Governo Federal lança plano nacional de vacinação contra COVID-19
Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, posam com plano de imunização e o mascote Zé Gotinha
“Peço a Deus que estejamos
certos, a solução está por vir”, disse o presidente.
Reinaldo
Coelho/TA
O presidente Jair Bolsonaro
disse nesta 4ª feira (16.dez.2020) que o Brasil está na “iminência” de ter uma
alternativa concreta para combater a pandemia de covid-19. A declaração foi
feita em evento de lançamento do Plano Nacional de imunização contra a doença,
no Palácio do Planalto, na quarta-feira (16).
Bolsonaro recebeu no
Planalto governadores de diferentes espectros ideológicos, entre eles políticos
do PT. Em seu discurso, disse que apenas “irmanados” conseguiriam “uma alternativa
concreta” para combater o vírus. “A grande força que todos nós demonstramos
agora é a união para buscar a solução de algo que nos aflige há meses. Se algum
de nós extrapolou ou exagero, foi no afã de buscar uma solução”, declarou.
O presidente disse, ainda,
que a pandemia de covid-19 afligiu desde o início. “Não sabíamos o que era essa
vírus e ainda não sabemos em grande parte“, declarou.
Participaram da cerimônia os
ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Braga Netto (Casa Civil),
Eduardo Pazuello (Saúde), Fernando Azevedo e Silva (Defesa), e líderes do
governo no Congresso, na Câmara e no Senado. Também estiveram no Palácio os
seguintes governadores:
Ronaldo Caiado (DEM-GO),
Fátima Bezerra (PT-RN),
Wellington Dias (PT-PI),
Antonio Denarium (Sem
partido-RR),
Wilson Lima (PSC-AM),
Carlos Moisés (PSL-SC),
Camilo Santana (PT-CE),
Mauro Carlesse (DEM-TO).
Ibaneis Rocha (MDB-DF)
Romeu Zema (Novo-MG)
Renato Casagrande (PSB-ES),
e
Helder Barbalho (MDB-PA)
Bolsonaro recebeu o plano de
vacinação das mãos de Pazuello e da coordenadora do Programa Nacional de
Imunizações, Francieli Fantinato. Posou para foto ao lado do Zé Gotinha,
mascote da vacinação no país. Assista (40min45s):Uma versão do documento foi
enviada pelo Ministério da Saúde ao STF, mas sem apontar data para começo de
aplicação de doses e sem incluir a Coronavac entre as vacinas garantidas ao
país. O governo deve editar ainda uma medida provisória para liberar mais R$ 20
bilhões para a compra dos imunizantes que receberem registro da Anvisa.
Bolsonaro disse que será
preciso assinar um "termo de responsabilidade" para receber a vacina.
"Não é obrigatória. Vocês vão ter que assinar o termo de responsabilidade,
se quiserem tomar. A Pfizer é bem clara no contrato: 'Não nos responsabilizamos
por efeito colateral'. Tem gente que quer tomar, então toma. A responsabilidade
é sua. Para quem está bem fisicamente, não tem que ter muita preocupação. A
preocupação é o idoso, quem tem doença", disse Bolsonaro na segunda-feira
(14), a apoiadores.
O governo federal aposta na
compra de vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca,
que será produzida pela Fiocruz, além do consórcio Covax Facility. Por meio
destes dois caminhos, a ideia é receber 300 milhões de doses em 2021.
Além disso, a pasta deve
fechar acordo com a Pfizer para a compra de 70 milhões de doses para o próximo
ano, sendo que 8,5 milhões seriam entregues no primeiro semestre. A imunização
de cada pessoa deve exigir a aplicação de duas doses da vacina. O ministro
Pazuello disse que comprará a vacina Coronavac após o registro do produto na
Anvisa.
APROXIMAÇÃO
Governadores foram
surpreendidos com o convite do governo para participarem do evento de
lançamento do Plano Nacional de Imunização no Palácio do Planalto. O Fórum
Nacional de Governadores, coordenado por Wellington Dias (PT-PI), planejava se
reunir apenas com o ministro Pazuello, no Ministério da Saúde, às 16h desta 4ª
feira, mas foi convocado para a cerimônia de lançamento do PNI, da qual
participou Bolsonaro.
O governador do Piauí afirmou
que as demandas do grupo ainda não foram sanadas e que espera evoluir no
diálogo com o ministro da Saúde na reunião que acontecerá depois da cerimônia.
“Esperamos o que mais o
Brasil precisa: vacinas, compra e cronograma de entrega, Fiocruz e Butantan produzindo
em carga plena e Pfizer, Moderna, Serum/Astrazeneca e Sinovac da China
complementando. Assim temos o plano”, disse ao Poder360.
Dias enviou uma carta ao
chefe da pasta com algumas propostas e pedidos. Entre eles, limitar o
transporte terrestre de vacinas e insumos de até 1.400 km para 700 km,
priorizando as entregas por via aérea e estabelecer acordo com a Pfizer e com a
aliança internacional Covax Facility, além de outros laboratórios.
“Esperamos todos os esforços
para a efetivação da [vacinação] em 2021”, diz a carta.
PLANO DE VACINAÇÃO
O plano nacional de
vacinação contra a covid-19 elaborado pelo governo federal foi divulgado em 12
de dezembro por determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal)
Ricardo Lewandowski.
A vacinação, incialmente,
será voltada para a parcela da população mais suscetível aos quadros graves da
doença. Não foram estipuladas datas. O Ministério da Saúde estabeleceu 4 etapas
de imunização para os chamados grupos prioritários.
Estão contemplados
trabalhadores de saúde, pessoas com 60 anos ou mais, pessoas com comorbidades,
indígenas, professores, funcionários do sistema prisional, das forças de
segurança e de salvamento.
Eis os detalhes estipulados
para cada etapa:
Fase 1: serão 29,9 milhões
de doses. Recebem a vacina trabalhadores de saúde, pessoas de 75 anos ou mais,
indígenas e aqueles com 60 anos ou mais que estejam em instituições (como lares
para idosos);
Fase 2: serão 44,8 milhões
de doses. Para pessoas de 60 a 74 anos;
Fase 3: serão 26,6 milhões
de doses. Etapa voltada para pessoas com comorbidades como Diabetes mellitus;
hipertensão; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças
cardiovasculares e cerebrovasculares; indivíduos transplantados de órgão
sólido; anemia falciforme; câncer e obesidade grave;
Fase 4: serão 7 milhões de
doses. A vacina será aplicada em professores, profissionais da saúde,
segurança, salvamento e do sistema prisional.
O planejamento da pasta
estipula a aplicação de duas doses por pessoa e tem uma margem de 5% de perdas.
O Ministério da Saúde afirmou que os grupos podem sofrer alterações, “a
depender das indicações da vacina após aprovação da Anvisa [Agência de
Vigilância Sanitária], assim como as possíveis contraindicações”.
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