DEMOCRACIA É A BOLA DE ALGODÃO NO TELHADO DE VIDRO DO
‘ADVERSÁRIO’?
Reinaldo Coelho
Ter "telhado de vidro" significa
ter fragilidades. Se todos as temos porque julgamos os outros? No dia seguinte
podemos ser nós a sofrer a humilhação de nos "atirarem pedras".
Na última quarta-feira, recebi do amigo e parceiro Jornalista Bosco Melem, uma mensagem, acompanhe:
Boa tarde amigo.
Meu silêncio por alguns dias se justifica
pelo fato de profunda reflexão que me impus para responder uma questão muito
difícil.
Não consegui resposta e acho que somente você
ou o Pedro Velleda vão poder me ajudar na resposta.
Eis a questão:
Ao falar das acusações que pairam contra o
filho do Jair Bolsonaro, recebi como resposta outra pergunta.
E o filho do Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva, que
era lavador de bosta de elefante num zoológico e agora é bilionário?
Quer dizer que estão disputando para saber
qual filho é mais ou menos ladrão ou eu sou mesmo um enorme IMBECIL?
SERÁ QUE TEMOS UMA DISPUTA FORA DOS PALANQUES
PARA VER QUEM ROUBA MENOS OU MAIS? ...
Daí tal questão hipotética me remete a outra
pergunta.
Me parece que discursos sobre a prática da
DEMOCRACIA são muito parecidos, todos pregam apologia ao regime DEMOCRÁTICO.
Não se fala em quem tem telhado de vidro,
como todos tem, jogam bolas de algodão no telhado do outro?
Se nos governos estaduais tem larápios, se
nos órgãos de controle têm larápios, se nos órgãos judiciais tem larápios, se
no poder central tem larápios, como podem então acusar uns aos outros.
Me parece então que os discursos inflamados
pela DEMOCRACIA são BOLAS DE ALGODÃO, ou DEMOCRACIA virou sinônimo de
roubalheira e não me avisaram?
Muito bom os questionamentos. Inclusive estava
divagando sobre o uso da palavra DEMOCRACIA usada em todo os níveis da sociedade e por políticos. Direitistas, esquerdistas,
o governo, a oposição, o STF, o Legislativo, o povo nas redes sociais. Nunca
tinha visto tanto se falar em DEMOCRACIA, mas cada um colocando-a a seu
benefício ou a seus posicionamentos e ideologias.
Bosco Melem se exasperou e me perguntou:
- Que merda é essa então?
- Tem solução?
- Ou vamos apenas procurar o sentido das
coisas?
- Quem está certo?
- Ou estão todos errados?
Uns dizem que Democracia é para encobrir as
falcatruas familiares.
Outros dizem que Democracia é para julgarem
com parcialidade.
Tem os dizem que Democracia é licença para
roubar a vontade.
Aqueles para quem a Democracia é a
eternização no poder, pessoal ou por descendente.
E há até quem diga que Democracia é a forma
de legislar em interesse próprio.
Fiquei mais enrolado feito Anaconda num Jacaré,
fazendo força para engolir esses disparates de políticos que usam a palavra DEMOCRACIA
como escudo de defesa para seus posicionamentos e ao mesmo tempo jogam Bolas de
Algodão no telhado de vidro dos adversários, pois o seu é mais frágil e não
suportaria um revés.
Comecei a atender os questionamentos do amigo
jornalista Melem, analisando as ações da democracia na sociedade onde ela é
adotada. A DEMOCRACIA cria uma discórdia que não existiria em uma sociedade
livre. ... pesquisando ... encontrei Frank Karsten fundador da More Freedom
Foundation na Holanda. Junto com Karel Beckman, ele escreveu Além da
Democracia: porque a democracia não conduz à solidariedade, à prosperidade e à
liberdade, mas sim a conflitos sociais, gastos exagerados e tirania governamental.
