Cair não é normal!
Procure um profissional de saúde para manter-se ativo e evitar quedas! Risco
de queda é hoje grave problema de saúde. Data criada pela OMS foi incorporada
pelo Ministério da Saúde para alertar sobretudo idosos.
Autor pessoal:
Annalu Pinto da Silva;
A queda é um problema frequente em idosos.
Ela pode acontecer devido a fatores relacionados ao estado de saúde da pessoa,
entre eles, o uso de medicamentos, distúrbios de locomoção, falta de
equilíbrio, fraqueza muscular e sedentarismo, bem como a dificuldades
propiciadas pelo ambiente, entre elas, pisos escorregadios, encerados ou
molhados, ausência de corrimão, assentos sanitários muito baixos, calçados
inapropriados e tapetes soltos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), queda é o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à
posição inicial, com incapacidade de correção em tempo hábil. De acordo com o Ministério da Saúde, uma
simples queda pode provocar fraturas, traumatismo craniano, contusão muscular,
e maior risco de cair novamente. A maioria das quedas ocorrem em casa, e podem
ser prevenidas com simples mudanças de hábito, desde adaptação do ambiente, uso
de dispositivo auxiliar de marcha caso necessário, cuidados gerais com a saúde,
e principalmente, passar a manter uma rotina de exercícios físicos orientados.
Estudos apontam o alto índice de quedas em
idosos. Segundo o artigo ‘Quedas em idosos no Sul do Brasil: prevalência e
determinantes’, um em cada três idosos daquela região sofreu ao menos uma queda
no ano de 2014. A maioria das quedas ocorreu na própria residência do idoso.
Entre os idosos que sofreram queda, 51,5% tiveram uma única queda e 12,1%
tiveram fratura como consequência, sendo a de membro inferior a mais relatada.
A prevalência de quedas foi maior em idosos
com idade mais avançada e que não estavam trabalhando, mulheres, com menor
renda, baixa escolaridade e incapacidade funcional para atividades
instrumentais. Também houve maior ocorrência de quedas em portadores de
diabetes, doença cardíaca, artrite e naqueles idosos que relataram ter sofrido
AVC.
As quedas nessa população são bem frequentes,
e podem estar relacionadas a fatores intrínsecos, associados a todas as
mudanças fisiológicas causadas pelo
processo de envelhecer (como por exemplo, redução da massa muscular, da
força muscular global, hipomobilidade, diminuição da acuidade visual, alteração
postural, perda de equilíbrio, dentre outros), fatores extrínsecos relacionados
ao ambiente (como piso irregular ou escorregadio, obstáculos no chão, calçados
inadequados, utensílios em prateleiras muito baixas ou muito altas, baixa
iluminação do ambiente) e comportamentais.
Risco maior de queda em hospitais
Segundo o Protocolo Integrante do Programa
Nacional de Segurança do Paciente, a hospitalização aumenta o risco de queda,
pois os pacientes se encontram em ambientes que não lhes são familiares. Muitas
vezes, os pacientes são portadores de doenças que predispõem à queda (demência
e osteoporose), e vários procedimentos terapêuticos, como as múltiplas
prescrições de medicamentos, podem aumentar esse risco.
CC0
O Protocolo alerta que de 30% a 50% das
quedas provocam danos aos pacientes, sendo que de 6% a 44% desses danos são de
natureza grave, como fraturas, hematomas subdurais e sangramentos, que podem
levar ao óbito. Além disso, a queda pode gerar impacto negativo sobre a
mobilidade dos pacientes, além de ansiedade, depressão e medo de cair de novo,
o que acaba por aumentar o risco de nova queda.
Em hospitais de países desenvolvidos, a taxa
de quedas varia entre 3 a 5 quedas em cada 1.000 pacientes por dia, segundo
estudo publicado em 2010 no periódico Clinics in Geriatric Medicine. Os autores
verificaram que as quedas não se distribuem uniformemente nos hospitais, sendo
mais frequentes nas unidades com concentração de pacientes idosos, na
neurologia e na reabilitação.
Priscila Rosseto de Toledo, enfermeira
especializada em cardiologia e gestão da qualidade em saúde e Gerente Nacional
de Qualidade e Segurança do ASM/UHG Brasil, grupo que gerencia o Hospital
Samaritano de São Paulo, afirma que esse hospital trabalha desde 2010 com um
time multiprofissional focado na prevenção de quedas, atuando para reduzir o
risco de quedas e minimizar os danos que decorrem delas.
O hospital é pioneiro na validação
transcultural da escala JHFrat. Essa é uma escala de avaliação do risco de
queda desenvolvida no Hospital Johns Hopkins, nos Estados Unidos, e que precisa
ser comprada por outros hospitais, pois não está disponível gratuitamente. A
validação transcultural corresponde ao uso de uma metodologia para traduzir a
escala, com avaliação de sua correspondência fiel à versão original, levando em
conta as diferenças culturais existentes entre o país onde ela foi desenvolvida
e o país onde está sendo implementada. Segundo Priscila, essa é a escala mais
específica para gradação do risco.
A Gerente destaca que o uso de escalas de
avaliação de risco está alinhado à adoção de práticas baseadas em
evidências como subsídio ao gerenciamento de quedas, com ênfase na
prevenção do evento e na redução de seus danos.
Priscila ressalta ainda a importância do
envolvimento multiprofissional no cuidado com os fatores de risco de queda. “O
trabalho tem ganhado terreno nas avaliações de engenharia e arquitetura para
disponibilidade de quartos e mobílias, nos combinados com o paciente para as
idas ao banheiro, no uso de meias antiderrapantes por pacientes com dificuldade
de marcha e, por fim, na educação para prevenção de quedas”, conclui Priscila.
O Hospital Samaritano SP é parceiro do Proqualis e
responsável pela coordenação do conteúdo sobre prevenção de quedas da página de
Experiências Brasileiras do Portal Proqualis. Para ter acesso às ferramentas,
indicadores, literatura de interesse e demais conteúdos da página, como vídeos
e aulas sobre prevenção de quedas, disponível no link:
https://proqualis.net/noticias/uma-pr%C3%A1tica-de-preven%C3%A7%C3%A3o-de-quedas



Nenhum comentário:
Postar um comentário