quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

ARTIGO DO REI 2020: o ano que ficará na nossa história

 ARTIGO DO REI

2020: o ano que ficará na nossa história

 


Amigos sobreviventes, o pior já passou. E  2020 que se vá e fico com que me restou: A vida! E com ela enfrentarei 2021

Reinaldo Coelho

O ano de 2020 será lembrado como o ano em que a pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2 precipitou uma ruptura maior no funcionamento de toda humanidade no fim da primeira década do Século XXI. A pandemia do coronavírus, a crise social e econômica, os desastres ecológicos

Mal iniciou 2020 e o mundo recebeu a trágica noticia, uma pandemia de um novo vírus estava atacando a humanidade e além de ser desconhecido, era invisível e não tinha medicamentos para combatê-lo além de ser letal, principalmente para um grupo especifico da sociedade: os idosos e os com doenças mórbidas.

E eis que chegou a pandemia no Brasil, com a primeira morte documentada em 12 de março. E de lá pra cá, muita coisa aconteceu, como vocês bem sabem!

 

Não demorou muito para que São Paulo se tornasse a “Lombardia brasileira” concentrando o maior número de casos de Covid no Brasil.

Por sua extensão global e pelo rastro de mortes deixadas em sua passagem. O mundo hoje tem 1.807.638 de mortes e os EUA lideram esses números com 340.553 vítimas e a Índia ocupa o segundo lugar  com148.738 mortes.

No Brasil até o momento que escrevo esse artigo, está superior a 193.875 mil vítimas (oficialmente notificadas) em 12 meses, no Amapá, meu estado, já chegou em 919 vítimas e estamos no estágio vermelho.

A atual pandemia é um fato cuja gravidade seria difícil exagerar, tanto mais porque novos surtos podem ainda ocorrer nos próximos dois anos, segundo um relatório do Center for Infectious Disease Research and Policy (CIDRAP), da Universidade de Minnesota (Moore, Lipsitch, Barry & Osterholm 2020).

Mas ainda mais grave que o saldo imenso de mortes, é o momento da incidência da pandemia na história humana. Outras pandemias, algumas muito mais letais, ocorreram no século XX, sem afetar profundamente a capacidade de recuperação das sociedades.

Se a gente ainda resistia a tarefas via on-line, por outro lado vimos coisas incríveis acontecerem. Nossos pais, avós e filhos jamais foram tão conectados. Profissionais mergulharam em um novo modo de aprendizado e crianças trocam experiências através do convívio virtual.

Fomos tirados do convívio social e estamos retomando de modo diferente nossa rotina. Trabalhos foram reinventados e hoje descobrimos alternativas mais práticas e sobra tempo para curtir o momento presente e a nossa família.

Lembrei durante a escrita desse artigo de fim de ano que na minha adolescência, mais precisamente no Ensino Colegial, correspondente ao Ensino Médio da aula de literatura do Professor Antônio Munhoz Lopes, no Colégio Amapaense. Nas suas aulas,liamos e discutíamos sobre as grandes obras literárias mundiais e uma delas foi  sobre os poemas épicos de Homero A ‘Odisseia’ que nos fala da nossa capacidade de sobrevivência, do empenho em continuar e de que é possível recuperar a vida, mas não a qualquer preço.

Em uma publicação no El País, a escritora Rosa Montero fala sobre a versão de Samuel Butler (1835-1902), um vigoroso texto que aproxima a obra do leitor contemporâneo.

“É um texto que se lê e relê há quase 3.000 anos e que encheu de referências inúmeras obras posteriores. Ultimamente a personagem de Penélope, essa rocha que o machismo manda calar, está sendo revista e exaltada...”

 Hoje as pessoas continuam roubando, matando e mentindo não mais para viver, mas, pior ainda, para prosperar. Mas os valores que defendemos publicamente mudaram, e isso é, pelo menos, um pequeno avanço.  

 

Faltam horas para que acabe este ano de 2020, que está sendo nosso calvário particular.

Odisseia nos fala da nossa capacidade de sobrevivência, do empenho em continuar e de que é possível recuperar a vida. Mas não a qualquer preço, como demonstraram o pessoal sanitário, da saúde, os caixas de supermercado, os trabalhadores do transporte e outras gentes estoicas que se sacrificaram pelos outros.

Amigos sobreviventes, o pior já passou. E  2020 que se vá e fico com que me restou: A vida! E com ela enfrentarei 2021

 

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