TRANSTORNO DO ESTRESSE
PÓS-ELEITORAL: COMO LIDAR?
Por Jarbas de Ataíde
Há 8 anos, em julho de 2014, em um
artigo sobre o cérebro e fatores estressantes”, concluí que: “ Ter um estado de espírito otimista diante
da vida, boas relações interpessoais e comportamentos mais prudentes
desacelera...a mente das conturbações e cobranças do cotidiano,.... contribuem
para a sobrevida e a longevidade”.
O processo eleitoral é sempre desgastante
e conturbado, afetando toda a sociedade e, principalmente, os eleitores, que
colocam confiança em seus candidatos. A mídia, as informações digitais e as fak news dominaram as eleições, mais do que as propostas. O
resultado das eleições, também provoca frustação e decepção em milhares de
eleitores.
Diante do mundo midiático e digital,
as decepções do pleito passaram da Síndrome do Pensamento Acelerado (A. Cury), que nos deixa
apreensivo e cansados, para a Síndrome do Estresse Pós-Eleitoral-TEPE
(Stevem Stosny), afetando as emoções, pensamentos e o padrão
de vida.
O cérebro responde às emoções positivas
e aos estressores negativos. Nossa mente sofre influência do meio, das
percepções e estímulos externos, os quais vão influenciar e desencadear
respostas no Sistema Nervoso Central(SNC).
Estamos há anos observando essas
reações dos eleitores, que vendo seu “candidato escolhido perder ou ser
levado para mais um turno de forma inesperada – sejam por falsas expectativas
ou uma disputa muito acirrada”, apresentam “um fator de risco que pode
piorar a saúde mental dos eleitores”.
Já existem pesquisas americanas, que
avaliaram 500 mil eleitores nas eleições de 2016, que alertou para o fato de
afetar a saúde, criando uma “situação mental de angustia e ansiedade”. Um
deles foi realizado pelas universidades
e publicados no Journal General Internal of Medicine, indicando que os
eleitores do candidato perdedor são mais propensos a” uma piora imediata na
saúde mental”
No Brasil, essa reação de estresse “já
foi sentida pelos brasileiros em 2018 com a polarização das eleições” e “o
agravamento observado durante o processo deste ano [2022] deve se agravar após
o resultado...” do 1º turno e ainda mais agora com o termino do 2º turno. Segundo
a Ass. Americana de Psicologia, um índice de estresse de 81% nos adultos nos
EUA, foi decorrente da expectativa do futuro político da nação.
Reações emocionais extremas de ansiedade,
angustia e raiva foram observadas durante as eleições de 2022, (Rodrigo Huguet,
Ass. Mineira de Psiquiatria), devido a intensa polarização de discussão
ideológica e até espiritual, gerando intensas descargas emocionais e
sentimentais. Quando se prolonga, podem desencadear sofrimento, interferindo
na qualidade de vida e até distúrbios psicossomáticos.
Esse TEPE, se manifesta com sintomas
físicos e emocionais, decorrentes do estresse crônico, como:” dor de
cabeça, distúrbios gastrintestinais, medo, hipervigilância, ansiedade,
preocupação extrema, insônia, isolamento social, raiva e depressão, além de
obsessão com atualizações e notícias”.
Caso aconteça essa
situação com você, como estamos observando em muitas pessoas, o ideal é
procurar ajuda médica, pois o TEPE gera desconforto, descrença, pensamento
negativista, impotência, isolamento social, timidez, medo de retaliações ou
excitação mental exagerada, com explosões de raiva e até agressão infundada.
Mas
qual é a estratégia para lidar com essa situação? Além de procura um profissional capaz de
orientar, pensar que essa perda não será
o” fim do Brasil” e nem a “demonização do mundo”; que a alternância do poder
faz parte do processo democrático; que a cada 4 anos ocorre novas eleições;
buscar informações confiáveis e não apegar-se nas fake news (noticias falsas), muito presentes nessa
eleição.
Outras formas de convívio é buscar não se
isolar, observar alterações no corpo e no pensamento, buscando envolver-se em
assuntos que tem mais conhecimento e domínio e estabelecer uma rotina em
relação às redes sociais, melhorando sua empatia e relacionamento com as
pessoas. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2022/10/transtorno-do-estresse-pos-eleitoral-e-mais-intenso-apos-frustracoes-politicas-veja-como-lidar.shtml
. JARBAS ATAÍDE, 1.11.2022.
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