UM ANO FAZENDO HEMODIÁLISE
Rodolfo Juarez
Completei, dia 12 de abril, um ano que frequento
regularmente a Unidade de Nefrologia do Hospital de Clínicas Alberto Lima, em
Macapá, depois de ter sido diagnosticado com Nefropatia, ou seja lesão ou
doença no rim, me submetendo a hemodiálise às terças, quintas e sábado.
Antes, em maio de 2018, já havia feito uma operação para
construção de uma fistula arteriovenosa no antebraço esquerdo, antevendo a
necessidade deste acesso ao meu corpo, uma vez que antes, em agosto de 2014, me
submeti a uma cirurgia para retirada da próstata que, em hiperplasia,
prejudicara fortemente o funcionamento de todo o aparelho urinário, além de
pressionar o rim que acabou por ter o seu funcionamento muito prejudicado.
A fístula arteriovenosa é uma comunicação que se realiza
entre uma artéria e uma veia, quer patologicamente ou criada cirurgicamente
para fins terapêuticos, como, no meu caso, para garantir um local de acesso
para a hemodiálise. Caso o paciente não tenha a fístula arteriovenosa, precisa
que seja “passado” um cateter que é um dos acessos vasculares para realizar a
hemodiálise e representa uma condição para fazer essa terapia. A escolha e a
colocação do cateter é um procedimento médico, normalmente feito em uma veia
calibrosa na região do pescoço, do tórax, ou da virilha.
Cada sessão de hemodiálise, dependendo do estado clínico
do paciente, pode variar de 3 a 5 horas, de 2, 3 ou 4 vezes por semana, ou até
mesmo diariamente. No meu caso são três vezes por semana, durante 3 horas por
sessão. Durante esses doze meses eu fiz 162 sessões, que duraram 486 horas,
levando 324 agulhadas na fístula com 5 intercorrências importantes.
Na máquina de hemodiálise tem-se uma divisão: o circuito
de sangue e o circuito do dialisato. O circuito de sangue compreende o trajeto
que o fluido sanguíneo irá percorrer em um espaço extracorpóreo, conceito
análogo para o circuito do dialisato, sendo o dialisato o fluido que circula.
Ambos os circuitos possuem dispositivos eletrônicos de monitoração e controle.
O circuito do sangue é o trajeto que o sangue percorre no
meio extracorpóreo: inicia com a agulha que é inserida no paciente; passa por
uma bomba que definirá a pressão do sangue no circuito que é conectada aos
capilares do dialisador; finalmente, o sangue passa por uma câmara catabolhas
para retornar ao paciente.
O circuito do dialisato é o caminho que o dialisato
percorrerá na máquina de diálise: começa com a preparação do dialisato; passa
por uma bomba peristáltica que o impulsiona, com o objetivo de tornar mais
eficiente as trocas de substâncias com o sangue; por fim, o dialisato é
descartado. Durante uma sessão de hemodiálise são usados 35 litros de água
tratada.
As máquinas atuais para o tratamento da hemodiálise são
equipadas com sensores e alarmes para identificar eventuais anomalias da
solução dialítica. O modelo que testa a máquina atual, que é uma rotina
executada pela mesma, não é considerado, pelos técnicos, um meio confiável de
certificar o seu bom funcionamento.
Atestar este funcionamento é de fundamental importância
para garantir o bem estar do paciente devido ao alto número de parâmetros que a
máquina opera, dentre estes, tem-se a temperatura, pressão, vazão, molaridade,
velocidades das bombas, ultrafiltração, pureza da água, entre outros.
Durante este tempo que tenho de hemodiálise já anotei 5
intercorrências: erro humano 2 (dois); equipamento defeituoso: 2 (dois) e falta
de energia: 1 (uma) vez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário