segunda-feira, 14 de setembro de 2020

FUTEBOL AMAPAENSE E BRASILEIRO DE LUTO - FALECE O GRANDE CRAQUE BRASILEIRO 'BIRA'

  Resultado de imagem para fita de luto png     FUTEBOL AMAPAENSE E                      BRASILEIRO DE LUTO 

 


 

Hoje o futebol brasileiro está de luto, faleceu um dos maiores atacante do Brasil nos anos 70 e 80, o craque amapaense Bira o famoso ‘Bira Burro’, como era carinhosamente conhecido no Brasil. Que descanse em paz! 

 

Reinaldo Coelho 

 

 

            “Eu sou campeão do Oiapoque ao Sul, e o que é que eu ainda quero mais? Só não quero morrer agora. Aqui em Macapá, as pessoas não valorizam muito seus ídolos, mas graças a Deus, em Belém do Pará, Rio Grande do Sul, Belo Horizonte, eu chego no estádio ovacionado. Isso me orgulha muito”. Bira 

 

 

Ubiratan Silva do Espírito Santo, 66 anos mais conhecido como "Bira", era um dos ex-jogadores do Amapá que possui no currículo conquistas importantes para um atleta. Campeão brasileiro, paraense, gaúcho e mineiro estão entre elas. 




 Esse atacante de sucesso nacional, sempre manteve em alta o reconhecimento pelo sucesso no futebol nacional, tanto que recebeu o apoio de seus torcedores e amigos, que ‘torciam’ pela sua vitória contra o câncer.  


Nas redes sociais, viralizou homenagens ao ex-craque do futebol nacional e Tucuju que pedia apoio para financiar os tratamentos que Bira precisava para combater a doença. 

Bira, esteve internado em um hospital particular em Belém no início do ano e realizou uma bateria de exames, incluindo uma biopsia, que constatou que estava com câncer no fígado. Porém, de acordo com a família do jogador o estado do jogador não era grave na época. 


Com apoio do Internacional, Bira prepara volta ao RS para tratamento contra  o câncer | ap | ge


 A  esperança da cura era grande entre todos que o tinham como ídolo e sua família mantinha a esperança da recuperação e contava com apoio e as orações de todos que conheceram e torceram pelo grande Bira. 


O filho do atacante Rafael Biro declarou à imprensa em março, que ao retornarem a Macapá, foi resolvido que o tratamento aconteceria aqui.  

Após internação em Belém, ídolo do Remo e Internacional enfrenta batalha  contra o câncer

“Vamos fazer o tratamento por aqui, pois é a casa dele, ele se sente bem melhor aqui. Ele está bem, o estado de saúde dele é estável. Quando diminuir a pandemia daremos seguimento mais incisivo no tratamento dele”, comentou a imprensa o filho do craque e também jogador de futebol Rafael Biro. 

O atacante no mês de Agosto foi internado na Unecom do Hospital de Clinicas Alberto Lima, onde veio a falecer nesta segunda-feira (14). 

 

QUE FOI O BIRA 

Bira foi o maior artilheiro do Campeonato Paraense de todos os tempos, quando marcou 32 gols com a camisa azulina em 1979, batendo o próprio recorde que era 25, feitos em 1978. A reportagem entrou em contato com Orlando Ruffeil, historiador do Remo, que confirmou que Bira é o quinto maior artilheiro do clube com 115 gols, ficando atrás de Dadinho (163 gols), Alcino (159), Quiba (154) e Mesquita (132). 


Bira, campeão brasileiro pelo Inter, hoje é comentarista esportivo no AP |  globoesporte.com


Como tudo começou 


Tudo começou na esquina mais famosa do bairro do Trem. Hoje conhecida como a “Calçada da Fama: Esquina democrática”, a Avenida Diógenes Silva com a Rua Leopoldo Machado foram os primeiros passos do garotinho, que anos mais tarde, se tornaria o maior artilheiro da região norte em uma só temporada. O campinho era de poeira, ali mesmo perto da casa de seus pais, era o momento da pelada, das brincadeiras com a vizinhança, até chegar uma oportunidade de fato para se lapidar um talento. 


Bira então com 15 anos, passou a ser roupeiro, àquele que trocava, lavava e transportava os uniformes, do Esporte Clube Macapá. Não demorou muito para que o jovem, ainda na adolescência, se destacasse. “E com 16 anos, eu de roupeiro, passei a titular do time juvenil do Esporte Clube Macapá”, recorda. 

