domingo, 20 de novembro de 2022

ARTIGO DO GATO - A história é pedagógica

 



A história é pedagógica




 Por Roberto Gato 

O vereador Alexandre Azevedo Costa (PP) usou a tribuna da Câmara para fazer uma defesa contundente e avalizadora da gestão do prefeito Antônio Furlan. Disse em seu discurso que o alcaide era um homem produtivo, comprometido com a gestão pública e que suas ações tinham um único foco: o povo do município de Macapá.

Alexandre demonstrou de forma transparente seu aborrecimento com a fala do seu colega de Casa, Claudiomar Rosa (Avante) que ao se mostrar preocupado com a gestão municipal, exigiu do prefeito um maior detalhamento na peça técnica encaminhada a Câmara de Vereadores, pedindo autorização para contrair um empréstimo da ordem de R$ 200 milhões. Estranhei a sanga, pois deveria ser motivo de elogio, afinal a função do Edil é zelar pela boa execução do recurso público, ou não?

Mas, Alexandre não concorda também com o adjetivo “FANFARRÃO usado por Claudiomar. “Acho deselegante, para dizer o mínimo”. Sentenciou. Bem; Fanfarrão segundo definição do Oxford Languages é aquele que conta bravata, que alardeia coragem sem ser corajoso. Uma pergunta se impõe: o prefeito não faz bravata? Então o que dizer das declarações dadas após as operações da Polícia Federal que investiga possível fraude eleitoral praticada na campanha de Furlan? Ele disse que os juízes do TRE – Tribunal Regional Eleitoral são corruptos. Provou? Disse que a Polícia Federal era “pau mandado” do Davi Alcolumbre. Provou? Se não, é “Fanfarrão!” Desculpe Alexandre, mas é .

Acho até que o vereador Claudiomar usou o adjetivo equivocado. Queria chamá-lo de “Farrista”. E aí vou ter que concordar de novo: Furlan gosta de uma boa farra e, como gosta. Que o diga a turma do Crocodilo do Pará. E o Jaime, CEO das empresas JD Nunes (A Domestilar) e de outros grupo empresarias, entrou na fanfarrice e na farra do Furlan, que imaginou ter ganhado a eleição para prefeito com o Jingles “ Dá=lhe Sal e dá-lhe sal”. Esqueceu que sua vitória foi fruto de uma coalisão de partidos e lideranças, no segundo turno.

Essa quimera de Furlan arrastou o incauto, politicamente, Jaime Nunes a afirmar que era o “Dono da Quebrada” e outras sandices que o levaram para a derrota no primeiro turno das eleições para o governo do Amapá. Coisa de Calígula.

Embora veja mérito no discurso do Alexandre Azevedo que se mostrou bom de retórica, além de um fiel escudeiro do aliado. Tipo daqueles que não foge da luta. Capaz de fazer um belo contorcionismo vocabular para defender seu aliado. Vejo aí herança política do pai. As virtudes de Furlan, elencadas por Alexandre não se sustentam, bem verdade. O homem gastou por conta. Na PMM pode ter faltado de muita coisa, menos dinheiro. Alexandre herdeiro político de Azevedo pode está repetindo o erro do pai ocorrido há exatos 37 anos. Raimundo Azevedo Costa, sempre esteve envolvido na política. Aos 26 anos de idade viu eclodir no Brasil o Regime Ditatorial. Perfilou do lado da democracia. Um herói da resistência contra o regime de chumbo. Fundador no Amapá do MDB – Movimento Democrático Brasileiro, reduto dos progressistas de toda ordem. Em 1985, quando Alexandre tinha 10 anos, seu pai foi eleito, com uma ampla margem de votos, prefeito de Macapá. Azevedo, como Alexandre também o é, fiel aos amigos arrebanhou pseudos aliados, na crença que estava entre “cordeiros”, mas no meio deles tinha um lobo, sedento por poder e foi este quem apunhalou Azevedo Costa, o VV, pelas costas e lhe arremessou para o limbo da política amapaense e assumiu o protagonismo da história.

Na campanha eleitoral recém-encerrada Furlan demonstrou desrespeito pelos aliados. “Farinha pouca, meu pirão primeiro”, esse adágio popular está cunhado na cartilha de fazer política de Antônio Furlan. Um séquito de aliado se vira como marionetes de Furlan. Dormiam aliados e acordavam defenestrados.

Claudiomar Rosa disse o que deveriam dizer todos os vereadores: „‟Prefeito, explique de forma mais detalhada o gasto desse recurso que pleiteia como empréstimo. Qual a capacidade de endividamento do município e como, caso autorizado, o senhor vai gastar esse dinheiro?‟ Essa, ao meu sentir, é a função do fiscal da execução orçamentária municipal, ou não?

Agora vamos aos fatos financeiros. O quadro abaixo é um demonstrativo do Portal da Transparência que mostra que todas as receitas do município de 2022 cresceram, se comparada com 2021.

 


Única queda foi repasses da Lei Kandir. Uma queda de 100%. Porém, é o menor valor do quadro acima. Lei Kandir refere-se a receita paga sobre a cobrança de circulação de mercadoria e serviço para os Estados.

Recursos oriundos do Marco do Saneamento, Macapá recebeu R$ 381,7 milhões.

Em uma declaração dada a um programa de rádio local, Senador Davi afirmou que num rápido levantamento contabilizava a liberação de R$ 300 milhões de reais em emendas para Macapá, além da liberação de R$ 100 milhões para asfaltamento, fruto das emendas de outros parlamentares. Em síntese, Furlan quer mais dinheiro, mas precisa dizer onde gastou toda essa grana e como vai gastar o dinheiro do empréstimo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...