sexta-feira, 19 de junho de 2020

DEMOCRACIA É A BOLA DE ALGODÃO NO TELHADO DE VIDRO DO ‘ADVERSÁRIO’?


DEMOCRACIA É A BOLA DE ALGODÃO NO TELHADO DE VIDRO DO ‘ADVERSÁRIO’?


Reinaldo Coelho

Ter "telhado de vidro" significa ter fragilidades. Se todos as temos porque julgamos os outros? No dia seguinte podemos ser nós a sofrer a humilhação de nos "atirarem pedras".



Na última quarta-feira, recebi do amigo e parceiro Jornalista Bosco Melem, uma mensagem, acompanhe:

Boa tarde amigo.
Meu silêncio por alguns dias se justifica pelo fato de profunda reflexão que me impus para responder uma questão muito difícil.
Não consegui resposta e acho que somente você ou o Pedro Velleda vão poder me ajudar na resposta.

Eis a questão:
Ao falar das acusações que pairam contra o filho do Jair Bolsonaro, recebi como resposta outra pergunta.
E o filho do Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva, que era lavador de bosta de elefante num zoológico e agora é bilionário?
Quer dizer que estão disputando para saber qual filho é mais ou menos ladrão ou eu sou mesmo um enorme IMBECIL?
SERÁ QUE TEMOS UMA DISPUTA FORA DOS PALANQUES PARA VER QUEM ROUBA MENOS OU MAIS? ...
Daí tal questão hipotética me remete a outra pergunta.
Me parece que discursos sobre a prática da DEMOCRACIA são muito parecidos, todos pregam apologia ao regime DEMOCRÁTICO.
Não se fala em quem tem telhado de vidro, como todos tem, jogam bolas de algodão no telhado do outro?
Se nos governos estaduais tem larápios, se nos órgãos de controle têm larápios, se nos órgãos judiciais tem larápios, se no poder central tem larápios, como podem então acusar uns aos outros.

Me parece então que os discursos inflamados pela DEMOCRACIA são BOLAS DE ALGODÃO, ou DEMOCRACIA virou sinônimo de roubalheira e não me avisaram?

Muito bom os questionamentos. Inclusive estava divagando sobre o uso da palavra DEMOCRACIA usada em todo os níveis da sociedade e por políticos. Direitistas, esquerdistas, o governo, a oposição, o STF, o Legislativo, o povo nas redes sociais. Nunca tinha visto tanto se falar em DEMOCRACIA, mas cada um colocando-a a seu benefício ou a seus posicionamentos e ideologias.

Bosco Melem se exasperou e me perguntou:
- Que merda é essa então?
- Tem solução?
- Ou vamos apenas procurar o sentido das coisas?
- Quem está certo?
- Ou estão todos errados?

Uns dizem que Democracia é para encobrir as falcatruas familiares.
Outros dizem que Democracia é para julgarem com parcialidade.
Tem os dizem que Democracia é licença para roubar a vontade.
Aqueles para quem a Democracia é a eternização no poder, pessoal ou por descendente.
E há até quem diga que Democracia é a forma de legislar em interesse próprio.

Fiquei mais enrolado feito Anaconda num Jacaré, fazendo força para engolir esses disparates de políticos que usam a palavra DEMOCRACIA como escudo de defesa para seus posicionamentos e ao mesmo tempo jogam Bolas de Algodão no telhado de vidro dos adversários, pois o seu é mais frágil e não suportaria um revés.