A glória estava tomando os primeiros rumos na vida de Bira. Em 1972, o craque fez parte do time dos aspirantes, ainda no E.C. Macapá. Com um marco de 32 gols, ele, junto com Canarana, Kipilino, Lins, João do Bolão, Balalão, Jonas, Munjoca, Doca, Mariozinho e Célio foram campeões invictos pelo time tucuju. E no mesmo ano, pela decisão do novo técnico do time azulino, Lourival Lima, conhecido popularmente como “Chibé”, Bira é promovido ao time titular. 

REVELADO NO AMAPÁ 

Ubiratã Espírito Santo foi revelado no futebol do Amapá, chegou ao Baenão no início dos anos 70 do século XX, após uma disputa de bastidores entre os dirigentes do Remo e de Mucura. Exímio driblador, além de exibir uma impressionante velocidade, teve seu talento lapidado por alguns técnicos, que aumentaram sua capacidade de impulsão, o que lhe permitiu aperfeiçoar a cabeçada. Goleador por excelência, ocupou o lugar de Alcino como ídolo da torcida azulina, tornando-se o terceiro maior goleador do Remo em campeonatos brasileiros, com 27 gols. ele conquistou o tricampeonato paraense em 1977, 1978 e 1979, sendo que nos dois últimos sagrou-se artilheiro da competição,No último ano, foi artilheiro com 32 gols, marca que até hoje, em mais de 100 anos do Parazão, não foi batida. Ele é o maior artilheiro da competição. Ao sair do Remo, transferiu-se para o Internacional (RS), participando da conquista do bicampeonato brasileiro pelo clube colorado gaúcho. 

 
A trajetória do garoto franzino, de origem humilde iniciou cedo no futebol. Já aos 15 anos de idade começou a jogar no time conhecido como "Reminho" do bairro do Trem, zona sul de Macapá, capital do Amapá. Ali se reuniram garotos da Igreja Católica formando a equipe, e não demorou muito para o menino vestir a camisa de uma das equipes mais conhecidas no futebol nortista na década de 1970. Bira se transferiu para o Esporte Clube Macapá e foi nesse time que vieram importantes conquistas para o futebol do Estado. Foi campeão amapaense na era amadora e também do antigo Copão da Amazônia, competição que reunía as principais equipes da região Norte do país. 

Bira também ficou conhecido com o apelido de "Bira Burro". Muitas são as suposições do apelido do craque. A primeira diz que, ao ser presenteado com um "motorádio", Bira disse: "Vou dar a moto pro papai e o rádio pra mamãe". Outros afirmam que este apelido foi dado, graças a uma tirada de Léo Batista, comentarista da Rede Globo que disse que Bira foi burro, porque deixou de assinar com o Flamengo para ir pro Internacional. 

 

Bira foi um dos jogadores a marcar mais gols em um só jogo na primeira divisão do campeonato brasileiro. O fato ocorreu em uma partida entre Clube do Remo e Guarani, onde o leão venceu por 5 x 1, os 5 gols de Bira. 

O jogador veio para Belém em 1976, passando nove meses na Mucura, depois disso atravessou a Avenida Almirante Barroso, onde jogou por três anos na Clube do Remo. E Bira não tem medo de confessar qual seu time do coração: “Sou remista, o único ovelha negra da minha casa é meu filho, que torce pra Mucura. Ele foi influenciado pelos tios, mas eu sou Remo de coração”. Quando saiu do Remo o jogador ganhou o Brasil e o mundo, conquistando até Campeonato Brasileiro e Campeonato Mexicano. 

 
sobre o grande clássico entre Remo e Mucura, Bira diz que nunca sentiu um frio na barriga e que entrava em campo com a certeza de marcar gol. “RexPa todo jogador quer ter na carreira, mas poucos têm condições de vestir uma camisa desses clubes, porque ela pesa muito. Eu tive a oportunidade de jogar vários clássicos, e entrava em campo tranquilo, porque sabia que ia marcar. Meu melhor gol em RexPa foi em 79, quando entrei no gol com bola e tudo, foi lendário”, relembra o ex-jogador. 

Apesar de ter vestido a camisa do Inter, Ubiratan assegura que sua melhor fase não foi vestindo a camisa colorada, e sim a "azulina" do Clube do Remo. 

Lógico que ter me tornado campeão brasileiro no Inter foi a maior conquista e me orgulho muito disso. Lá vivi os melhores momentos da minha vida. Mas no Clube do Remo foi onde vivi o grande auge, estava jogando muito e marcando muitos gols. Tanto é que até hoje ninguém bateu essa marca que é minha.” 

Bira encerrou sua carreira como jogador em 1989 no Vila Nova em Castanhal, e lá mesmo deu início a uma nova etapa profissional, sem se afastar do futebol, tornando-se treinador do time.  Bira passou a atuar como comentarista e repórter esportivo, com um programa na Rádio Difusora de Macapá-AP. 

Fonte: Loucura Azul 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...