terça-feira, 12 de janeiro de 2021

ARTIGO DO REI REDE usa o STF para fazer oposição a Bolsonaro: TÁTICA: Processos garantem a visibilidade que a legenda não tem no Congresso

 ARTIGO DO REI 

REDE usa o STF para fazer oposição a Bolsonaro: TÁTICA: Processos garantem a visibilidade que a legenda não tem no  Congresso  


Por Reinaldo Coelho 

Imagem Fellipe Sampaio/STF


Com projeto de se tornar uma nova opção na politica brasileira a Rede de Sustentabilidade (REDE) tinha como principal objetivo em quebrar a polarização entre PT e PSDB que dominava a política brasileira há decadas.

Essa idéia tinha respaldo devido a maciça votação que sua maior liderança tinha conquistado nas eleições de 2014, a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva, havia conquistado 22 milhões de votos e o terceiro lugar na eleição presidencial de 2014, quando concorreu pelo PSB. E a expectativa foi de que em 2018 esse patrimônio conquistado nas urnas avançaria e passaram os 4 anos seguintes estruturando um novo partido e o sucesso politico chegaria com mais votos.

Mas não aconteceu o esperado perderam mais de 11 milhões de votos aferido em 2014 e Jair Bolsonaro ganhou a disputa, assumindo um papel que, anos antes, a Rede Sustentabilidade projetou para si. Além da derrota, a legenda formou uma bancada diminuta no Congresso, que hoje é composta de três senadores — Randolfe Rodrigues (AP), Fabiano Contarato (ES) e Flávio Arns (PR) — e uma única deputada, Joenia Wapichana (RR), a primeira índia eleita para a Câmara Federal.

Mas, as lideranças do REDE não tatubiaram e mesmo com a impactante derrota eleitoral, e a pequena bancada no senado e na câmara federal, passaram a usar a tática de justicionalizar a oposição do governo Jair Bolsonaro (sem partido) e manter-se sob os holofotes da midia nacional e o internacional. E tem no senador amapaense Randolfe Rodrigues (Rede/AP) como seu principal articulador e hábil em lidar com as câmeras e microfones.

A sua tribuna principal saiu do Congresso  Nacional point natural dos parlamentares e dos partidos, e 'emprestou' a do Supremo Tribunal Federal (STF). São de autoria da sigla pelo menos 58 ações que contestam no STF temas de interesse do governo. 

Uma delas impediu a nomeação de Alexandre Ramagem para chefiar a Polícia Federal. Outra questiona se o senador Flávio Bolsonaro tem direito a foro privilegiado no âmbito da investigação do notório caso da rachadinha. 


“É um outro jeito de fazer política via judicial. Estar no Jornal Nacional (com as ações) quase toda semana é mérito da Rede”, explicou Pedro Ivo de Souza Batista, presidente da legenda.

Com as ações judiciais, a Rede conseguiu suspender a produção e divulgação de um dossiê do Ministério da Justiça que elencou servidores ligados a movimentos antifascistas e, ao lado de outros partidos, obrigou o governo a adotar medidas de proteção a indígenas durante a pandemia de Covid-19. A Rede também contestou no Supremo a possibilidade de o governo lançar uma nota de 200 reais, medida que, segundo o partido, facilitaria a vida de gatunos e a lavagem de dinheiro.

Como não superou a chamada cláusula de barreira em 2018, regra que esvazia a atuação partidária de agremiações com desempenho irrisório nas urnas, a Rede não tem acesso à propaganda eleitoral de rádio e TV nem aos recursos do Fundo Partidário. Mas, pela lei, tem direito a uma fatia do fundão eleitoral, a dinheirama pública que banca as campanhas políticas. Em 2020, recebeu 20 milhões de reais, contra cerca de 200 milhões de reais do PT e outros 200 milhões do PSL . 

O sonho continua, mais na Justiça do que na seara política propriamente dita.

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