quarta-feira, 10 de junho de 2020

COMÉRCIO CONTINUA EM QUARENTENA


COMÉRCIO CONTINUA EM QUARENTENA
Sem lojas funcionando e o presente dos namorados? Apelar para o online.



Em Macapá, o comércio está pronto para funcionar, os empresários, através da Fecomércio/AP, já tem plano de ação para o funcionamento, porém as autoridades não se posicionam e a espera aflige os empresários e os funcionários estão assustados com a possibilidade de desemprego.



Reinaldo Coelho


Depois da Páscoa e do domingo dedicado às mães, mais uma data tradicional será celebrada em meio à pandemia de Covid-19: o Dia dos Namorados. Tradicionalmente sinônimo de procura elevada em bares, restaurantes e motéis e capaz de aquecer vários setores do comércio, o 12 de junho deste ano chega marcado pelas restrições de circulação e funcionamento que vão impedir boa parte dos programas românticos. Um teste para a criatividade de quem faz questão de não deixar passar a ocasião em branco; mas também para os setores que normalmente turbinam os lucros no período.


As vendas de Dia dos Namorados devem levar um tombo de 43,1% na comparação com o ano passado, segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Em números absolutos, os brasileiros devem gastar R$ 700 milhões a menos.


Restaurantes veem em delivery a forma de continuar funcionando ...Enquanto isso alguns ramos do comércio local, os considerados essenciais, como o da alimentação estão trabalhando em delivery. Alguns lojistas estão conseguindo vender bastante e estão indo na casa dos consumidores fazer as entregas, como toda a segurança e felizmente os clientes estão sendo muito bem receptivos.


O problema é com referência aos não considerados essenciais, como vestuário, calçados, e miudezas em gerais. Que estão montando lojas virtuais, com entregas em domicilio, porém o gargalo é a inexperiência no estilo de venda e o acesso ao consumidor, que é feito pelas redes sociais, ou pelo ‘boca a boca’.

Além da impossibilidade de reabrir as lojas físicas, outra preocupação do comércio é o valor médio dos presentes, que deverá ser reduzido neste ano com a crise econômica e sanitária. A média nacional divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) já vinha mostrando uma redução ano a ano. Em 2018 a média era de R$ 67,10. Já em 2019 caiu para R$ 65. A expectativa é que o número diminua ainda mais com a crise mundial.

A saída é vender e comprar online

As lojas virtuais têm sido uma excelente saída para os lojistas manterem as vendas durante a pandemia do novo coronavírus. Na Região Metropolitana de Macapá, o comércio está fechado por conta das medidas de distanciamento social, mas um meio para ter acesso aos clientes, são as redes sociais.

Alguns pequenos empresários e outros informais, tem atuado na montagem de cestas de café da manhã para ofertas aos namorados e a pequena comerciante Maria Aparecida Santos, 37 anos, está oferecendo através das redes sociais e msm de celular e está satisfeita pelo retorno.

“As expectativas estão boas, o atendimento na porta está ajudando bastante. A gente até já superou nossas expectativas de vendas. Tivemos até que fazer mais um pedido de mercadoria que vai chegar nesta quarta-feira. Nós não imaginávamos que iria ter tantas vendas. A procura por cestas está sendo intensa, muita gente vai presentear sim, mesmo que seja de uma forma mais econômica. Mas estamos bem positivos em relação as vendas,” destaca a pequena comerciante.


Empresários aguardando a flexibilização que não sai
Vários Estados já anunciaram o retorno às atividades econômicas, outros estudam uma estratégia cabível ao momento. Por certo, flexibilizar o isolamento social, nunca significou voltar à normalidade, muito menos relaxar nos cuidados já esclarecidos pelo Ministério da Saúde.
  
No Amapá, a situação de flexibilização da abertura do comércio continua em discussão da entidade máster, a Fecomércio, principalmente com a Prefeitura de Macapá e o Governo Estadual. E as perspectivas eram dessa semana acontecesse a flexibilização, principalmente tendo em vista o feriado de Corpus Christie na quinta-feira (11) e o Dia dos Namorados na sexta-feira (12), devido a apresentação de um Plano de Reabertura das Atividades Econômicas.
 
Eliezir Viterbino, presidente da Fecomércio-Ap
De acordo com o posicionamento do presidente da Fecomércio/AP, Eliezir Viterbino, “trata-se de redobrar ainda mais a atenção e entender que somos responsáveis por outras vidas também. Cumprindo as regras gerais e os protocolos estabelecidos em cada segmento, vemos as empresas operando como grandes núcleos de contenção, isso significa dizer que serão como centros de controle para o covid-19”.

No Amapá, há mais de setenta dias com as portas do comércio fechadas em decorrência do novo coronavírus,  o comércio e serviços que concentram 83% dos empregos formais no setor privado, isso em termos quantitativos, equivalem a mais de 50 mil postos de trabalho. Porém, mediante as restrições nas atividades econômicas, a taxa de desocupação pode ficar acima dos 25%.

Além desses dados nada animadores, o estudo do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio do Estado do Amapá (IPDC), apontou que cerca de 90% das empresas locais não teriam como sobreviver aos meses de quarentena. Esses foram os primeiros sinais de um encolhimento sem precedentes. 

No inicio desse mês o prefeito de Macapá, Clécio Luiz, condicionou a reabertura gradual dos estabelecimentos a dois pontos:
·       O funcionamento do Hospital Universitário, com aumento de leitos exclusivos para a Covid-19, elevando a porcentagem de vagas disponíveis;
·       e a manutenção da alta da taxa de isolamento social, que desde o início do "lockdown" aumentou cerca de 10 pontos percentuais, se mantendo com índices entre 55% e 60%.
Para o prefeito Clécio, Macapá concentra 70% da população do estado, os estabelecimentos devem atender regras rígidas de higienização e oferta de EPIs.

"Vamos manter a quarentena, mas propomos uma abertura gradual das nossas atividades, principalmente as econômicas. Todo estabelecimento que quiser operar vai ter que ter de cara um lavabo, uma pia para os clientes lavarem as mãos, assim como álcool em gel”, definiu o prefeito.

O presidente da Fecomércio/AP vem apelando as autoridades a necessidade da reabertura comercial, “Os números estão aí, mostram uma queda nas estatísticas da pandemia no Amapá, bem como os dados do isolamento social, que mostram que não é o comércio o causador, pois ele permanece fechado há mais de oitenta dias, então, depois de fazermos tudo o que já fizemos, como ações judiciais, todo tipo de reunião que podia ser feita, propomos um plano organizado, ordeiro, sem nenhuma manifestação, sem nenhuma incitação por parte das entidades, respeitando a ordem pública, que é o nosso dever como cidadão, mas é, no mínimo, desconfortável amanhecer mais uma segunda-feira em que nós não temos um retorno em definitivo”.

Para o presidente Eliezir Viterbino, nem do Estado nem do Município se manifestam.
“Então, a gente se pergunta qual o motivo disso? o que o comércio fez para não ter o devido retorno? sejam as entidades sejam os comerciantes, ninguém suporta mais, está aí o desemprego e uma conta altíssima que está sendo paga por todos nós, com as pessoas já desesperadas”, ponderou.


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