COMÉRCIO CONTINUA EM
QUARENTENA
Sem lojas funcionando e o presente dos namorados?
Apelar para o online.
Em Macapá, o comércio está pronto para funcionar, os empresários,
através da Fecomércio/AP, já tem plano de ação para o funcionamento, porém as
autoridades não se posicionam e a espera aflige os empresários e os
funcionários estão assustados com a possibilidade de desemprego.
Reinaldo Coelho
Depois da Páscoa e do domingo dedicado às mães, mais uma data tradicional
será celebrada em meio à pandemia de Covid-19: o Dia dos Namorados.
Tradicionalmente sinônimo de procura elevada em bares, restaurantes e motéis e
capaz de aquecer vários setores do comércio, o 12 de junho deste ano chega
marcado pelas restrições de circulação e funcionamento que vão impedir boa
parte dos programas românticos. Um teste para a criatividade de quem faz
questão de não deixar passar a ocasião em branco; mas também para os setores
que normalmente turbinam os lucros no período.
As vendas de Dia dos Namorados devem levar um
tombo de 43,1% na comparação com o ano passado, segundo estimativas da
Confederação Nacional do Comércio (CNC). Em números absolutos, os brasileiros
devem gastar R$ 700 milhões a menos.
O problema é com referência aos não considerados essenciais, como vestuário,
calçados, e miudezas em gerais. Que estão montando lojas virtuais, com entregas
em domicilio, porém o gargalo é a inexperiência no estilo de venda e o acesso
ao consumidor, que é feito pelas redes sociais, ou pelo ‘boca a boca’.
Além da impossibilidade de reabrir as lojas
físicas, outra preocupação do comércio é o valor médio dos presentes, que
deverá ser reduzido neste ano com a crise econômica e sanitária. A média
nacional divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) já vinha mostrando uma redução
ano a ano. Em 2018 a média era de R$ 67,10. Já em 2019 caiu para R$ 65. A
expectativa é que o número diminua ainda mais com a crise mundial.
A saída é vender e comprar online
As lojas virtuais têm sido uma excelente saída
para os lojistas manterem as vendas durante a pandemia do novo coronavírus. Na
Região Metropolitana de Macapá, o comércio está fechado por conta das medidas
de distanciamento social, mas um meio para ter acesso aos clientes, são as
redes sociais.
Alguns pequenos empresários e outros
informais, tem atuado na montagem de cestas de café da manhã para ofertas aos
namorados e a pequena comerciante Maria Aparecida Santos, 37 anos, está
oferecendo através das redes sociais e msm de celular e está satisfeita pelo
retorno.
“As expectativas estão boas, o atendimento na
porta está ajudando bastante. A gente até já superou nossas expectativas de
vendas. Tivemos até que fazer mais um pedido de mercadoria que vai chegar nesta
quarta-feira. Nós não imaginávamos que iria ter tantas vendas. A procura por
cestas está sendo intensa, muita gente vai presentear sim, mesmo que seja de
uma forma mais econômica. Mas estamos bem positivos em relação as vendas,”
destaca a pequena comerciante.
Empresários aguardando a flexibilização que não sai
Vários Estados já anunciaram o retorno às
atividades econômicas, outros estudam uma estratégia cabível ao momento. Por
certo, flexibilizar o isolamento social, nunca significou voltar à normalidade,
muito menos relaxar nos cuidados já esclarecidos pelo Ministério da Saúde.
No Amapá, a situação de flexibilização da
abertura do comércio continua em discussão da entidade máster, a Fecomércio,
principalmente com a Prefeitura de Macapá e o Governo Estadual. E as perspectivas
eram dessa semana acontecesse a flexibilização, principalmente tendo em vista o
feriado de Corpus Christie na quinta-feira (11) e o Dia dos Namorados na
sexta-feira (12), devido a apresentação de um Plano de Reabertura das
Atividades Econômicas.
De acordo com o posicionamento do presidente
da Fecomércio/AP, Eliezir Viterbino, “trata-se
de redobrar ainda mais a atenção e entender que somos responsáveis por outras
vidas também. Cumprindo as regras gerais e os protocolos estabelecidos em cada
segmento, vemos as empresas operando como grandes núcleos de contenção, isso
significa dizer que serão como centros de controle para o covid-19”.
No Amapá, há mais de setenta dias com as portas do comércio fechadas em decorrência
do novo coronavírus, o comércio e serviços que concentram 83% dos empregos
formais no setor privado, isso em termos quantitativos, equivalem a mais de 50
mil postos de trabalho. Porém, mediante as restrições nas atividades
econômicas, a taxa de desocupação pode ficar acima dos 25%.
Além desses dados nada animadores, o estudo do Instituto de Pesquisa e
Desenvolvimento do Comércio do Estado do Amapá (IPDC), apontou que cerca de 90%
das empresas locais não teriam como sobreviver aos meses de quarentena. Esses
foram os primeiros sinais de um encolhimento sem precedentes.
No inicio desse mês o prefeito de Macapá,
Clécio Luiz, condicionou a reabertura gradual dos estabelecimentos a dois
pontos:
· O funcionamento do Hospital Universitário, com
aumento de leitos exclusivos para a Covid-19, elevando a porcentagem de vagas
disponíveis;
· e a manutenção da alta da taxa de isolamento
social, que desde o início do "lockdown" aumentou cerca de 10 pontos
percentuais, se mantendo com índices entre 55% e 60%.
Para o prefeito Clécio,
Macapá concentra 70% da população do estado, os estabelecimentos devem atender
regras rígidas de higienização e oferta de EPIs.
"Vamos manter a
quarentena, mas propomos uma abertura gradual das nossas atividades,
principalmente as econômicas. Todo estabelecimento que quiser operar vai ter
que ter de cara um lavabo, uma pia para os clientes lavarem as mãos, assim como
álcool em gel”, definiu o prefeito.
O presidente da Fecomércio/AP vem apelando as
autoridades a necessidade da reabertura comercial, “Os números estão aí,
mostram uma queda nas estatísticas da pandemia no Amapá, bem como os dados do
isolamento social, que mostram que não é o comércio o causador, pois ele
permanece fechado há mais de oitenta dias, então, depois de fazermos tudo o que
já fizemos, como ações judiciais, todo tipo de reunião que podia ser feita,
propomos um plano organizado, ordeiro, sem nenhuma manifestação, sem nenhuma
incitação por parte das entidades, respeitando a ordem pública, que é o nosso
dever como cidadão, mas é, no mínimo, desconfortável amanhecer mais uma
segunda-feira em que nós não temos um retorno em definitivo”.
Para o presidente Eliezir Viterbino, nem do
Estado nem do Município se manifestam.
“Então, a gente se pergunta qual o motivo
disso? o que o comércio fez para não ter o devido retorno? sejam as entidades
sejam os comerciantes, ninguém suporta mais, está aí o desemprego e uma conta
altíssima que está sendo paga por todos nós, com as pessoas já desesperadas”,
ponderou.







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