segunda-feira, 20 de julho de 2020

OS AMIGOS DO CORONAVÍRUS


OS AMIGOS DO CORONAVÍRUS  


A prioridade agora é salvar vidas. Os amigos do Coronavírus,  sejam o povo ou os políticos parece, são incapazes de assimilar isso.

 Reinaldo Coelho 

A princípio, vivemos uma tragédia nacional com a morte de cerca de 79.488 mil brasileiros, aliada a uma devastação inédita da economia e dos empregos. Isto deveria ser mais do que suficiente para exigir um comportamento mais ético e solidário das pessoas.

Com 120 dias de quarentena, isolamento social, lockdown e por ai a fora... Com resultado uma diminuição das contaminações e mortes causados pelo coronavírus, junto com os apelos para uma flexibilização do comercio e a volta do funcionamentos de serviços considerados não essências, como bares, restaurantes e balneários, os prefeitos elaboram regras e começaram a liberar e pedindo cautela e que a distância fosse mantida.




O empresariado cumpriu as determinações, mesmo sem renda montaram estruturas de higienização e o desatamento entre as pessoas durante as compra e as refeições. Porém, infelizmente uma minoria, principalmente as que tem recursos, fizeram uma correria ao comércio, aos bares, as praias e tudo isso sem proteção, com aglomeração, e o pior agredindo os servidores que estavam fazendo cumprir a lei.

As imagens são aterradoras, arrepiantes. Festas em sítios, balneários com barcos lotados, bebidas alcoolicas, sem mascaras e distanciamentos, sem higienização. Os noticiários proliferaram as notícias negativas. As redes sociais apresentaram vídeos de desembargadores, engenheiros, advogados agredindo fiscais.

Aqui em Macapá, além das festas particulares, praias e balneários, muitos viajaram para Belém e chegaram até Salinas, mantendo as aglomerações e se contaminando e no retorno a Macapá, devem trazer de volta a contaminação que deverá ter outro boom? Esse é o medo do prefeito Clécio e dos que estão se resguardando, esperando uma queda acentuada da contaminação, mas parece, que não será agora.

Isso é falta de empatia com o outro, pois cuidando de si estará protegendo os seus e os vizinhos. O que nos resta é a vacina. Porque o brasileiro não faz o certo?

Infelizmente, a realidade apenas nos mostra, também,  a total insensibilidade das castas políticas e econômicas que dominam o nosso país. Falar em reduzir um só centavo de mordomias, no Congresso Federal, Assembleias Estaduais ou Câmaras Municipais, além dos poderes públicos em geral, é falar de corda em casa de enforcado.

Existem exceções, mas o mantra é o conhecido “farinha pouca, meu pirão primeiro”. A voracidade e ganância da maioria deles não tem limites.
Lamentavelmente, temos que informar que o “tudo que está aí!” continua muito bem.
Aliás, engordou!

Como previsto, os bilhões do Orçamento colocados nas mãos dos Governos Estaduais e Municipais para socorrer as vítimas já ganharam os seus previsíveis “descaminhos”.

Para estes, mais do que gerir uma Pandemia, o importante é tirar vantagem dela e, sob a sombra da emergência, desviar recursos sob os mais diversos esquemas.

Superfaturar respiradores inúteis, contratar dezenas de Organizações Sociais para construir hospitais de campanha de brinquedo e prestar serviços que não são vistos.

Até as eleições municipais, além da prorrogação do auxílio emergencial, eles vão tratar de arrancar dos cofres públicos dinheiro suficiente para Prefeitos e Vereadores inundarem a campanha de cestas básicas.

É pelo pseudoassistencialismo – outro acionista desta tragédia – que o Centrão pretende fazer a festa da situação.

Mas não são apenas as medidas do Governo que produzem sócios do Coronavírus, mas também a falta delas.

Após a reunião ministerial de 22 de abril – um mês depois -, os dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostraram que o ministro escancarou a passagem da boiada, com um aumento de 55% no desmatamento no primeiro quadrimestre do ano em relação ao mesmo período de 2019.

Mas não é só, o Rio de Janeiro teve o abril de maior letalidade policial dos últimos 18 anos.
Parece que com menos circulação de pessoas nas ruas, os policiais ganharam, finalmente, o ansiado excludente de ilicitude.

É imoral, é criminosa, a atitude destas castas privilegiadas ao insistirem em suas ambições execráveis enquanto a população come o pão que o diabo amassou.

Tudo isto num país pobre e dependente de logística e recursos técnicos parcos e que está dando nós nas tripas tentando sobreviver.

Seja pela periculosidade fatal da Pandemia, seja pelas consequências desastrosas na Economia.

Ambas as frentes de batalha são indivisíveis.

A prioridade, agora, é salvar vidas, sem desdenhar da importância de manter o país funcionando.

Os amigos do Coronavírus, parece, são incapazes de assimilar isso.



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