A história é pedagógica
O vereador Alexandre
Azevedo Costa (PP) usou a tribuna da Câmara para fazer uma defesa contundente e
avalizadora da gestão do prefeito Antônio Furlan. Disse em seu discurso que o
alcaide era um homem produtivo, comprometido com a gestão pública e que suas
ações tinham um único foco: o povo do município de Macapá.
Alexandre demonstrou de
forma transparente seu aborrecimento com a fala do seu colega de Casa,
Claudiomar Rosa (Avante) que ao se mostrar preocupado com a gestão municipal,
exigiu do prefeito um maior detalhamento na peça técnica encaminhada a Câmara
de Vereadores, pedindo autorização para contrair um empréstimo da ordem de R$
200 milhões. Estranhei a sanga, pois deveria ser motivo de elogio, afinal a
função do Edil é zelar pela boa execução do recurso público, ou não?
Mas, Alexandre não
concorda também com o adjetivo “FANFARRÃO usado por Claudiomar. “Acho
deselegante, para dizer o mínimo”. Sentenciou. Bem; Fanfarrão segundo definição
do Oxford Languages é aquele que conta bravata, que alardeia coragem sem ser
corajoso. Uma pergunta se impõe: o prefeito não faz bravata? Então o que dizer
das declarações dadas após as operações da Polícia Federal que investiga
possível fraude eleitoral praticada na campanha de Furlan? Ele disse que os
juízes do TRE – Tribunal Regional Eleitoral são corruptos. Provou? Disse que a
Polícia Federal era “pau mandado” do Davi Alcolumbre. Provou? Se não, é
“Fanfarrão!” Desculpe Alexandre, mas é .
Acho até que o vereador
Claudiomar usou o adjetivo equivocado. Queria chamá-lo de “Farrista”. E aí vou
ter que concordar de novo: Furlan gosta de uma boa farra e, como gosta. Que o
diga a turma do Crocodilo do Pará. E o Jaime, CEO das empresas JD Nunes (A
Domestilar) e de outros grupo empresarias, entrou na fanfarrice e na farra do
Furlan, que imaginou ter ganhado a eleição para prefeito com o Jingles “ Dá=lhe
Sal e dá-lhe sal”. Esqueceu que sua vitória foi fruto de uma coalisão de
partidos e lideranças, no segundo turno.
Essa quimera de Furlan
arrastou o incauto, politicamente, Jaime Nunes a afirmar que era o “Dono da
Quebrada” e outras sandices que o levaram para a derrota no primeiro turno das
eleições para o governo do Amapá. Coisa de Calígula.
Embora veja mérito no
discurso do Alexandre Azevedo que se mostrou bom de retórica, além de um fiel
escudeiro do aliado. Tipo daqueles que não foge da luta. Capaz de fazer um belo
contorcionismo vocabular para defender seu aliado. Vejo aí herança política do
pai. As virtudes de Furlan, elencadas por Alexandre não se sustentam, bem
verdade. O homem gastou por conta. Na PMM pode ter faltado de muita coisa,
menos dinheiro. Alexandre herdeiro político de Azevedo pode está repetindo o
erro do pai ocorrido há exatos 37 anos. Raimundo Azevedo Costa, sempre esteve
envolvido na política. Aos 26 anos de idade viu eclodir no Brasil o Regime
Ditatorial. Perfilou do lado da democracia. Um herói da resistência contra o
regime de chumbo. Fundador no Amapá do MDB – Movimento Democrático Brasileiro,
reduto dos progressistas de toda ordem. Em 1985, quando Alexandre tinha 10
anos, seu pai foi eleito, com uma ampla margem de votos, prefeito de Macapá.
Azevedo, como Alexandre também o é, fiel aos amigos arrebanhou pseudos aliados,
na crença que estava entre “cordeiros”, mas no meio deles tinha um lobo,
sedento por poder e foi este quem apunhalou Azevedo Costa, o VV, pelas costas e
lhe arremessou para o limbo da política amapaense e assumiu o protagonismo da
história.
Na campanha eleitoral
recém-encerrada Furlan demonstrou desrespeito pelos aliados. “Farinha
pouca, meu pirão primeiro”, esse adágio popular está cunhado na
cartilha de fazer política de Antônio Furlan. Um séquito de aliado se vira como
marionetes de Furlan. Dormiam aliados e acordavam defenestrados.
Claudiomar Rosa disse o
que deveriam dizer todos os vereadores: „‟Prefeito, explique de forma mais
detalhada o gasto desse recurso que pleiteia como empréstimo. Qual a capacidade
de endividamento do município e como, caso autorizado, o senhor vai gastar esse
dinheiro?‟ Essa, ao meu sentir, é a função do fiscal da execução orçamentária
municipal, ou não?
Agora vamos aos fatos
financeiros. O quadro abaixo é um demonstrativo do Portal da Transparência que
mostra que todas as receitas do município de 2022 cresceram, se comparada com
2021.
Única queda foi repasses
da Lei Kandir. Uma queda de 100%. Porém, é o menor valor do quadro acima. Lei
Kandir refere-se a receita paga sobre a cobrança de circulação de mercadoria e
serviço para os Estados.
Recursos oriundos do
Marco do Saneamento, Macapá recebeu R$ 381,7 milhões.
Em uma declaração dada a
um programa de rádio local, Senador Davi afirmou que num rápido levantamento
contabilizava a liberação de R$ 300 milhões de reais em emendas para Macapá,
além da liberação de R$ 100 milhões para asfaltamento, fruto das emendas de
outros parlamentares. Em síntese, Furlan quer mais dinheiro, mas precisa dizer
onde gastou toda essa grana e como vai gastar o dinheiro do empréstimo.
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