O consumo inconsciente e a
suficiência de Deus
*Maiara Pires
Você tem o hábito de comprar coisas
sem necessidade? Se a resposta for sim, saiba que no hábito de comprar muito
pode estar embutida alguma emoção reprimida que o cérebro tenta compensar
gerando a sensação (momentânea) de felicidade com o produto adquirido.
Aproveite esse tempo de “reclusão”
para observar mais o que acontece do lado de dentro. Pois, qualquer que seja o
nosso comportamento, ele só está refletindo o que se passa internamente. E o
acúmulo de objetos ou, até mesmo, tarefas, pode ser a comunicação de que alguma
coisa não vai bem.
O primeiro passo para essa
consciência interna é começar a questionar por quê está acumulando tanta coisa
ou por quê comprar determinado objeto. É que com, essa atitude, o seu cérebro
quer atender alguma necessidade interior e te “deixar bem” satisfazendo, por
exemplo, alguma carência emocional.
A pergunta a ser feita é: “Onde eu
quero chegar com essa compra? Em quê a aquisição desse
objeto/alimento/substância me beneficiará? Como eu vou me sentir adquirindo
esse objeto?” Ao responder essas perguntas, conscientemente, e identificar que
aquela compra lhe trará uma impressão de bem-estar, então, você pode verificar
como substituir esse comportamento de possuir/ter/comprar por algo que, de
fato, vai suprir uma eventual necessidade emocional.
Quando fizer isso, naturalmente, você
começará a ser uma pessoa mais seletiva, vai priorizar o que é importante e o
que te faz feliz, identificará o que é suficiente e eliminará distrações que o
impedem de apreciar a vida de forma plena. Isto não significa que você vai se
desfazer das suas coisas da noite para o dia. Se fizer isso sem primeiro “virar
a chave” da consciência, esse comportamento será momentâneo porque, depois,
fará as mesmas coisas tudo de novo.
Já ensina o apóstolo Paulo: “Porque
nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.
Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes”
(1 Timóteo 6.7-8).
Essa “faxina” também vale para os
vícios e, também, os pensamentos, principalmente, porque o nosso comportamento
é determinado pela forma como os estruturamos na mente. Estes excessos, por
vezes, desfocam nossos objetivos e consomem o pouco tempo que nos resta.
De uma frase que ouvi esses dias: o
passarinho pode até pousar na sua cabeça, mas você não precisa deixar ele fazer
ninho. Este passarinho são pensamentos. E se você não os enxotar, eles se
transformarão em ações te conduzindo, talvez, do nada pra lugar nenhum.
Os vícios, por sua vez, sejam eles
quais forem, em geral, também são alimentados para satisfazer alguma parte não
atendida do indivíduo. E a sensação de relaxamento que ele proporciona é o que
o faz permanecer enquanto a pessoa não resolve alguma pendência emocional que,
muitas vezes, ela nem sabe que existe.
É para nos livrar dessa
inconsciência, que a Bíblia chama de trevas, que o evangelho foi anunciado pelo
Senhor Jesus e pregado aos quatro cantos do mundo pelos seus discípulos após a
sua ressurreição. Pois, o evangelho é a luz que ilumina o ser humano e nos tira
da condições de "cegos" e não precisamos ficar apalpando no escuro
porque essa luz é que nos conduzirá às moradas celestiais.
Além disso, os ensinamentos de
Cristo, por si só, nos ensinam a ser seletivos ao nos conscientizar a buscar em
primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça. E o fruto do Espírito, por sua
vez, vai suprindo todas as nossas necessidades emocionais:
“Mas o fruto do Espírito é: amor,
gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança”
(Gálatas 5.22).
Com isso, ao invés de necessitados,
passamos a ser mais gratos a Cristo por todos os benefícios que ele nos faz.
*Maiara Pires - jornalista, produtora de conteúdos, practitioner em PNL, Life Coach, coautora do livro "Como a PNL mudou minha vida" e autora do blog asabedoriadoalto. blogspot.com
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