Risco de
incêndio ameaça patrimônios culturais do Brasil e no mundo. No Amapá o sinal já foi dado.
Quais são os cuidados contra sinistros para preservar os prédios
históricos do Amapá? São estruturas seculares, que receberam sistemas de energia improvisados e não possuem sistema de proteção contra incêndios ou alagamento
Reinaldo
Coelho
No início da noite da última terça-feira (14), os macapaenses, se assustaram
com uma imagem sinistra que virilizou nas redes sociais. Não foi somente um
susto, foi pânico em perceber que uma dos maiores patrimônios histórico do
Amapá, do Brasil e da Humanidade, a Fortaleza de São José de Macapá, estava
sendo consumida pelo fogo.
Uma imagem aterradora que a iluminação cênica ajudou a expandir, como se
estivesse acontecendo dentro das estruturas da fortaleza. De acordo com o sargento Alan Lau, do Corpo de Bombeiros do Amapá, a
suspeita é que o fogo tenha iniciado por ação humana. O período de estiagem no
Amapá também pode ter favorecido a propagação.
"Tem pessoas que vivem na praça e tem problemas com drogas. Vira e
mexe eles vêm aqui e põe fogo nesse lugar. E aí como é período de estiagem
ocasionou isso, levantando um certo volume de fumaça, dificultando a questão do
trânsito e de pessoas que estavam praticando esporte", explicou.
Após essa situação, o sentimento de que poderíamos perder um símbolo cultural
e histórico que há 238 anos está impávida e colossal na Orla de Macapá,
mantendo seu posicionamento de defesa das terras Tucujus, a população se
desesperou e demostrou o amor e importância desse simbolismo para o Amapá. Ela
é muito amada e respeitada pelos amapaenses e pelos turistas e que tem uma história
do tempo colonial e do império português, poderia ser afetada por um sinistro
provocado por um incauto.
É um sinistro
anunciado
E a uma pergunta veio à mente de todos: Quais são os cuidados utilizados para preservar os prédios históricos
do Amapá?
Os prédios históricos de Macapá, localizados na Cidade Velha da capital
amapaense, foram em sua maioria demolidos, para a construção de prédios
modernos, um desrespeito pela história cultural da cidade, porém os três que
restaram, Fortaleza de São José de Macapá, Igreja de São José de Macapá, Intendência
de Macapá, e o Mercado Central ainda continuam em pé, fragilizados pela
passagem do séculos e por não receberem adaptações seguras de proteção contra incêndios
e alagamentos, a maioria durante o longo inverno amazônico, mostram infiltrações
que vem prejudicando seus alicerces, anunciando sinistros perigosos.
A Fortaleza de São José de Macapá (282 anos), é
considerada uma das sete maravilhas do mundo e foi tombada pelo Iphan, em 1950,
por sua relevância histórica e arquitetônica - foi restaurada pelo governo
estadual, com tratamento paisagístico e prospecções arqueológicas e, na mesma
época, também ocorreu a restauração da imagem de São José, padroeiro dessa
edificação. E está para se tornar patrimônio
material da humanidade.
Idealizada pelos portugueses para defender as
terras do extremo norte e erguida pela mão de obra negra e indígena no século
XVIII. É uma fortaleza complexa do ponto de vista da engenharia militar, além
de possuir grande dimensão quando comparada a outras fortificações brasileiras.
O endereço é uma das principais referências culturais do Estado.
Além da fortaleza que possui uma estrutura robusta e aparentemente
difícil de destruição, que o próprio tempo ainda não fez, devido as
manutenções, porém recebeu um sistema elétrico adaptado a seu projeto inicial.
Igreja Matriz de São José
de Macapá
O prédio sede da igreja católica matriz de São José
de Macapá, localizado no centro da cidade, completou 259 anos, Construída em
1761, a Igreja Matriz foi oficialmente tombada em âmbito estadual que torna o
prédio patrimônio histórico. A estrutura é a mais antiga do estado e, segundo a
Defesa Civil, apresenta desgaste pela falta de reformas. A única restauração no
prédio aconteceu há cerca de quatro décadas, conforme a Diocese de Macapá.
As falhas na estrutura foram identificadas em 2013
pela Defesa Civil. Além de infiltrações e aparecimento de cupins, os bombeiros
constaram o apodrecimento na estrutura de madeira do forro e na cobertura do
prédio. Apesar do laudo, o local não foi interditado.
O prédio da Intendência de Macapá (125 anos), É uma construção do final
do século XIX, mais precisamente de 1895, edificada na administração do
intendente Coriolano Jucá, para funcionar a antiga Intendência de Macapá. E atualmente
abriga o Museu Joaquim Caetano da Silva, é está fechado há 5 anos, com
problemas de goteiras no telhado e estrutura com problemas, e seu acervo histórico
da vida política administrativa de Macapá, sem segurança, uma perda irreparável.
A editoria do Tribuna Amapaense, fez contato com a Defesa Civil do Amapá, é questionou sobre as relevâncias da proteção do patrimônio histórico e cultural do Estado.
Recebemos a seguinte Nota, acompanhe:
O Corpo de Bombeiros Militar do Amapá (CBM/AP) é composto por várias unidades, entre elas a Coordenadoria Estadual de Protecao e Defesa Civil (CEDEC), sendo que a CEDEC tem uma política brasileira própria, que realiza inspeções estruturais, através dos engenheiros que compõe a Coordenadoria.
Quando solicitada, uma equipe composta por engenheiro e técnicos da CEDEC se deslocam para a inspeção e caso ofereça risco, segundo a análise técnica da equipe, emite-se um parecer para que o responsável tome as medidas que lhe forem orientadas, no intuito de sanar qualquer risco existente.
