Quem aborrece a seu irmão é homicida
*Maiara Pires
Muitos confundem papel com
identidade: quem realmente são, com os múltiplos papéis que desempenham na
vida. Em tempos de isolamento social, aqueles que costumam se definir pelo
cargo que desempenham no trabalho, por exemplo, agora são obrigados a se dissociar
desta imagem.
Mas, não somente desta imagem, como
de várias outras por conta dos demais papéis de pai ou mãe, filho ou filha, tio
ou tia, sobrinho ou sobrinha, avô ou avó, amigo, vizinho, entre outros.
O que pode estar havendo talvez seja
um conflito de papéis que, por vezes, se confunde com a identidade (traços de
personalidade, quem realmente são na essência), fazendo com que as pessoas se
sintam perdidas e não consigam desempenhar todos os seus papéis com excelência.
Não se trata de viver várias personalidades. Não é isso. Tem a ver com
sociabilidade, como nos relacionamos com amigos, familiares, colegas de
trabalho e até desconhecidos.
Será por isso que se tem registrado
tantos conflitos familiares, como se as pessoas não estivessem se suportando
dentro da própria casa? Será porque tiveram que confrontar ou se encontrar com
sua verdadeira identidade e colocam no outro uma responsabilidade que seria
propriamente sua?
Sendo isso ou não, uma coisa é certa:
o autoconhecimento salva vidas (relacionamentos conjugais, familiares, sociais
ou profissionais) e nos faz olhar primeiro para o próprio umbigo antes de
querermos tirar a “trave” do olho de alguém.
O apóstolo Paulo já lembra: “Porque,
se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados” (1 Coríntios
11.31).
E o apóstolo João adverte que
“qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida
tem permanente nele a vida eterna” (1 João 3.15). Ou seja, segundo o evangelho,
não precisamos matar ninguém fisicamente para sermos considerados homicidas. Só
de aborrecer ou odiar alguém, já somos assim classificados e descredenciados a
entrar no reino dos céus.
Há quem ache isso um exagero. Mas,
julgo que Cristo permitiu que assim seja para estimular o homem ao amor e às
boas obras: “(...) que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,
com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos
outros em amor” (Efésios 4.1-2).
*Maiara Pires - jornalista, produtora de conteúdos, practitioner em PNL,
Life Coach, coautora do livro "Como a PNL mudou minha vida" e autora
do blog asabedoriadoalto.blogspot.com
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