Ressocializandos do projeto Liberdade e Cidadania iniciam atividade na Prefeitura de Macapá
Uma equipe de 40 pessoas passa a compor o quadro de prestação de serviços do município e desenvolverão suas atividades junto à Secretaria Municipal de Zeladoria Urbana.
Nesta terça-feira (28), 40 pessoas entre internos e ressocialziandos do sistema prisional do Amapá começaram a trabalhar na Prefeitura de Macapá. Eles fazem parte do projeto Liberdade e Cidadania, executado pelo Conselho da Comunidade da Execução Penal da Comarca de Macapá, que trabalha na reinserção de egressos do sistema prisional. O início das atividades aconteceu no pátio da Secretaria Municipal de Zeladoria Urbana, onde eles trabalharão e contou com a presença do prefeito de Macapá, Dr. Furlan, e de representantes do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá (Tjap) e do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
“Da nossa parte todos terão carinho, respeito e admiração em serem servidores que estão trabalhando para o município. Mas também terão a cobrança e o compromisso de estar fazendo o seu melhor. Vocês serão iguais e terão os mesmos direitos, deveres e obrigações”, disse o prefeito de Macapá.
No total, 40 ressocializandos, entre egressos e pessoas que cumprem pena no regime semiaberto, darão um aporte junto às equipes de limpeza e manutenção dos espaços públicos da capital. Eles se somarão aos 160 ressocializandos que já desenvolvem esta atividade no município. “Vocês vão cuidar da aparência da nossa cidade e a limpeza urbana é fundamental porque ela é percebida em todos os lugares. O trabalho que a Zeladoria Urbana vem fazendo já é reconhecido e agora teremos o reforço de vocês”, completou o prefeito.
Durante a cerimônia, que marcou o início das atividades, o titular da Zeladoria Urbana, Jean Patrick Farias, destacou que a administração pública de Macapá está de braços abertos para receber os ressocializando e, com isso, auxiliar na sua reinserção no mercado de trabalho.
“Eu fico feliz em contar com o apoio de vocês porque eu sei a importância do trabalho que cada um desenvolve. Esse reconhecimento não é somente da gestão, mas também da sociedade que já percebe uma cidade mais limpa, bonita e bem cuidada”, afirmou Jean Patrick Farias.
Na ocasião, o titular da Vara de Execuções Penais de Macapá, o juiz João Matos, um dos responsáveis pelo projeto de ressocialização, disse que o prefeito de Macapá teve um papel fundamental na ressocialização deste grupo.
“No início do ano, logo que assumiu a Prefeitura, a gente estava preste a perder o contrato e eu cheguei com esta demanda, que foi resolvida em quatro dias. O prefeito entendeu e lógico, se dispôs, manteve as vagas, continuou com o pagamento e regularizou toda a contratação. Mesmo com as dificuldades que são comuns no início da gestão, ele foi eficiente”, destacou.
“Queremos que vocês entendam este projeto como uma iniciativa de caminhada e retomada, porque é o que precisamos na vida. Temos que focar no olhar de esperança e o desejo de um dia melhor, que começa assim como no dia de hoje”, acrescentou João Matos.
Retomada
Um dos atendidos pela iniciativa é o ressocializando Ronaldo Melo, de 40 anos, que faz parte do projeto há cinco anos. Ele conta que durante este período passou por uma série de capacitações que hoje o habilitam a trabalhar como podador e operador de motosserra.
Ronaldo comenta que é gratificante trabalhar e diz que sente orgulho ao passar e ver uma praça limpa e com todas as plantas podadas. “Para muitos isso não tem sentido, mas para gente isso tem um significado enorme porque vemos que o nosso serviço foi bem executado e está à disposição da sociedade”, ressaltou.
Ele destaca dos os participantes merecem uma nova oportunidade e que isso é essencial para esta nova fase da vida.
“Nós queremos uma oportunidade e queremos ser assistidos porque sem isso não temos como reingressar na sociedade. Com isso a tendência é que a gente melhore e consiga seguir o nosso caminho trabalhando e focando na nossa vida. Eu agarrei essa oportunidade que tive há cinco anos espero que os demais façam o mesmo”, finalizou Ronaldo Melo.
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