Por Jarbas de Ataíde
Muitas foram as reflexões, análises
e visões sobre a prática médica em tempo de pandemia. Várias medidas já tinham
sido aprendidas com a experiencia do século passado e de outras doenças, como a
Gripe Espanhola, H1N1, SARs Cov1, MARs, Vaca-Louca, Dengue, Zica, Chikungunya.
Contudo, foi com a COVID19, que
colocou o profissional Médico e a equipe de saúde em cheque, diante das medidas
preventivas, administrativas e curativas. A adoção de medidas de proteção e
prevenção foi quase consenso entre todos, inclusive com adoção pelos Estados e
Municípios das iniciativas de isolamento e distanciamento social, recomendadas
internacionalmente.
A própria OMS, como órgão competente e
norteador de medidas sanitárias, entrou nessa discussão, causando dúvidas e
distorções na compreensão das medidas, particularmente na profilaxia e no
tratamento. Divulgou tarde o reconhecimento como pandemia e não adotou ações e
medicações usadas nos países de maior incidência como China, Espanha e Franca.
Nesse
meio termo, os profissionais e o CFM, inicialmente, ficaram no dilema de adotar
ou não as medidas, com excesso de zelo cientificista por falta de estudos.
Contudo, tivemos a iniciativa de milhares de profissionais que começaram a usar
os remédios recomendados e empregados nas outras pandemias, como a Cloroquina e
Ivermectina e antivirais (Oseltamivir=Tamiflu). Os resultados foram surpreendentes
e a aderência pelos Médicos foi aceita, salvando muitas vidas.
A doença deixou de ser uma “gripezinha”
politizada para se tornar uma doença que abalou a economia mundial e as
relações comerciais internacionais, pegando países e governos de surpresa, com
queda de bolsas e retração da economia, afetando a indústria, os pequenos e
médios empresários, gerando desemprego, queda de consumo e demissões. No Brasil, para compensar isso, o Governo
Bolsonaro emitiu medidas de repasse de recursos emergenciais para o cidadão
carente e para as empresas.
Houve também o repasse de recursos federais
para as unidades de saúde, hospitais e clínicas para socorrer a falta de
equipamentos de urgência/emergência e a crônica falta de leitos para pacientes graves, que necessitavam de intubação,
respiradores e monitorização. Os valores repassados pela União foram amplamente
divulgados.
Em muitos casos o altruísmo e abnegação
dos Médicos, Enfermeiros e equipe de saúde superou essas deficiências, cujo
heroísmo e humanismo suplantou as carências e omissão dos gestores e
governantes, que em muito casos se aproveitaram da situação para desviar e
superfaturar os preços das compras emergenciais não licitadas, o que atrasou
medidas para conter a Covid19.
Continuará havendo discussões
e desentendimentos, mas a Medicina e as outras profissões de saúde não entraram
nessa seara. Tantos se dedicaram de corpo e alma, onde mais de 130 médicos
de várias especialidades foram ao óbito, inclusive no Amapá, devido a
contaminação nos locais de trabalho insalubres, entre idosos (+60 anos) e
portadores de comorbidades (doenças crônicas preexistentes). A Covid19 revelou
as péssimas condições do trabalho em saúde.
As regras de isolamento e contensão
para evitar a transmissão quebrou paradigmas e crenças, pois colocou a
população em situação de afastamento social, familiar e comercial, gerando
angustia, ansiedade, medo e pânico, exigindo das pessoas mudança de valores,
crenças e comportamentos. Nunca uma doença causou quebra de paradigmas como a
COVID19 e o CORONAVÍRUS.
Mas um fato marcante foi o exercício da
Medicina ser colocada à prova em todos os setores, onde a cobrança, o foco e a
atenção estavam voltados para suas escolhas acertadas e atuação imediata,
diante de um doente. Médicos abnegados se afastaram da família; perderam a
liberdade. Outros perderam a vida. Muitos ficaram marcados pela revolta da
frieza e omissão dos governantes. JARBAS ATAÍDE, 15.06.2020.

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