BIRA,
O ATACANTE
Ex-craque
amapaense, campeão paraense pelo Payssandu, tricampeão remista e campeão
nacional pelo Internacional (RS) está com problemas de saúde.
“Eu sou campeão do Oiapoque ao Sul,
e o que é que eu ainda quero mais? Só não quero morrer agora. Aqui em Macapá,
as pessoas não valorizam muito seus ídolos, mas graças a Deus, em Belém do
Pará, Rio Grande do Sul, Belo Horizonte, eu chego no estádio ovacionado. Isso
me orgulha muito”. Bira
Reinaldo Coelho
Ubiratan Silva do Espírito
Santo, 64 anos mais conhecido como "Bira", é um dos ex-jogadores do
Amapá que possui no currículo conquistas importantes para um atleta. Campeão
brasileiro, paraense, gaúcho e mineiro estão entre elas.
Esse atacante de sucesso nacional, hoje recebe
o apoio de seus torcedores e amigos, que ‘torcem’ pela sua vitória contra o
câncer. As redes sociais, viralizam homenagens ao ex-craque do futebol nacional
e Tucuju e pedem apoio para financiar os tratamentos que Bira precisa para combater
a doença.
Bira, esteve internado em um hospital
particular em Belém no início do ano e realizou uma bateria de exames,
incluindo uma biopsia, que constatou que estava com câncer no fígado. Porém, de
acordo com a família do jogador o estado do jogador não é grave.
“Recebemos o resultado dos
exames e já estávamos em Macapá. Vamos fazer o tratamento por aqui, pois é a
casa dele, ele se sente bem melhor aqui. Recebi muitas mensagens falando que o
meu pai estaria quase morto, que era algo irreversível, mas não. Ele está bem,
o estado de saúde dele é estável. Quando diminuir a pandemia daremos seguimento
mais incisivo no tratamento dele”, comentou a imprensa o filho do craque e
também jogador de futebol Rafael Biro.
Bira é o maior artilheiro do
Campeonato Paraense de todos os tempos, quando marcou 32 gols com a camisa
azulina em 1979, batendo o próprio recorde que era 25, feitos em 1978. A
reportagem entrou em contato com Orlando Ruffeil, historiador do Remo, que
confirmou que Bira é o quinto maior artilheiro do clube com 115 gols, ficando
atrás de Dadinho (163 gols), Alcino (159), Quiba (154) e Mesquita (132).
Quem é o atacante Bira?
Tudo começou na esquina mais
famosa do bairro do Trem. Hoje conhecida como a “Calçada da Fama: Esquina
democrática”, a Avenida Diógenes Silva com a Rua Leopoldo Machado foram os
primeiros passos do garotinho, que anos mais tarde, se tornaria o maior
artilheiro da região norte em uma só temporada. O campinho era de poeira, ali
mesmo perto da casa de seus pais, era o momento da pelada, das brincadeiras com
a vizinhança, até chegar uma oportunidade de fato para se lapidar um talento.
Bira então com 15 anos,
passou a ser roupeiro, àquele que trocava, lavava e transportava os uniformes,
do Esporte Clube Macapá. Não demorou muito para que o jovem, ainda na
adolescência, se destacasse. “E com 16 anos, eu de roupeiro, passei a titular
do time juvenil do Esporte Clube Macapá”, recorda.
A glória estava tomando os
primeiros rumos na vida de Bira. Em 1972, o craque fez parte do time dos
aspirantes, ainda no E.C. Macapá. Com um marco de 32 gols, ele, junto com
Canarana, Kipilino, Lins, João do Bolão, Balalão, Jonas, Munjoca, Doca,
Mariozinho e Célio foram campeões invictos pelo time tucuju. E no mesmo ano,
pela decisão do novo técnico do time azulino, Lourival Lima, conhecido
popularmente como “Chibé”, Bira é promovido ao time titular.
Ubiratã Espírito Santo foi
revelado no futebol do Amapá, chegou ao Baenão no início dos anos 70 do século
XX, após uma disputa de bastidores entre os dirigentes do Remo e de Mucura.
