VACINA COVID-19 EM CRIANÇAS: UMA REALIDADE.
Por Jarbas de Ataide
A
vacinação em massa no Brasil já completou quase meio século (49 anos), sendo
anterior à criação do SUS. Idealizada pelo Médico Sanitarista Osvaldo Cruz,
quando criou o combate à varíola no R.de Janeiro (1904), marco esse que
completou 118 anos. Essa medida levou a protestos, na chamada “Revolta da
Vacina”. O conflito gerou mortos e feridos e a obrigatoriedade da vacina foi
revogada.
Como consequencia da revogação seguiu-se
uma epidemia da doença, o que levou a milhares de vítimas. Parece que essa situação
agora se repete com a discussão da vacinação de crianças contra a Covid-19.
Em 1973 foi criado o Programa
Nacional de Imunizações-PNI, “responsável pela política nacional de
imunizações, tendo como missão reduzir a morbimortalidade por doenças
imunopreveníveis, com fortalecimento de ações integradas de vigilância em saúde
para promoção, proteção e prevenção em saúde...”.
Trata-se de uma politica de inclusão
social, na medida que assiste todas as pessoas, em todos os recantos do país,
sem distinção de qualquer natureza.
Hoje, com a pandemia da Covid-19 essas
garantias ficaram um tanto abaladas por diversos fatores que extrapolaram a
esfera da saúde e da ciência, passando a ser uma discussão da população.
Antes o que era decidido nos bastidores
das instituições e pelos técnicos e cientistas, hoje, se transformou em algo
mais democrático, com a instalação de Audiência Pública para ouvir a
opinião e visão da sociedade. No caso da Covid-19 foi realizada pelo Ministério
da Saúde-MS, dia 04.12.2022, a audiência pública para discutir a vacinação de
crianças de 5 a 11anos.
Essa recomendação foi aprovada pela
Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde 16.12.2021, mas ainda
não autorizada pelo MS. Contudo, o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já se
antecipou e informou que as doses pediátricas da vacina anti-Covid chegarão ao
Brasil na segunda quinzena de janeiro/22, dizendo “que a vacina estará
disponível para os pais que queiram imunizar seus filhos”.
Para a Sociedade Brasileira de
Pediatria-SBP, a FIOCRUZ e para outros especialistas, a vacinações das
crianças é essencial, visando conter a pandemia e, também, para proteger as
crianças diante do surgimento de novas cepas, bem como para garantia de
segurança no retorno escolar presencial. A variante Omicron
atinge mais os não vacinados, conforme a FIOCRUZ.
Mesmo com proporções de agravamento
inferiores aos adultos, as crianças também adoecem de Covid-19, “são
veículos de transmissão e podem desenvolver formas graves (como A Síndrome
Inflamatória Aguda Grave) e até evoluírem para o óbito”. A Anvisa autorizou
a vacina Pfizer para uso infantil.
Nos USA já foram imunizadas mais de 6,5
milhões de crianças, o que já está acontecendo em 16 países.
Em nota conjunta a SBP e Sociedade de
Cardiologia-SBC se posicionaram a favor da vacinação de crianças de 5 a 11
anos, mesmo as portadoras de cardiopatias. “Os benefícios nessa faixa etária
superam os eventuais riscos..., que são semelhantes aos que acontecem com
inúmeras outras vacinas”.
As vacinas atuais, que fazem parte do
PNI, são: Hepatite B 2ª dose ( 1 mês); Tetravalente-DPT + Hib ( 2 meses);
Poliomielite oral-2ª dose( 4 meses); Tetravalente-DPT + Hib ( 6 meses); Febre
Amarela (9 meses); Tríplice viral- SRC ( 12 meses); Poliomielite oral (15
meses); Febre Amarela (10 anos).
A inclusão de vacinas no PNI não é
novidade, o que pode ser demonstrado com a introdução de novas vacina no
calendário, a partir de 2019. Para crianças com 4 anos: 2º reforço da
DPT (incluído a Polivalente); Poliomielite-2º reforço (VOP); Varicela- 1ª dose;
Influenza- 1 ou 2 doses anuais. Para crianças de 9 a 14 anos: HPV- 2
doses; Meningocócica C – reforço ou dose única. Fonte: PNI e Nota da SBP. JARBAS ATAÍDE, 03,01.22.
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