Comecei a atender os questionamentos do amigo jornalista Melem, analisando as ações da democracia na sociedade onde ela é adotada. A DEMOCRACIA cria uma discórdia que não existiria em uma sociedade livre. ... pesquisando ... encontrei Frank Karsten fundador da More Freedom Foundation na Holanda. Junto com Karel Beckman, ele escreveu Além da Democracia: porque a democracia não conduz à solidariedade, à prosperidade e à liberdade, mas sim a conflitos sociais, gastos exagerados e tirania governamental. 
De acordo com Karel Beckman, em uma sociedade livre os Indivíduos não se importam se o sujeito que lhes vende uma xícara de café em uma padaria é judeu, católico, protestante, muçulmano, ateu, branco, preto, solteiro, casado, gay, hétero, velho, jovem, nativo, imigrante, alcoólatra, abstêmio ou qualquer outra designação. Nada disso importa no curso de sua interatividade diária com as pessoas.
Por meio do comércio e da cooperação cada pessoa ajuda as outras a alcançar suas aspirações. Se alguém diferente de você se muda para a sua vizinhança, você fará o seu melhor para lidar bem com ele. Seja na igreja, no shopping, na academia ou até mesmo casualmente nas ruas, nós sempre nos esforçamos para encontrar maneiras de sermos civis e prestativos.
Agora, coloque estas mesmas pessoas na arena política e elas imediatamente se tornam inimigas. Porquê? A política não é cooperativa como o mercado; ela é exploradora. O sistema é configurado para ameaçar a identidade e as opções dos outros. Todo mundo deve batalhar para impor as suas preferências.  Consequentemente, coalizões se formam, bem como alianças espúrias e momentâneas, que constantemente se alteram. Este é o mundo imoral em que o Estado — por meio da máquina eleitoral — nos joga. Nele, torcemos para que o ‘nosso cara’ vença e desejamos a morte política do oponente.

O jogo democrático confunde as pessoas em relação ao real inimigo. O Estado é a instituição que gera e vive à custa destas divisões. No entanto as pessoas são distraídas deste fato por causa do endeusamento do sistema. Os negros culpam os brancos, os homens culpam as mulheres, os héteros culpam os gays, os pobres culpam os ricos, e assim vai, em um infinito número de combinações possíveis.
O resultado final é a destruição dos cidadãos e uma vida próspera para a elite política.
Todo ano eleitoral os adversários políticos se apresentam aos eleitores como os defensores dos pilares da democracia brasileira. Eles são os corretos e somente eles há podem manter em toda sua pujança.
A democracia se apoia em três princípios fundamentais: você tem o direito de votar, você tem o direito de concorrer a um cargo público, e a maioria decide.  E só. Em nenhum lugar está escrito, por exemplo, que a democracia garante o direito à liberdade de expressão, um direito que muitas pessoas associam à democracia. Mas esses direitos estão firmados nas Cartas Magnas de cada país, que as tem como forma de governo.
No Brasil a liberdade de expressão é garantida pela Constituição de 1988, principalmente nos incisos IV e IX do artigo 5º. Enquanto o inciso IV é mais amplo e trata da livre manifestação do pensamento, o inciso IX foca na liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação.

A democracia e os políticos

Dado que os políticos democraticamente eleitos ficarão apenas temporariamente no cargo, e eles não são os proprietários dos recursos à sua disposição, serão eles acometidos de um irrefreável incentivo para gastar dinheiro público em projetos que os tornem populares, desconsiderando as consequências futuras de tal ato ... 
Os problemas que eles criam ao longo do caminho, como o forte aumento da dívida pública, serão deixados para que seus sucessores resolvam ...
Uma sociedade democrática é como um carro alugado — ou pior: um carro que é não propriedade de ninguém e utilizado por todos. Rapidamente se destrói.
A cada novo potencial de candidato a cargo público lançado, não faltam expectativas e esperanças da população. É nessa perspectiva otimista – bem comum no brasileiro médio – que se baseia um sem número de personagens que aparecem no cenário como faróis a iluminar os caminhos: seja numa cidade, num estado ou num país. E é essa a nossa realidade, infelizmente, no nosso Estado, no nosso município e no nosso Brasil.
A história recente com outsiders da política levou Donald Trump à Casa Branca e ainda é uma caixinha de surpresas.
O apresentador Luciano Huck é apenas um exemplo daqueles que têm o nome ventilado para cargos públicos e o telhado de vidro começa a receber pedradas, que dificilmente resistiriam a um processo de desconstrução de uma campanha eleitoral.

Os novos não competem com os velhos políticos.

