OS AMIGOS DO CORONAVÍRUS
A prioridade agora é salvar vidas. Os amigos do Coronavírus, sejam o povo ou os políticos parece, são incapazes de assimilar isso.
A princípio, vivemos uma tragédia nacional
com a morte de cerca de 79.488 mil brasileiros, aliada a uma devastação inédita da
economia e dos empregos. Isto deveria ser mais do que suficiente para exigir um
comportamento mais ético e solidário das pessoas.
Com 120 dias de quarentena, isolamento social, lockdown e por ai a fora... Com resultado uma diminuição das contaminações e mortes causados pelo coronavírus, junto com os apelos para uma flexibilização do comercio e a volta do funcionamentos de serviços considerados não essências, como bares, restaurantes e balneários, os prefeitos elaboram regras e começaram a liberar e pedindo cautela e que a distância fosse mantida.
O empresariado cumpriu as determinações,
mesmo sem renda montaram estruturas de higienização e o desatamento entre as
pessoas durante as compra e as refeições. Porém, infelizmente uma minoria,
principalmente as que tem recursos, fizeram uma correria ao comércio, aos
bares, as praias e tudo isso sem proteção, com aglomeração, e o pior agredindo
os servidores que estavam fazendo cumprir a lei.
As imagens são aterradoras, arrepiantes.
Festas em sítios, balneários com barcos lotados, bebidas alcoolicas, sem
mascaras e distanciamentos, sem higienização. Os noticiários proliferaram as notícias
negativas. As redes sociais apresentaram vídeos de desembargadores,
engenheiros, advogados agredindo fiscais.
Aqui em Macapá, além das festas particulares,
praias e balneários, muitos viajaram para Belém e chegaram até Salinas,
mantendo as aglomerações e se contaminando e no retorno a Macapá, devem trazer
de volta a contaminação que deverá ter outro boom? Esse é o medo do prefeito
Clécio e dos que estão se resguardando, esperando uma queda acentuada da
contaminação, mas parece, que não será agora.
Isso é falta de empatia com o outro, pois
cuidando de si estará protegendo os seus e os vizinhos. O que nos resta é a
vacina. Porque o brasileiro não faz o certo?
Infelizmente, a realidade apenas nos mostra,
também, a total insensibilidade das
castas políticas e econômicas que dominam o nosso país. Falar em reduzir um só
centavo de mordomias, no Congresso Federal, Assembleias Estaduais ou Câmaras
Municipais, além dos poderes públicos em geral, é falar de corda em casa de
enforcado.
Existem exceções, mas o mantra é o conhecido
“farinha pouca, meu pirão primeiro”. A voracidade e ganância da maioria deles
não tem limites.
Lamentavelmente, temos que informar que o
“tudo que está aí!” continua muito bem.
Aliás, engordou!
Como previsto, os bilhões do Orçamento
colocados nas mãos dos Governos Estaduais e Municipais para socorrer as vítimas
já ganharam os seus previsíveis “descaminhos”.
Para estes, mais do que gerir uma Pandemia, o
importante é tirar vantagem dela e, sob a sombra da emergência, desviar
recursos sob os mais diversos esquemas.
Superfaturar respiradores inúteis, contratar
dezenas de Organizações Sociais para construir hospitais de campanha de
brinquedo e prestar serviços que não são vistos.
Até as eleições municipais, além da
prorrogação do auxílio emergencial, eles vão tratar de arrancar dos cofres
públicos dinheiro suficiente para Prefeitos e Vereadores inundarem a campanha
de cestas básicas.
É pelo pseudoassistencialismo – outro
acionista desta tragédia – que o Centrão pretende fazer a festa da situação.
Mas não são apenas as medidas do Governo que
produzem sócios do Coronavírus, mas também a falta delas.
Após a reunião ministerial de 22 de abril –
um mês depois -, os dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)
mostraram que o ministro escancarou a passagem da boiada, com um aumento de 55%
no desmatamento no primeiro quadrimestre do ano em relação ao mesmo período de
2019.
Mas não é só, o Rio de Janeiro teve o abril
de maior letalidade policial dos últimos 18 anos.
Parece que com menos circulação de pessoas
nas ruas, os policiais ganharam, finalmente, o ansiado excludente de ilicitude.
É imoral, é criminosa, a atitude destas
castas privilegiadas ao insistirem em suas ambições execráveis enquanto a
população come o pão que o diabo amassou.
Tudo isto num país pobre e dependente de
logística e recursos técnicos parcos e que está dando nós nas tripas tentando
sobreviver.
Seja pela periculosidade fatal da Pandemia,
seja pelas consequências desastrosas na Economia.
Ambas as frentes de batalha são indivisíveis.
A prioridade, agora, é salvar vidas, sem
desdenhar da importância de manter o país funcionando.
Os amigos do Coronavírus, parece, são
incapazes de assimilar isso.
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