quinta-feira, 2 de abril de 2020

SAÚDE EM FOCO JARBAS DE ATAÍDE


DESCASO COM A VIGILÂNCIA EM SAÚDE: O QUE OS GOVERNOS NÃO CUMPREM.


CONSTITUIÇÃO E A 1ª CONFERENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE UMA REPETIÇÃO DE PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS

Por Jarbas de Ataíde


                 Muitos estão acusando o atual governo federal de ser tímido e de não estar tomando as medidas sanitárias e de prevenção na atual pandemia da SARs Covic19, em particular grupos da imprensa e a oposição, mas, ao contrário, fazendo um retrospecto histórico dos investimentos anteriores e  das decisões políticas atuais, observamos que o descaso e a omissão foi maior por parte dos governos anteriores.
               Como Medico Epidemiologista, atuando na linha de frente na atual pandemia e acompanhando e refletindo a saúde ao longo de mais de três décadas, avalio que houve descaso, omissão e até criminalização por parte do poder público desde Sarney (e todos da “nova república”) até   o governo Temer. É histórico o subfinanciamento e contingenciamento do SUS por décadas, denunciado e comprovado pelo Conselho Federal de Medicina.
                Previstas na legislação (Lei 8.124/90), as Conferencias de Saúde  ocorrem no Brasil desde 1941, antes mesmo da CF/88. Deveria ser uma forma democrática de controle social e de participação da sociedade. Foi na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, que foi apresentado os princípios do SUS. Ocorre a cada 4 anos nos municípios, estados e finalmente a Nacional, com delegados representantes dos gestores, iniciativa privada, entidades de classe e da sociedade civil,  com participação paritária entre seus integrantes.
              Revendo a CF/88 e a legislação específica, vemos que o Brasil avançou na teoria em termos de pensar e normatizar o setor de saúde, porém, na prática, depois de passados 33 anos de criação do SUS, nenhum governo conseguiu manter ou implantar as grandes demandas em relação à saúde (veja quadro dos problemas do SUS).
               A municipalização e atenção básica não foram assumidas inteiramente pelos municípios e a câmara federal continua não acatando as indicações e propostas da sociedade, como a EC 92 (Saúde + 10),  descumprindo políticas públicas no setor. Ou seja, a saúde brasileira permanece desorganizada, desestruturada, com gestão centralizada e subfinanciada, agora agravada pela PEC 142, que congela os recursos para saúde, tanto que agora o Congresso está indicando o descongelamento, para atender os gastos com a pandemia.
        Os discursos politiqueiros, ao longo das três décadas de descaso, descumprem acima de tudo a definição de Vigilância Sanitária : “ promover e proteger a saúde da população e ser capaz de eliminar, diminuir  ou prevenir riscos à saúde  e intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção, da circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde”. (<www. saúde.pr.gov.br>).
          Outro fato histórico na tentativa de resgatar essa dívida social com a saúde pública, não cumprida pelas 15 Conferencias de Saúde, foi a realização da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde, em 2018, durante o desgastante e interino governo de Temer. O caos que hoje sofre a população desassistida, desprotegida e abandonada, com a atual pandemia pelo Covid19, é resultante da atitude desastrosa dos dirigentes anteriores.
         As questões de competência das Secretarias de Vigilância em Saúde- SVS, nas três esferas de poder, previstas na legislação, de fiscalizar e acompanhar a execução das politicas em relação à saúde coletiva, endemias e saneamento básico, ocorrem de maneira pontual e emergencial, pois o Brasil permanece com várias doenças em andamento:  Malária, Dengue, Chikungunya, Zica, Influenza e o retorno do Sarampo. JARBAS ATAÍDE, 27.11.2017.







                     

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