quinta-feira, 9 de abril de 2020

COLUNA LUZ DO MUNDO - MAIARA PIRES


Quem aborrece a seu irmão é homicida

*Maiara Pires

Muitos confundem papel com identidade: quem realmente são, com os múltiplos papéis que desempenham na vida. Em tempos de isolamento social, aqueles que costumam se definir pelo cargo que desempenham no trabalho, por exemplo, agora são obrigados a se dissociar desta imagem. 

Mas, não somente desta imagem, como de várias outras por conta dos demais papéis de pai ou mãe, filho ou filha, tio ou tia, sobrinho ou sobrinha, avô ou avó, amigo, vizinho, entre outros. 

O que pode estar havendo talvez seja um conflito de papéis que, por vezes, se confunde com a identidade (traços de personalidade, quem realmente são na essência), fazendo com que as pessoas se sintam perdidas e não consigam desempenhar todos os seus papéis com excelência. Não se trata de viver várias personalidades. Não é isso. Tem a ver com sociabilidade, como nos relacionamos com amigos, familiares, colegas de trabalho e até desconhecidos.

Será por isso que se tem registrado tantos conflitos familiares, como se as pessoas não estivessem se suportando dentro da própria casa? Será porque tiveram que confrontar ou se encontrar com sua verdadeira identidade e colocam no outro uma responsabilidade que seria propriamente sua?

Sendo isso ou não, uma coisa é certa: o autoconhecimento salva vidas (relacionamentos conjugais, familiares, sociais ou profissionais) e nos faz olhar primeiro para o próprio umbigo antes de querermos tirar a “trave” do olho de alguém.

O apóstolo Paulo já lembra: “Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados” (1 Coríntios 11.31).

E o apóstolo João adverte que “qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna” (1 João 3.15). Ou seja, segundo o evangelho, não precisamos matar ninguém fisicamente para sermos considerados homicidas. Só de aborrecer ou odiar alguém, já somos assim classificados e descredenciados a entrar no reino dos céus. 

Há quem ache isso um exagero. Mas, julgo que Cristo permitiu que assim seja para estimular o homem ao amor e às boas obras: “(...) que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor” (Efésios 4.1-2).
*Maiara Pires - jornalista, produtora de conteúdos, practitioner em PNL, Life Coach, coautora do livro "Como a PNL mudou minha vida" e autora do blog asabedoriadoalto.blogspot.com


Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...