando a serem ingeridos pela água e alimentos contaminados.
        O atraso do Brasil nesse setor de saúde primária é tão grave, que após 32 anos do SUS, apenas recentemente foi realizado a 1ª Conferencia de Vigilância em Saúde (????), cujas decisões a sociedade esta ansiosa à esperar.
        Descobriu-se também outra forma de alteração ecológica que ocorre para provocar doenças: as mutações genéticas de microrganismos da natureza, que também entram no corpo por alimentos tratados pela indústria alimentícia e farmacológica, como os príons nas rações animais, que são a base alimentar da agropecuária mundial (bovinos, caprinos, ovinos, suínos, psicultura, etc);
        A previsibilidade da epidemia do novo coronavírus é demonstrada pela ocorrência de outras, como a Síndrome  Respiratória Aguda Grave (SARS), MERS e EBOLA. A pandemia de gripe espanhola, em 1918, matou entre 50 a 100 milhões de pessoas, em todos os continentes, originada nos campos militares, no final da 1ª Guerra Mundial, onde os ratos se alastraram. Isso antes das viagens aéreas, pegando as pessoas desprevenidas e com sistema imunológico fraco.
         Em 2014, a epidemia de Ebola se espalhou por meio do contato direto com sangue ou outros fluidos corporais — e só pessoas bem próximas aos pacientes infectados poderiam pegar a doença. Os vírus infectantes se alastram nos grandes aglomerados humanos, onde a China é o mais populoso.
         Na cidade de Wuhan, epicentro da epidemia, o novo coronavírus parece ter se originado em um mercado e as informações preliminares indicam que pode ter vindo de cobras ou morcegos, que servem de alimento.  Na China, os mercados de carne e de animais vivos são comuns em áreas densamente povoadas. Isso poderia explicar a suspeitas recentes de ter se originado nesses locais. 
          Assim, ingerimos ou inalamos os agentes de doenças, em vegetais, frutas e carne animal contaminados ou decorrente de mutações genéticas, transmitindo para outros através do contato direto ou infectando o meio ambiente através de escorias e secreções. 
          A China é um exemplo de país neocapitalista, cujo “socialismo” deixou à margem da tecnologia e do desenvolvimento milhares de pessoas que vivem nas periferias das grandes cidades. Exportou a Medicina Tradicional Chinesa e  as parafernálias tecnológicas para o mundo, mas deixou de socializar o saneamento, a educação alimentar e os cuidados preventivos e de assistência primária. O coronavírus encontrou o local propicio para se propagar.
       Ao se propagar nesses ambientes exportam os vírus para os países desenvolvidos, através dos meios de transporte rápido, como viagens aéreas e de trem, chegando em outros locais e continentes em menos de 24h, numa rapidez estratosférica.  
      Para conter o surto, dependemos do governo do país onde ele se originou. Se fracassarem nas medidas saneadoras e de contenção da epidemia, o planeta todo está em risco. Mas parece que o caminho é esse, pois a OMS já decretou o estado de emergência mundial. O exemplo está nas condições de saúde dos países da África Ocidental, onde o surto de Ebola, em 2014, ocorreu: Guiné, Libéria, Serra Leoa, muito semelhante a centenas de cidades brasileiras, com péssimas condições sanitárias, onde Macapá, que completou 262 anos, está na lista. Fonte: g1.globo.com. JARBAS ATAÍDE. 03.02.2020.
 

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