Nos prédios públicos em geral, sejam eles prédios tombados pelo patrimônio histórico ou não, informamos que a corporação dispõe de uma norma que fala quais são os tipos de preventivo.
Por exemplo, a Fortelaza de São José de Macapá é um prédio antigo, que tem uma pessoa jurídica responsável e essa pessoa jurídica deve se adequar as normas do Estado, no quis diz respeito tanto a capacidade de pessoas, quanto aos sistemas de prevenção de incêndio e pânico, uma vez que a mesma foi construída para ter reunião de pessoas, devendo ter, portanto, os sistemas de prevenção. O mesmo acontece com todos os museus e espaços históricos.
As pessoas jurídicas responsáveis por cada órgão são também responsáveis pela implantação dos sistemas, cabendo ao CBM/AP e a CEDEC a vistoria, para a confirmação de que o sistema que chamamos de proteção passiva (detecção de fumaça, chuveiro automático, saída de emergência entre outros) esta instado e em funcionamento,
Além disso, vale ressaltar que se por qualquer motivo, esse sistema apresente algum problema ou não seja capaz de resolver um sinistro, conta-se com a proteção ativa, que são as guarnições do CBM/AP de serviço, que estão em prontidão 24 horas.
A editoria do Tribuna Amapaense, fez contato com a Defesa Civil do Amapá, é questionou sobre as relevâncias da proteção do patrimônio histórico e cultural do Estado.
Recebemos a seguinte Nota, acompanhe:
O Corpo de Bombeiros Militar do Amapá (CBM/AP) é composto por várias unidades, entre elas a Coordenadoria Estadual de Protecao e Defesa Civil (CEDEC), sendo que a CEDEC tem uma política brasileira própria, que realiza inspeções estruturais, através dos engenheiros que compõe a Coordenadoria.
Quando solicitada, uma equipe composta por engenheiro e técnicos da CEDEC se deslocam para a inspeção e caso ofereça risco, segundo a análise técnica da equipe, emite-se um parecer para que o responsável tome as medidas que lhe forem orientadas, no intuito de sanar qualquer risco existente.
Nos prédios públicos em geral, sejam eles prédios tombados pelo patrimônio histórico ou não, informamos que a corporação dispõe de uma norma que fala quais são os tipos de preventivo.
Por exemplo, a Fortelaza de São José de Macapá é um prédio antigo, que tem uma pessoa jurídica responsável e essa pessoa jurídica deve se adequar as normas do Estado, no quis diz respeito tanto a capacidade de pessoas, quanto aos sistemas de prevenção de incêndio e pânico, uma vez que a mesma foi construída para ter reunião de pessoas, devendo ter, portanto, os sistemas de prevenção. O mesmo acontece com todos os museus e espaços históricos.
As pessoas jurídicas responsáveis por cada órgão são também responsáveis pela implantação dos sistemas, cabendo ao CBM/AP e a CEDEC a vistoria, para a confirmação de que o sistema que chamamos de proteção passiva (detecção de fumaça, chuveiro automático, saída de emergência entre outros) esta instado e em funcionamento,
Além disso, vale ressaltar que se por qualquer motivo, esse sistema apresente algum problema ou não seja capaz de resolver um sinistro, conta-se com a proteção ativa, que são as guarnições do CBM/AP de serviço, que estão em prontidão 24 horas.
Grandes sinistros que destruíram
acervos históricos e culturais pelo mundo
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Catedral de Notre-Dame na França |
Exemplos desse tipo de destruição temos no mundo todo, exemplos recentes incluem a Escola de Artes de Glasgow (Reino Unido, 2014 e 2018), o Instituto de Informação Científica sobre Ciências Sociais (Federação Russa, 2015), Biblioteca da Universidade Mzuzu (Malawi, 2015), Museu Nacional de História Natural da Índia (2016), a Catedral Saint Sava de Nova York (Estados Unidos da América, 2016), o Museu Marítimo de Jacarta (Indonésia, 2018), Museu da Língua Portuguesa em São Paulo (São Paulo – dezembro de 2015), Museu Nacional (Rio de Janeiro, Brasil, 2018) e a Catedral de Notre-Dame na França, em 15 de abril de 2019.
O fogo é um grande risco que afeta os bens do patrimônio cultural em todo o mundo. Embora, do ponto de vista de uma única instituição, possa parecer um "evento raro", grandes incêndios podem se tornar rotina quando se considera o conjunto do patrimônio de um país e no caso do Brasil, dos estados e municípios. Além disso, seu impacto é quase sempre catastrófico, causando perda total ou quase total do bem cultural afetado.
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Escola de Artes de Glasgow |
O fogo é um grande risco que afeta os bens do patrimônio cultural em todo o mundo. Embora, do ponto de vista de uma única instituição, possa parecer um "evento raro", grandes incêndios podem se tornar rotina quando se considera o conjunto do patrimônio de um país e no caso do Brasil, dos estados e municípios. Além disso, seu impacto é quase sempre catastrófico, causando perda total ou quase total do bem cultural afetado.
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Museu Nacional do Rio de Janeiro |
Segundo os especialistas, entre as preocupações
estão nas edificações, que são antigas, e também o mau dimensionamento do
sistema elétrico para a realidade atual, logo, a “sobrecarga de energia
propiciaria um desastre”. Na época de construção não existia a energia
elétrica, com o desenvolvimento tecnológico, esses prédios foram recebendo as
adaptações de fiação, porém sem a garantia de que o prédio físico suportaria,
as reações negativas e nem montado sistema de proteção e prevenção.
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Museu da Língua Portuguesa em São Paulo |
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