É uma pergunta interessante e difícil de ser respondida. Ficamos falando do tema e chegamos à conclusão que esse é um dilema secular neste País. No período da história em que o império da força e da impunidade campeava, os coronéis nordestinos tinham lá seus currais eleitorais. E a turma ia pra urna com o voto pronto. O trabalho era enviar na urna.
O tempo passou, o coronelismo imperativo foi cedendo espaço até o seu desaparecimento. Na política nacional com esse perfil só sobrou o senador José Sarney. O resto deixou lembranças e outros, saudades.
Mas o fato é que não vemos e não vislumbramos horizonte para mudança na regra eleitoral. Não falo a legislação, a comportamental, que transgride frontalmente aquela. E aí? Bem, aí que surge o dilema. Quem corrompe quem? Os dois se merecem e o pior sobre para os mais fracos. O eleitor, ou melhor, o cidadão eleitor.
Quando em marchas eleitorais, nos entourages políticas é fácil observar o frenesi nas casas, quando um homem com indumentária mais aprumada adentra as pontes. Acotovelam-se e os acenos chamando este para um tete a tete é freqüente. Bem! O político chega com largo sorriso, e cumprimentando com fortes abraços e tapinhas nas costas. No que é correspondido e a matriarca, os casamentos estão quase todos desfeitos, chama a prole. O objetivo é mostrar que ali o voto é farto. E após ouvir queixumes dos futuros (eleitores???) o cidadão deita falação e aponta solução pra tudo. São as promessas de campanha. Aperta mão de um a um e se despede. Quando ameaça volver-se. Ouve um psiu. Aí é que vem a “facada”. O senhor pode me....se for enumerar o que pedem esse espaço é pequeno.
Então voltemos para o início. Quem é mais corrupto? Os dois? Não sei, pois já vi também muitos candidatos chegar com o cabo eleitoral mor e dizer: troca dinheiro, pois hoje vamos fazer uma visita no bairro “X”. E por que manda trocar dinheiro? È para distribuir de forma generosa os “boros”, “côro de rato”. As onças e o salmão são para as lideranças, aqueles que garantem ajoelhados na cruz que possui mais de 100 votos.
Na verdade isso fica engraçado contado assim, mas o resultado dessa orgia politiqueira é triste para o País. Principalmente num estado miserável como o Amapá. Pois o que temos é um povo morando mal, sem saúde de qualidade, educação pior ainda. Ruas esburacadas, um transporte coletivo da pior qualidade e funcionários mal remunerados. E pior de tudo é a falta de emprego.
Para fechar essa conversa digo que a miséria em que vive o povo é culpa do próprio povo, que não percebe que aquele tostão que lhe foi enfiado no bolso, que pagou uma contra de luz, comprou um gás, uma conta de energia será cobrado em dobro no mandato. Ou acha que a política também não é feito comércio. Quem compra por dez, vende por vinte. Só que aí tem uma diferença: os dez que lhe foi dado eram seus e os vinte que o safado mete no bolso é seu também. Acoooooooorda Zé povinho.
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