segunda-feira, 15 de março de 2021

EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE PANDEMIA: DESAFIO OU POSSIBILIDADE? (PRIMEIRA PARTE)

 EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE PANDEMIA: DESAFIO OU POSSIBILIDADE? (PRIMEIRA PARTE)

 

Maria Graciete Coelho Moreira* 

 

 

 

A pandemia de Covid-19 determinou a substituição das aulas presenciais por aulas em meio digital, tornando necessária a reorganização do planejamento e metodologia acerca do ensino remoto e a distância. Essas transformações abruptas nas formas de ensinar e aprender exigiram, dos protagonistas deste processo, maior engajamento e criatividade como estratégias para transformar a prática pedagógica e potencializar o conhecimento. Através de uma revisão bibliográfica e exploratória, foram utilizados estudos científicos publicados no período de 2015 a 2020, em língua materna, disponíveis na íntegra e com referência à pandemia da Covid-19 e ao processo de ensino-aprendizagem. Foi possível observar que, inúmeros obstáculos surgiram para a atuação institucional, docente e discente. Dentre eles, a dificuldade e ausência de estrutura e acesso à internet e ferramentas digitais; além da falta de familiaridade com essas ferramentas digitais, principalmente, por parte dos profissionais. Concluiu-se que, faz-se necessária a criação de políticas públicas de inclusão digital que venha a democratizar o acesso aos meios tecnológicos e, também, de pesquisas mais específicas que descrevam as fragilidades apresentadas por acadêmicos e profissionais e, assim, criar estratégias que promovam resultados satisfatórios de aprendizagem no ambiente virtual. 

O ano de 2020 foi marcado por um cenário sem precedentes. Devido o isolamento social, inúmeros segmentos da sociedade se viram e, ainda se veem, frente a modificações que impactam diretamente no modo de a sociedade interagir, ocasionada pela transmissão do vírus Sars-Cov-2 (COVID-19). Os elevados índices de transmissão e letalidade da doença fizeram com que, em 11 de março do corrente ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarasse esta infecção como uma pandemia, constituída como a maior crise sanitária vivida pelo homem (SILVA et al, 2020).  

Desde então, instrumentos legais e normativos têm sido publicados com o propósito de conter a propagação da doença. No âmbito educacional não foi diferente, as transformações a curto prazo acarretaram no fechamento de instituições de ensino do país, desde a educação infantil até o ensino superior. Tais mudanças trouxeram inúmeras reflexões sobre o processo de ensino-aprendizagem, no qual docentes e discentes são obrigados a criar estratégias que favoreçam o modo de ensinar e aprender, mesmo quando tudo parece estar em desconformidade. À esse respeito, Bezerra et al (2020) ressalta que, especificamente no que concerne ao ensino superior, a incerteza sobre conteúdos, métodos, carga laboral dos docentes, frequência dos discentes e ambiente de ensino ainda é predominante, podendo comprometer a equidade educacional.  

 

Conforme Anjos (2020), as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTICs) se apresentam como principal instrumento, permitindo o ensino remoto por meio da virtualização das aulas e dos conteúdos educacionais, minimizando os impactos da distância física. Apesar de a tecnologia fazer parte, cada vez mais, do cotidiano das pessoas, observa-se que as habilidades com as ferramentas digitais, antes não obrigatórias, tornam-se agora indispensáveis para transformar informação em conhecimento, mesmo para quem jamais tivesse tido qualquer acesso ou experiência com esta prática e aos instrumentos necessários para implementá-la.  

Diante deste cenário, no que se refere ao ensino superior, questiona-se: É possível desenvolver e potencializar conhecimentos e novas metodologias de ensino através de ferramentas tecnológicas? De que maneira a atuação docente pode adaptar-se sem que haja prejuízos ao processo de ensino-aprendizagem? Há equidade no acesso ao ensino de qualidade aos discentes por meio de plataformas digitais? 

Para tanto, adotou-se a revisão bibliográfica e exploratória. Segundo Gil (2017), a pesquisa de natureza bibliográfica pode ser definida como a busca de uma problematização de um projeto de pesquisa constituída, principalmente, a partir de referências publicadas. Logo, visa produzir novas ideias tanto para solução de um problema ou fornecer novas fontes de pesquisa. Quanto à abordagem exploratória, proporciona maior familiaridade com o problema, possibilitando a construção de hipóteses. Foram utilizados estudos científicos disponíveis em bases de dados nacionais, publicados no período de 2015 a 2020, em língua materna, disponíveis na íntegra e que fazem referência à pandemia da Covid-19 e ao processo de ensino aprendizagem. (Continua...) 

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