– Direito & Cidadania –
Por Dr. Besaliel Rodrigues
Comemora-se neste 2º domingo de dezembro o Dia da Bíblia. Reproduzo aqui um artigo sobre a Bíblia que escrevi há algum tempo, ainda quando acadêmico do Curso de Licenciatura em História na Unifap, publicado no jornal Mensageiro da Paz, informativo nacional da Assembleia de Deus no Brasil. Eis o artigo:
Não só os crentes – evangélicos – ou os cristãos em geral deveriam ler a Bíblia Sagrada. Todos, sem exceção, deveríamos ter a obrigação de lê-la e de conhecê-la. Assim respondi a um colega universitário que me criticou por fazer adendos bíblicos aos temas tratados nas aulas da faculdade.
Na oportunidade fui mais além na defesa da tese de que não é só o religioso que deve manusear o livro sagrado, uma vez que há acentuada discriminação no mundo acadêmico com um livro que poucos conhecem.
Na ocasião apresentei ao nobre colega apenas três razões que julguei na oportunidade importantes pelas quais todos, indistintamente, deveriam ler as sagradas escrituras.
Primeiramente, estamos na parte ocidental do planeta, logo somos, majoritariamente, cristãos (nem que seja só de nome). Assim como no Oriente destaca-se o islamismo e, via de regra, todos têm contato com o Alcorão desde a infância e ninguém se envergonha de declarar que o lê e o obedece, por que nós, do mundo ocidental, os ditos sábios e entendidos, os que se consideram os “melhores”, não valorizamos o símbolo maior de nossa religiosidade? A Bíblia é o manual do Cristianismo; dele promanam todas as bases da religião cristã. Então, por que não é estudada? Estranho!
Em segundo lugar, a Bíblia é um manancial de cultura e uma fonte indispensável para quem almeja compreender as coisas. Apenas a título de curiosidade, um dos pré-requisitos para que alguém se torne um intelectual é dominar o significado de dez mil palavras. Um universitário brasileiro encerra seu curso superior dominando, em média, três mil palavras. A Bíblia possui trinta mil palavras diferentes que se repetem por mais de oitocentas mil vezes. Logo, quem lê a Bíblia toda, pelo menos uma vez, no mínimo dobrará o seu vocabulário! Isso é educação e cultura, muito útil para a vida humana.
Além disso, a Bíblia é o livro mais antigo; foi o primeiro a ser impresso no mundo; é o mais lido; o mais traduzido; o mais versátil, pois trata de ciências sociais, humanas, biológicas e exatas. É uma minibiblioteca, contendo 66 livros (a palavra Bíblia significa conjunto de livros), possui 1.181 capítulos, mais de 31.000 versículos. Será que a importância cultural gigantesca da Bíblia não nos impeli a lê-la?
Por último, o universitário que não conhece a Bíblia possui um saber incompleto, pois o termo “universitário” vem do latim universitare, que quer dizer universal, subentendendo que o acadêmico deve ter um conhecimento amplo, panorâmico. Ora, se ele não conhece a Bíblia, que trata dos alicerces da sociedade ocidental, que é o sumário do Cristianismo, a fonte da religiosidade, do transcendente, para não falar do aspecto espiritual, que é outra faceta da Bíblia, como esse graduando pode ter um conhecimento universal?
Comparo o ocidental, o cristão, que não lê e não procura ter conhecimento da Bíblia, ao taxista que não conhece os bairros da cidade, ao causídico que não sabe manusear os códigos, ao professor que não sabe folhear os manuais, os tais não fazem jus ao nome que carregam, assim como o cristão que tem preconceito com a Bíblia não merece a denominação desse nome.
Concluindo, digo que somente os fatores acima descritos, secundários, na minha opinião, são o bastante para nos despir de qualquer discriminação e nos impelir a ler a Bíblia. Se considerarmos sua importância primordial, que é a de fazer conhecer a vontade soberana de Deus, vontade essa que nos traz felicidade, vida abundante, consolo, orientação, paz e tantas outras dádivas, certamente correríamos para ler pelo menos uma porção do Livro dos livros. Fonte: Artigo publicado no jornal Mensageiro da Paz, RJ: jan./1996, edição nº 1306, ano LXVI, p. 3.
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