sexta-feira, 19 de junho de 2020

SAÚDE EM FOCO - COVID19: UMA DOENÇA QUE QUEBROU REGRAS E PARADIGMAS

COVID19: UMA DOENÇA QUE QUEBROU REGRAS E PARADIGMAS



Por Jarbas de Ataíde 


            Muitas foram as reflexões, análises e visões sobre a prática médica em tempo de pandemia. Várias medidas já tinham sido aprendidas com a experiencia do século passado e de outras doenças, como a Gripe Espanhola, H1N1, SARs Cov1, MARs, Vaca-Louca, Dengue, Zica, Chikungunya.
         Contudo, foi com a COVID19, que colocou o profissional Médico e a equipe de saúde em cheque, diante das medidas preventivas, administrativas e curativas. A adoção de medidas de proteção e prevenção foi quase consenso entre todos, inclusive com adoção pelos Estados e Municípios das iniciativas de isolamento e distanciamento social, recomendadas internacionalmente.
         A própria OMS, como órgão competente e norteador de medidas sanitárias, entrou nessa discussão, causando dúvidas e distorções na compreensão das medidas, particularmente na profilaxia e no tratamento. Divulgou tarde o reconhecimento como pandemia e não adotou ações e medicações usadas nos países de maior incidência como China, Espanha e Franca.
        Nesse meio termo, os profissionais e o CFM, inicialmente, ficaram no dilema de adotar ou não as medidas, com excesso de zelo cientificista por falta de estudos. Contudo, tivemos a iniciativa de milhares de profissionais que começaram a usar os remédios recomendados e empregados nas outras pandemias, como a Cloroquina e Ivermectina e antivirais (Oseltamivir=Tamiflu). Os resultados foram surpreendentes e a aderência pelos Médicos foi aceita, salvando muitas vidas.   
       A doença deixou de ser uma “gripezinha” politizada para se tornar uma doença que abalou a economia mundial e as relações comerciais internacionais, pegando países e governos de surpresa, com queda de bolsas e retração da economia, afetando a indústria, os pequenos e médios empresários, gerando desemprego, queda de consumo e demissões.  No Brasil, para compensar isso, o Governo Bolsonaro emitiu medidas de repasse de recursos emergenciais para o cidadão carente e para as empresas. 
         Houve também o repasse de recursos federais para as unidades de saúde, hospitais e clínicas para socorrer a falta de equipamentos de urgência/emergência e a crônica falta de leitos para pacientes  graves, que necessitavam de intubação, respiradores e monitorização. Os valores repassados pela União foram amplamente divulgados.
       Em muitos casos o altruísmo e abnegação dos Médicos, Enfermeiros e equipe de saúde superou essas deficiências, cujo heroísmo e humanismo suplantou as carências e omissão dos gestores e governantes, que em muito casos se aproveitaram da situação para desviar e superfaturar os preços das compras emergenciais não licitadas, o que atrasou medidas para conter a Covid19.
         Continuará havendo discussões e desentendimentos, mas a Medicina e as outras profissões de saúde não entraram nessa seara. Tantos se dedicaram de corpo e alma, onde mais de 130 médicos de várias especialidades foram ao óbito, inclusive no Amapá, devido a contaminação nos locais de trabalho insalubres, entre idosos (+60 anos) e portadores de comorbidades (doenças crônicas preexistentes). A Covid19 revelou as péssimas condições do trabalho em saúde.
         As regras de isolamento e contensão para evitar a transmissão quebrou paradigmas e crenças, pois colocou a população em situação de afastamento social, familiar e comercial, gerando angustia, ansiedade, medo e pânico, exigindo das pessoas mudança de valores, crenças e comportamentos. Nunca uma doença causou quebra de paradigmas como a COVID19 e o CORONAVÍRUS.
       Mas um fato marcante foi o exercício da Medicina ser colocada à prova em todos os setores, onde a cobrança, o foco e a atenção estavam voltados para suas escolhas acertadas e atuação imediata, diante de um doente. Médicos abnegados se afastaram da família; perderam a liberdade. Outros perderam a vida. Muitos ficaram marcados pela revolta da frieza e omissão dos governantes. JARBAS ATAÍDE, 15.06.2020.  
  
            
       
      
                 

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