De acordo com Karel Beckman, em uma sociedade
livre os Indivíduos não se importam se o sujeito que lhes vende uma xícara de
café em uma padaria é judeu, católico, protestante, muçulmano, ateu, branco,
preto, solteiro, casado, gay, hétero, velho, jovem, nativo, imigrante,
alcoólatra, abstêmio ou qualquer outra designação. Nada disso importa no curso
de sua interatividade diária com as pessoas.
Por meio do comércio e da cooperação cada
pessoa ajuda as outras a alcançar suas aspirações. Se alguém diferente de você
se muda para a sua vizinhança, você fará o seu melhor para lidar bem com ele. Seja
na igreja, no shopping, na academia ou até mesmo casualmente nas ruas, nós
sempre nos esforçamos para encontrar maneiras de sermos civis e prestativos.
Agora, coloque estas mesmas pessoas na arena
política e elas imediatamente se tornam inimigas. Porquê? A política não é
cooperativa como o mercado; ela é exploradora. O sistema é configurado para
ameaçar a identidade e as opções dos outros. Todo mundo deve batalhar para
impor as suas preferências.
Consequentemente, coalizões se formam, bem como alianças espúrias e
momentâneas, que constantemente se alteram. Este é o mundo imoral em que o Estado
— por meio da máquina eleitoral — nos joga. Nele, torcemos para que o ‘nosso
cara’ vença e desejamos a morte política do oponente.
O jogo democrático confunde as pessoas em
relação ao real inimigo. O Estado é a instituição que gera e vive à custa
destas divisões. No entanto as pessoas são distraídas deste fato por causa do
endeusamento do sistema. Os negros culpam os brancos, os homens culpam as
mulheres, os héteros culpam os gays, os pobres culpam os ricos, e assim vai, em
um infinito número de combinações possíveis.
O resultado final é a destruição dos cidadãos
e uma vida próspera para a elite política.
Todo ano eleitoral os adversários políticos
se apresentam aos eleitores como os defensores dos pilares da democracia
brasileira. Eles são os corretos e somente eles há podem manter em toda sua
pujança.
A democracia se apoia em três princípios
fundamentais: você tem o direito de votar, você tem o direito de concorrer a um
cargo público, e a maioria decide. E só.
Em nenhum lugar está escrito, por exemplo, que a democracia garante o direito à
liberdade de expressão, um direito que muitas pessoas associam à democracia.
Mas esses direitos estão firmados nas Cartas Magnas de cada país, que as tem
como forma de governo.
No Brasil a liberdade de expressão é
garantida pela Constituição de 1988, principalmente nos incisos IV e IX do
artigo 5º. Enquanto o inciso IV é mais amplo e trata da livre manifestação do
pensamento, o inciso IX foca na liberdade de expressão da atividade
intelectual, artística, científica e de comunicação.
A democracia e os políticos
Dado que os políticos democraticamente
eleitos ficarão apenas temporariamente no cargo, e eles não são os
proprietários dos recursos à sua disposição, serão eles acometidos de um
irrefreável incentivo para gastar dinheiro público em projetos que os tornem
populares, desconsiderando as consequências futuras de tal ato ...
Os problemas que eles criam ao longo do
caminho, como o forte aumento da dívida pública, serão deixados para que seus
sucessores resolvam ...
Uma sociedade democrática é como um carro
alugado — ou pior: um carro que é não propriedade de ninguém e utilizado por
todos. Rapidamente se destrói.
A cada novo potencial de candidato a cargo
público lançado, não faltam expectativas e esperanças da população. É nessa
perspectiva otimista – bem comum no brasileiro médio – que se baseia um sem
número de personagens que aparecem no cenário como faróis a iluminar os
caminhos: seja numa cidade, num estado ou num país. E é essa a nossa realidade,
infelizmente, no nosso Estado, no nosso município e no nosso Brasil.
A história recente com outsiders da política
levou Donald Trump à Casa Branca e ainda é uma caixinha de surpresas.
O apresentador Luciano Huck é apenas um
exemplo daqueles que têm o nome ventilado para cargos públicos e o telhado de
vidro começa a receber pedradas, que dificilmente resistiriam a um processo de
desconstrução de uma campanha eleitoral.
Os novos não competem com os velhos políticos.