Exímio driblador, além de exibir uma impressionante velocidade, teve seu
talento lapidado por alguns técnicos, que aumentaram sua capacidade de
impulsão, o que lhe permitiu aperfeiçoar a cabeçada. Goleador por excelência,
ocupou o lugar de Alcino como ídolo da torcida azulina, tornando-se o terceiro
maior goleador do Remo em campeonatos brasileiros, com 27 gols. ele conquistou
o tricampeonato paraense em 1977, 1978 e 1979, sendo que nos dois últimos
sagrou-se artilheiro da competição,No último ano, foi artilheiro com 32 gols,
marca que até hoje, em mais de 100 anos do Parazão, não foi batida. Ele é o
maior artilheiro da competição. Ao sair do Remo, transferiu-se para o
Internacional (RS), participando da conquista do bicampeonato brasileiro pelo
clube colorado gaúcho.
A trajetória do garoto
franzino, de origem humilde iniciou cedo no futebol. Já aos 15 anos de idade
começou a jogar no time conhecido como "Reminho" do bairro do Trem,
zona sul de Macapá, capital do Amapá. Ali se reuniram garotos da Igreja
Católica formando a equipe, e não demorou muito para o menino vestir a camisa
de uma das equipes mais conhecidas no futebol nortista na década de 1970. Bira
se transferiu para o Esporte Clube Macapá e foi nesse time que vieram
importantes conquistas para o futebol do Estado. Foi campeão amapaense na era
amadora e também do antigo Copão da Amazônia, competição que reunía as
principais equipes da região Norte do país.
Bira também ficou conhecido
com o apelido de "Bira Burro". Muitas são as suposições do apelido do
craque. A primeira diz que, ao ser presenteado com um "motorádio",
Bira disse: "Vou dar a moto pro papai e o rádio pra mamãe". Outros
afirmam que este apelido foi dado, graças a uma tirada de Léo Batista,
comentarista da Rede Globo que disse que Bira foi burro, porque deixou de
assinar com o Flamengo para ir pro Internacional.
Bira foi um dos jogadores
amarcar mais gols em um só jogo na primeira divisão do campeonato brasileiro. O
fato ocorreu em uma partida entre Clube do Remo e Guarani, onde o leão venceu
por 5 x 1, os 5 gols de Bira.
O jogador veio para Belém em
1976, passando nove meses na Mucura, depois disso atravessou a Avenida
Almirante Barroso, onde jogou por três anos na Clube do Remo. E Bira não tem
medo de confessar qual seu time do coração: “Sou remista, o único ovelha negra
da minha casa é meu filho, que torce pra Mucura. Ele foi influenciado pelos
tios, mas eu sou Remo de coração”. Quando saiu do Remo o jogador ganhou o
Brasil e o mundo, conquistando até Campeonato Brasileiro e Campeonato Mexicano.
Sobre o grande clássico
entre Remo e Mucura, Bira diz que nunca sentiu um frio na barriga e que entrava
em campo com a certeza de marcar gol. “RexPa todo jogador quer ter na carreira,
mas poucos têm condições de vestir uma camisa desses clubes, porque ela pesa
muito. Eu tive a oportunidade de jogar vários clássicos, e entrava em campo
tranquilo, porque sabia que ia marcar. Meu melhor gol em RexPa foi em 79,
quando entrei no gol com bola e tudo, foi lendário”, relembra o ex-jogador.
Apesar de ter vestido a
camisa do Inter, Ubiratan assegura que sua melhor fase não foi vestindo a
camisa colorada, e sim a "azulina" do Clube do Remo.
- Lógico que ter me tornado
campeão brasileiro no Inter foi a maior conquista e me orgulho muito disso. Lá
vivi os melhores momentos da minha vida. Mas no Clube do Remo foi onde vivi o
grande auge, estava jogando muito e marcando muitos gols. Tanto é que até hoje
ninguém bateu essa marca que é minha -
Bira encerrou sua carreira
como jogador em 1989 no Vila Nova em Castanhal, e lá mesmo deu início a uma
nova etapa profissional, sem se afastar do futebol, tornando-se treinador do
time. Atualmente ele é repórter esportivo, com um programa em uma rádio de
Macapá-AP.
Fonte: Loucura Azul
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