terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Lula é diplomado no TSE; Moraes defende atuação da Justiça Eleitoral

 

  

Lula é diplomado no TSE; Moraes defende atuação da Justiça Eleitoral

 



 

A sessão solene marca o fim do processo eleitoral e habilita os eleitos para tomar posse no dia 1º de janeiro de 2023

 

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), junto com seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), recebeu das mãos do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o diploma de Presidente da República Federativa do Brasil, na tarde desta segunda-feira (12). O diploma é assinado por Moraes e marca o fim do processo eleitoral. A diplomação atesta o resultado das urnas e confirma que o presidente eleito está apto para tomar posse em 1º de janeiro. 

Muito emocionado, Lula iniciou por volta das 14h40min o discurso no evento. Chorou ao relembrar de suas primeiras posses e agradeceu ao povo por "confiar em alguém sem diploma universitário". Na sequência, o presidente eleito exaltou a escolha da população brasileira, afirmando que o resultado das eleições é uma "celebração da democracia" e criticando os movimentos que tentam descredibilizar o processo eleitoral.

 


— Eu sei o quanto custou a mim e ao povo brasileiro para reconquistar a democracia no país. Quero dizer que, muito mais do que a cerimônia de diplomação de um presidente eleito, essa é a celebração da democracia. Poucas vezes na história ela esteve tão ameaçada. A democracia não nasce por geração espontânea. Ela precisa ser semeada e cultivada, para que a colheita seja generosa. É necessário defendê-la todos os dias daqueles que tentam a todo custo usá-la para interesses próprios — disse.

Lula declarou que, nestas eleições, o povo brasileiro escolheu "o amor e não o ódio", e destacou o trabalho do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF) que, segundo ele, enfrentaram todo tipo de ofensas, ameaças e agressões, para fazer valer a soberania do voto popular. 

— Essa foi a disputa entre duas visões de mundo e de governo. De um lado, um projeto de reconstrução, e do outro, um projeto de destruição. Não foram poucas as tentativas de sufocar a voz do povo e a democracia — completou.

Críticas ao governo Bolsonaro

 



Na fala de Lula, não faltaram críticas ao presidente Jair Bolsonaro, derrotado no segundo turno das eleições, que, segundo o petista, deixa um "legado perverso" para o país:

— Nestas semanas em que o gabinete de transição vem escrutinando a realidade atual do país, tomamos conhecimento do deliberado processo de desmonte das políticas públicas e dos instrumentos de desenvolvimento, levado a cabo por um governo de destruição nacional. Soma-se a este legado perverso, que recai principalmente sobre a população mais necessitada, o ataque sistemático às instituições democráticas.

O presidente eleito também ressaltou a coligação chamada de "Frente Ampla", composta por 12 partidos no primeiro turno e 14 no segundo, que apoiou a chapa petista durante a eleição presidencial.



— A democracia venceu. O resultado dessas eleições não foi apenas a vitória de um partido, e sim, a vitória de uma verdadeira frente ampla contra o autoritarismo — pontuou.

O prazo final para a diplomação era 19 de dezembro, mas, a pedido da equipe de Lula, o TSE adiantou o evento para uma semana antes. Para receber o diploma, os eleitos precisam estar com o registro de candidatura aprovado e as contas de campanha julgadas.

A diplomação marca o fim do processo eleitoral e habilita Lula e Alckmin para tomarem posse no dia 1º de janeiro de 2023. De acordo com o Tribunal, aproximadamente mil pessoas foram convidadas para acompanhar a solenidade.

Lula pediu desculpas por ir às lágrimas durante cerimônia  EVARISTO SA / AFP

Ataque às urnas é fenômeno mundial, diz Moraes

Moraes, que foi ovacionado ao abrir o evento, destacou a ação do TSE durante a campanha eleitoral e afirmou que o ataque às urnas e à democracia, como tem sido visto no Brasil, é um fenômeno observado no mundo todo. Segundo ele, a cartilha autoritária envolve a utilização em massa das redes sociais, "subvertida para fake news e discursos de ódio", e ataques à mídia tradicional, às instituições e, em especial, ao Judiciário e aos seus membros.

O ministro observou que "grupos extremistas, antidemocráticos" pretendem desacreditar a democracia atacando seus instrumentos, como o sistema eleitoral - seja o voto impresso ou eletrônico.

— A partir do ataque pretendem substituir o voto popular por um regime de exceção, por uma ditadura — frisou.

  

Moraes disse que a Justiça Eleitoral se preparou para lidar com esses ataques e avaliou que houve "eficácia" no combate a eles, como a ampliação dos mecanismos de confiabilidade do sistema eleitoral, do acesso às etapas do calendário eleitora e o convite a observadores nacionais e internacionais.

— A diplomação da chapa presidencial eleita consiste no reconhecimento da lisura do pleito eleitoral. A Justiça Eleitoral se preparou para garantir com coragem e segurança a transparência das eleições. Combatemos com eficácia e celeridade os ataques ao Estado Democrático de Direito.

 Presença de ministeriáveis

Estiveram presentes na mesa os demais ministros do TSE, a presidente do STF, Rosa Weber, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, os ministros do TSE, o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o presidente da Ordem das Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti.

Na primeira fila do plenário lotado, estiveram a futura primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, os ex-presidentes Dilma Rousseff e José Sarney e Fernando Haddad, anunciado por Lula como futuro ministro da Fazenda.

 

Figuras cotadas para assumir ministérios do próximo governo também marcam presença na cerimônia de diplomação do presidente eleito e do vice-presidente eleito. Passaram pela área comum petistas como o deputado estadual Emidio de Souza (SP), cotado para a Secretaria-geral; o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), citado para o Ministério da Educação; e o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, ventilado para o Ministério das Comunicações.

O deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP), que busca o ministério das Cidades, também compareceu, assim como a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), considerada para o Meio Ambiente.

 

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