Por isso que uma parcela considerável dos
velhos políticos sempre sai em vantagem quando disputa o pleito: os telhados já
resistiram ao processo e, certamente, resistiriam um pouco mais. Temos um
exemplo na Região Norte a família política Barbalho, o patriarca já foi
apedrejado com toneladas de pedras e hoje o seu sucessor, o filho Helder
Barbalho, está tentando blindar seu telhado.
Aqui no Amapá temos as oligarquias das
famílias Capiberibe e Góes, os azuis e os amarelos, que vem se revezando em
todos os poderes estaduais. E sempre duelando pelo que fizeram e não pelo que
deveriam fazer. Muitas vezes não dando continuidade a ações benéficas,
iniciadas pelos adversários. Hoje adversários políticos, mas além de elos
familiares, pois as duas famílias são geneticamente únicas, já fizeram parte
das mesmas coligações.
Um dos maiores problemas das gestões
esquerdistas no Amapá é a falta de estruturação contínua das redes de Saúde e
da Educação, e o descaso com o Saneamento Básico. O comum são os escândalos de
desvios de recursos, na Saúde e na Educação, em valores astronômicos. Nenhuma
dessas oligarquias tem a ficha limpa. Ou seja, o telhado de vidro é frágil.
Mas nem sempre o vidro é integralmente
blindado. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um exemplar vivo. Para
falar de um passado recente do petista, desde o mensalão, nos idos de 2006, os
adversários não param de tentar desconstruí-lo politicamente, e ele resistiu
bem até ser praticamente excluído da disputa eleitoral após ser condenado em
segunda instância, atualmente em liberdade, Lula está há um passo de voltar a
cadeia. Paralelo a isso Lula vem tentando afastar os holofotes das
investigações dos filhos, já alcançados pelos investigadores federais de
participação em ações corruptas, desde que ele ocupava o Palácio do Planalto.
Outro que está vendo o telhado de vidro
começar a abrir rachaduras é o presidente Jair Bolsonaro, que se intitula defensor
de plantão da DEMOCRACIA e está com seríssimos problemas com seus herdeiros, submetidos
diariamente a especulações de ações ilegais. Em um final de semana, a imagem de
“mito”, pregada por seus seguidores, foi afetada por denúncias reais e falas
impróprias do próprio chefe do Poder Executivo.
Nessa quinta-feira, mais um petardo foi lançado no telhado de Bolsonaro, o famoso Queiroz foi preso, assessor e motorista do filho Flavio Bolsonaro, acusado de liderar as rachadinhas na Alerj, foi a festa das manchetes de toda a imprensa nacional.
Na época em que o Lula era presidente,
ninguém falava nada da roubalheira, dos desvios, dos trambiques, da sociedade
da Telemar, do dono do Sitio de Atibaia com o filho do Lula? ... Falavam sim, a
diferença era que era abafada e a matéria pautada não se criava, o peso dos
recursos de publicidade abafavam.
Hoje os filhos do presidente, com as
denúncias de Rachadinha de Flávio Bolsonaro, financiaram prédios da milícia e a
prisão do seu assessor Queiroz; as denúncias do gabinete do Ódio, comandadas
por Carlos Bolsonaro, espalhando fake News, estão sendo investigadas e não saem
das pautas nos três turnos das emissoras de rádio e TV. Ajudadas por exposições
irritadas do presidente dando munição para os escândalos diários de seu
governo, sem denúncias de roubos ou desvios.
Outros que estão bradando a defesa da
democracia sãos os ministros do STF, tendo como paladino da Justiça e caçador
de ofensores, o ministro Alexandro de Moraes, com o telhado já perfurado.
Por isso a imprensa é imprescindível para
arremessar petardos contra todo e qualquer candidato a cargo público. ... Talvez
assim eles mostrem faces mais reais do que são. Ou não! Basta lembrar que
figuras como José Serra, Geraldo Alckmin, Michel Temer, Aécio Neves e tantos
outros dão “a cara a tapa” e continuam com seus telhados em pé. Ou ao menos
sobrevivem com goteiras. (Fonte Fernando Duarte)




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