quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Governo Federal lança plano nacional de vacinação contra COVID-19

Governo Federal lança plano nacional de vacinação contra COVID-19

 

Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, posam com plano de imunização e o mascote Zé Gotinha


“Peço a Deus que estejamos certos, a solução está por vir”, disse o presidente.

 

 

Reinaldo Coelho/TA

 

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta 4ª feira (16.dez.2020) que o Brasil está na “iminência” de ter uma alternativa concreta para combater a pandemia de covid-19. A declaração foi feita em evento de lançamento do Plano Nacional de imunização contra a doença, no Palácio do Planalto, na quarta-feira (16).

Bolsonaro recebeu no Planalto governadores de diferentes espectros ideológicos, entre eles políticos do PT. Em seu discurso, disse que apenas “irmanados” conseguiriam “uma alternativa concreta” para combater o vírus. “A grande força que todos nós demonstramos agora é a união para buscar a solução de algo que nos aflige há meses. Se algum de nós extrapolou ou exagero, foi no afã de buscar uma solução”, declarou.

O presidente disse, ainda, que a pandemia de covid-19 afligiu desde o início. “Não sabíamos o que era essa vírus e ainda não sabemos em grande parte“, declarou.

Participaram da cerimônia os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Braga Netto (Casa Civil), Eduardo Pazuello (Saúde), Fernando Azevedo e Silva (Defesa), e líderes do governo no Congresso, na Câmara e no Senado. Também estiveram no Palácio os seguintes governadores:

 

Ronaldo Caiado (DEM-GO),

Fátima Bezerra (PT-RN),

Wellington Dias (PT-PI),

Antonio Denarium (Sem partido-RR),

Wilson Lima (PSC-AM),

Carlos Moisés (PSL-SC),

Camilo Santana (PT-CE),

Mauro Carlesse (DEM-TO).

Ibaneis Rocha (MDB-DF)

Romeu Zema (Novo-MG)

Renato Casagrande (PSB-ES), e

Helder Barbalho (MDB-PA)

Bolsonaro recebeu o plano de vacinação das mãos de Pazuello e da coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fantinato. Posou para foto ao lado do Zé Gotinha, mascote da vacinação no país. Assista (40min45s):Uma versão do documento foi enviada pelo Ministério da Saúde ao STF, mas sem apontar data para começo de aplicação de doses e sem incluir a Coronavac entre as vacinas garantidas ao país. O governo deve editar ainda uma medida provisória para liberar mais R$ 20 bilhões para a compra dos imunizantes que receberem registro da Anvisa.

Bolsonaro disse que será preciso assinar um "termo de responsabilidade" para receber a vacina. "Não é obrigatória. Vocês vão ter que assinar o termo de responsabilidade, se quiserem tomar. A Pfizer é bem clara no contrato: 'Não nos responsabilizamos por efeito colateral'. Tem gente que quer tomar, então toma. A responsabilidade é sua. Para quem está bem fisicamente, não tem que ter muita preocupação. A preocupação é o idoso, quem tem doença", disse Bolsonaro na segunda-feira (14), a apoiadores.

O governo federal aposta na compra de vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca, que será produzida pela Fiocruz, além do consórcio Covax Facility. Por meio destes dois caminhos, a ideia é receber 300 milhões de doses em 2021.

Além disso, a pasta deve fechar acordo com a Pfizer para a compra de 70 milhões de doses para o próximo ano, sendo que 8,5 milhões seriam entregues no primeiro semestre. A imunização de cada pessoa deve exigir a aplicação de duas doses da vacina. O ministro Pazuello disse que comprará a vacina Coronavac após o registro do produto na Anvisa.

APROXIMAÇÃO

Governadores foram surpreendidos com o convite do governo para participarem do evento de lançamento do Plano Nacional de Imunização no Palácio do Planalto. O Fórum Nacional de Governadores, coordenado por Wellington Dias (PT-PI), planejava se reunir apenas com o ministro Pazuello, no Ministério da Saúde, às 16h desta 4ª feira, mas foi convocado para a cerimônia de lançamento do PNI, da qual participou Bolsonaro.

 

O governador do Piauí afirmou que as demandas do grupo ainda não foram sanadas e que espera evoluir no diálogo com o ministro da Saúde na reunião que acontecerá depois da cerimônia.

 

“Esperamos o que mais o Brasil precisa: vacinas, compra e cronograma de entrega, Fiocruz e Butantan produzindo em carga plena e Pfizer, Moderna, Serum/Astrazeneca e Sinovac da China complementando. Assim temos o plano”, disse ao Poder360.

 

Dias enviou uma carta ao chefe da pasta com algumas propostas e pedidos. Entre eles, limitar o transporte terrestre de vacinas e insumos de até 1.400 km para 700 km, priorizando as entregas por via aérea e estabelecer acordo com a Pfizer e com a aliança internacional Covax Facility, além de outros laboratórios.

 

“Esperamos todos os esforços para a efetivação da [vacinação] em 2021”, diz a carta.

 

PLANO DE VACINAÇÃO

O plano nacional de vacinação contra a covid-19 elaborado pelo governo federal foi divulgado em 12 de dezembro por determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski.

 

A vacinação, incialmente, será voltada para a parcela da população mais suscetível aos quadros graves da doença. Não foram estipuladas datas. O Ministério da Saúde estabeleceu 4 etapas de imunização para os chamados grupos prioritários.

 

Estão contemplados trabalhadores de saúde, pessoas com 60 anos ou mais, pessoas com comorbidades, indígenas, professores, funcionários do sistema prisional, das forças de segurança e de salvamento.

 

Eis os detalhes estipulados para cada etapa:

 

Fase 1: serão 29,9 milhões de doses. Recebem a vacina trabalhadores de saúde, pessoas de 75 anos ou mais, indígenas e aqueles com 60 anos ou mais que estejam em instituições (como lares para idosos);

Fase 2: serão 44,8 milhões de doses. Para pessoas de 60 a 74 anos;

Fase 3: serão 26,6 milhões de doses. Etapa voltada para pessoas com comorbidades como Diabetes mellitus; hipertensão; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; indivíduos transplantados de órgão sólido; anemia falciforme; câncer e obesidade grave;

Fase 4: serão 7 milhões de doses. A vacina será aplicada em professores, profissionais da saúde, segurança, salvamento e do sistema prisional.

O planejamento da pasta estipula a aplicação de duas doses por pessoa e tem uma margem de 5% de perdas. O Ministério da Saúde afirmou que os grupos podem sofrer alterações, “a depender das indicações da vacina após aprovação da Anvisa [Agência de Vigilância Sanitária], assim como as possíveis contraindicações”.

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