Macapá utiliza na
pavimentação tecnologias de blocos de concreto
Reinaldo Coelho
Para quem vive ou
já viveu em uma rua sem pavimentação sabe muito bem o valor de ter esse direito
garantido e os transtornos enfrentados com a poeira, lama, buracos e pedras
soltas. Ter uma rua pavimentada com asfalto ou o equivalente de qualidade é um
direito de todos e dever das prefeituras municipais, contudo vias sem
infraestrutura ainda são uma realidade nos municípios amapaense, principalmente
na capital amapaense.
Segundo a
Constituição Federal Brasileira de 1988 é dever de toda a prefeitura municipal
prover uma pavimentação de qualidade para as vias urbanas, realizar a
manutenção, fazer a drenagem para a água da chuva e a sinalização das ruas,
investimentos estes que refletem diretamente na economia, saúde e bem estar da
comunidade.
Um dos maiores
problemas da pavimentação asfáltica nas cidades brasileiras, principalmente da
Região Norte que tem uma constância e prolongado do inverno amazônico, quase
seis meses de chuvas, provocando assim alagamentos devido a impermeabilização do
solo das artérias das comunidades.
Com
a pavimentação das ruas com blocos de concreto, além de melhorar o trânsito de
veículos, vai amenizar problemas como o escoamento da água e evitar a lama no
período chuvoso e a poeira no tempo seco. Destaque-se que as ruas e avenidas a
receberem essa tecnologia, deverão ter um controle do tipo de veículo a
circular, sem causar danos de afundamentos do material.
Macapá está
experimentando essa nova tecnologia em um dos bairros do município, o Bairro
Universidade no Conjunto da Embrapa, a exemplo de outros municípios brasileiros
e inclusive amapaense, pois o município de Mazagão recebeu o serviço nas ruas
do Distrito de Mazagão Velho.
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| Logradouros de Mazagão Velho já utilizam os bloquetes como pavimentação |
O governo do
Estado Amapá (GEA), já realizou obras com a mesmas tecnologia na comunidade de
São Pedro dos Bois, área rural distante 70 km de Macapá. O GEA executou em 2019
as obras de pavimentação da via de 513 metros com bloquetes, drenagem, meio-fio
e calçada.
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| Comunidade de São Pedro dos Bois, recebeu em 2019 em sua principal avenida bloquetes feitas pelo GEA |
Vale
lembrar que cidades históricas de Minas Gerais como Ouro Preto, São João Del
Rei e outras, pavimentadas no tempo do império, até hoje preservam suas
pavimentações intactas num sistema rústico, porém similar, usando-se na época
paralelepípedos, muito utilizados em muitas cidades europeias. No Brasil já foi
utilizado e infelizmente a modernidade trouxe o asfaltou, oriundo do petróleo,
considerado uma dos maiores produtos poluidores da humanidade e seus derivados,
caso do asfalto industrializado, que tem em seus componentes o pinche.
A experiência no Conjunto da Embrapa
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| Pavimentação com bloquetes no Conjunto da Embrapa |
Primeira
experiência, no conjunto da Embrapa, vinha sendo implantada até o início da
pandemia, que acometeu operários, mas que deve ser retomada ainda esta semana. O secretário-adjunto de
governo da Prefeitura de Macapá, David Covre, que coordena o Plano Municipal de
Obras, disse na segunda-feira (22) em entrevista no rádio, que está sendo
testada uma nova tecnologia de pavimentação com blocos de concreto, que além de
um custo menor tem uma durabilidade maior que o asfalto convencional. A
primeira experiência tem sido no Conjunto da Embrapa, zona sul de Macapá,
apesar de certo atraso no cronograma da empresa contratada.
Davi Covre explicou que a empresa que venceu
a licitação da obra não conseguiu concluir a obra, cabendo ao município adotar
as medidas que a legislação determina. “Nós retiramos a empresa que parou a obra e
chamamos a segunda colocada no certame, que manifestou interesse e retomou a
obra”, anunciou o secretário, acrescentando que tudo caminhava bem até
surgir a pandemia e alguns operários terem contraído Covid-10, inclusive o dono
da firma e sua esposa.
Ele explicou ainda que os recursos para o
custeio da obra são provenientes do projeto Calha Norte, do Ministério da
Defesa, mas são específicos para a pavimentação em blocos de concreto, cabendo
ao município bancar os serviços para a implantação de uma rede de drenagem,
algo extremamente necessário dado o histórico daquelas imediações – de muitos
alagamentos e transtornos – o que teria feito até moradores abandonarem suas
casas.
Importância
e vantagens ecológico e ambiental
Segundo técnicos do setor, entre as vantagens
dessa modalidade, apropriada para vias locais e secundárias, a possibilidade
até de uso de mão de obra comunitária quando a obra se dá em zonas rurais dos
municípios.
As
vantagens da utilização desse material como pavimento é que com rejuntamento
simples de areia, possibilita-se a infiltração no solo condicionando uma
absorção média diminuindo o escoamento superficial causador de enxurradas que
leva transtorno a população, além de na necessidade de se dar manutenção nas
redes de água e esgoto, podem ser retirados e recolocados com facilidade sem
maiores danos na infraestrutura viária e com baixo custo.
O uso de bloquetes na pavimentação de ruas de
médio e pequeno porte propiciaria economia, rapidez e versatilidade na
manutenção, além de contribuir com o aspecto climático por irradiar menos calor
do que o sistema tradicional com asfalto. Isso por causa de sua composição
cimentícia de cor clara e porosa, o que possibilita a capacidade de refletir os
raios solares com mais eficiência.
O bloquete contribui, assim, também para as
questões ambientais quanto a temperatura e a infiltração das águas pluviais no
solo evitando-se os escoamentos superficiais das devastadoras enxurradas,
apesar de possuir capacidade de abrasão maior comparado com o asfalto.








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