Por isso que uma parcela considerável dos velhos políticos sempre sai em vantagem quando disputa o pleito: os telhados já resistiram ao processo e, certamente, resistiriam um pouco mais. Temos um exemplo na Região Norte a família política Barbalho, o patriarca já foi apedrejado com toneladas de pedras e hoje o seu sucessor, o filho Helder Barbalho, está tentando blindar seu telhado.

Lula que não espere acenos de PDT e PSB – #Acesse Política | O ...Aqui no Amapá temos as oligarquias das famílias Capiberibe e Góes, os azuis e os amarelos, que vem se revezando em todos os poderes estaduais. E sempre duelando pelo que fizeram e não pelo que deveriam fazer. Muitas vezes não dando continuidade a ações benéficas, iniciadas pelos adversários. Hoje adversários políticos, mas além de elos familiares, pois as duas famílias são geneticamente únicas, já fizeram parte das mesmas coligações.
Um dos maiores problemas das gestões esquerdistas no Amapá é a falta de estruturação contínua das redes de Saúde e da Educação, e o descaso com o Saneamento Básico. O comum são os escândalos de desvios de recursos, na Saúde e na Educação, em valores astronômicos. Nenhuma dessas oligarquias tem a ficha limpa. Ou seja, o telhado de vidro é frágil.

Mas nem sempre o vidro é integralmente blindado. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um exemplar vivo. Para falar de um passado recente do petista, desde o mensalão, nos idos de 2006, os adversários não param de tentar desconstruí-lo politicamente, e ele resistiu bem até ser praticamente excluído da disputa eleitoral após ser condenado em segunda instância, atualmente em liberdade, Lula está há um passo de voltar a cadeia. Paralelo a isso Lula vem tentando afastar os holofotes das investigações dos filhos, já alcançados pelos investigadores federais de participação em ações corruptas, desde que ele ocupava o Palácio do Planalto.

Outro que está vendo o telhado de vidro começar a abrir rachaduras é o presidente Jair Bolsonaro, que se intitula defensor de plantão da DEMOCRACIA e está com seríssimos problemas com seus herdeiros, submetidos diariamente a especulações de ações ilegais. Em um final de semana, a imagem de “mito”, pregada por seus seguidores, foi afetada por denúncias reais e falas impróprias do próprio chefe do Poder Executivo.


Nessa quinta-feira, mais um petardo foi lançado no telhado de Bolsonaro, o famoso Queiroz foi preso, assessor e motorista do filho Flavio Bolsonaro, acusado de liderar as rachadinhas na Alerj, foi a festa das manchetes de toda a imprensa nacional.

Na época em que o Lula era presidente, ninguém falava nada da roubalheira, dos desvios, dos trambiques, da sociedade da Telemar, do dono do Sitio de Atibaia com o filho do Lula? ... Falavam sim, a diferença era que era abafada e a matéria pautada não se criava, o peso dos recursos de publicidade abafavam.
Hoje os filhos do presidente, com as denúncias de Rachadinha de Flávio Bolsonaro, financiaram prédios da milícia e a prisão do seu assessor Queiroz; as denúncias do gabinete do Ódio, comandadas por Carlos Bolsonaro, espalhando fake News, estão sendo investigadas e não saem das pautas nos três turnos das emissoras de rádio e TV. Ajudadas por exposições irritadas do presidente dando munição para os escândalos diários de seu governo, sem denúncias de roubos ou desvios.
Outros que estão bradando a defesa da democracia sãos os ministros do STF, tendo como paladino da Justiça e caçador de ofensores, o ministro Alexandro de Moraes, com o telhado já perfurado.
Por isso a imprensa é imprescindível para arremessar petardos contra todo e qualquer candidato a cargo público. ... Talvez assim eles mostrem faces mais reais do que são. Ou não! Basta lembrar que figuras como José Serra, Geraldo Alckmin, Michel Temer, Aécio Neves e tantos outros dão “a cara a tapa” e continuam com seus telhados em pé. Ou ao menos sobrevivem com goteiras. (Fonte Fernando Duarte)

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