sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O drama de “Lili” e a apunhalada da insensatez estatal



A saúde pública, todos sabem, é um caos de norte a sul do País e é também “herança maldita” de todo governo que assume. A história ainda não nos ofertou um exemplo de um governo que assuma e elogie o trabalho de seu antecessor na questão da saúde. O que há, sempre, é crítica veemente ao sistema de saúde e um descer de lenha no predecessor. No meio social todos reclamam com críticas, cujo conteúdo varia. Há os que criticam por serem desafetos políticos do governo de plantão; há os que criticam por revolta fundada na precária oferta do serviço; há os que criticam porque querem ser aproveitados como quadro na gestão; há os que criticam na busca de um honroso “jabá”; e, finalmente, há os que criticam porque, como dizem os cronistas esportivos, “já estiveram lá” precisando do serviço de saúde. A opinião desses é mais sincera, profunda e arrasa o coração mais carrancudo.
Helenise Tôrres, a “Lili”, é um desses tristes exemplos. “Lili” é escrevente aposentada do Cartório Jucá, cujo trabalho lhe legou uma doença pulmonar crônica que lhe levou a ser freqüentadora assídua da rede de saúde. O agravamento de sua doença lhe impôs a amarga experiência de ter como acompanhante permanente, em sua cadeira de roda, um balão de oxigênio e um “mix” de remédios, cujo valor lhe surrupia o sorriso e a dignidade. Mesmo assim é difícil ver “Lili” triste ou expressando vontade de se agasalhar no além. Há sempre dentro de seus olhos um brilho diferente  e a eterna esperança da cura, embora a medicina já lhe tenha imposto a incurabilidade. “Lili” ainda tem a felicidade de ter uma família maravilhosa que divide sua dor e lhe empresta conforto sincero. E assim, como diria Zé Miguel, “vão passando os anos”, mas sem “vida boa”.
Recentemente “Lili” precisou, pelo elevado custo de seu “mix”, de remédios do sistema público de saúde. A tramitação de seu processo experimenta na Secretaria de Estado da Saúde o tratamento que são dados aos chamados “casos urgentes”. De despachos em despachos  “Lili” vai diminuindo a chance da sobrevivência e aumentando a possibilidade de ser saudade. Até hoje não foi atendida embora o processo tramite há quase três meses. “Lili” sobrevive porque é forte e Deus lhe estende a mão que o Estado lhe nega,  subtraindo sua dignidade. Proponho-me a uma lágrima sincera, pertinaz e de revolta.
Já vi meu irmão sucumbir por falta de um cardiologista no hospital de emergência e já vai longe sua saudade. Um tal de sobre-aviso que retarda a chegada do médico e apressa a da morte foi a causa eficiente de sua partida. “Lili” precisa para ser atendida de um simples despacho para “autorizar” a compra dos remédios, contudo, a burocracia estatal alonga a solução e diminui sua chance de sobrevivência. Não se sabe se a incompetência dos técnicos é a causa na demora ou se o crônico e precário atendimento deixa todos insensíveis que tanto faz.
A precariedade do sistema de saúde não pode adquirir contornos assassinos. Sabe-se que o sistema de saúde não melhorará em pouco tempo porque a “herança maldita”, de tantos malditos, tornaram crônicos os problemas. Mas é intolerável que a vida humana seja relegada a supérfluo de terceira a ponto de se insensibilizar pela carnificina estatal. O Estado não pode cruzar os braços ante a “menguelização” na assistência médica. O fascismo na saúde há de ser combatido com a mão forte dos que se propuseram a mudar o Estado. Não adianta culpar antecessores. É preciso ação urgente para mitigar o sofrimento de tantas “Lilis”.
“LIli”, pela sua ternura silenciosa, me propôs um texto de piedade, não com ela, mas com aqueles que esperam nas filas longas a amputação fria de sua dignidade. “Lili” tem ao seu lado um braço familiar que lhe mitiga a dor e lhe expande candura não se propondo a maltratar ninguém. Mas não me contenho. Cresce dentro de mim uma revolta louca que me iguala aos imbecis, frios e cruéis que plantam diariamente, há anos, a “herança maldita” da saúde pública. Quero um ultraje que lhes arrebente a decência e a paz, como postulava Saramago para esses desafetos sociais. Não vou fazer:  há pessoas doces como “Lili” que plantam a paz, mesmo apunhaladas pela insensatez estatal. Ainda bem!
RABISCOS
Caso de “Lili” só expõe a longa história do caos da saúde pública. Até hoje ninguém se salvou. Triste! Muito triste!!///Decisão judicial aumentou tarifa de ônibus. Decisão tão teratológica pela sua inconstitucionalidade que deveria ser revista de oficio. Pode, juvenal?////Operação policial (ou judicial?) do Ministério do Turismo repete erros das operações anteriores. Por que prender se a simples oitiva resolve? Como diria Gilmar Mendes: tudo espetaculização. Santo Deus!////Wagner Gomes e Ewaldir Mota, decanos da advocacia,ligam para um convite surreal. Comemorar, no dia do advogado, porque fazemos parte dos 13% que são aprovados no exame de exame. Vale a comemoração, Mestres!//// Contudo, dentro dos 13% ainda se tira uns 10%. É cada aberração. O lobato diz que não. Tudo bem!///A Dan-Herbet, a maior fabricante de buraco retinho, bonitinho do mundo, continua agindo, agora, aumentando seu latifúndio na cidade.  Prefeito, mais uma vez, mande essa turma tapar os buracos. Mas tapar muito, como diz o capadócio que frauda carnaval e vive dizendo que lava a barba do “chefe”////Roberto Góes sorrindo de orelha a orelha com a entrega do Conjunto Mucajá. Isso é dar dignidade, meu chefe!////E o cancróide que frauda carnaval ainda terá disposição para sair no grupo de acesso da LIESA? Fraude garantida se não ficarem de olho!////Delegado Ronaldo Coelho, nosso “Xerife”, de volta ao batente. Missão difícil pela frente. Trabalhar com mudo, meu! É mole!///Daniella Ramos mandando ver no Instituto de Igualdade Racial. Belo quadro!////Moisés Souza, revela eficiência na gestão. Reforma da AL deixou prédio um brinco. Com “ricurso” e gestão vai longe////Michel JK pensando em novos desafios. Já tem apoio parlamentar garantido. Democracia é isso. Oportunidade para todos!!////Fernando Canto anda sumido ou “itinerando” fora da cidade? Um doce para quem responder.////Prefeito Roberto Góes em BSB tentando desencravar a unha do Hospital Metropolitano. Em busca do “ricurso” e superação de burocracia///Imprensa “PINK”, aquela que bajula até os talos e se borra de caroço de pupunha, anda meio acanhada. Por quê, lobato?////A LIESA, por intermédio da Assessoria Jurídica (pasmem!!!), afastou Presidente França do Conselho e empossou novos conselheiros da Piratas da Batucada. Isso após detida análise. Menos Braga, menos!!!////Alguma obra retomada essa semana? Pesquisa que tem!////Roberto Góes me pergunta pela “mudança”. Ainda em transe, meu caro, com palanque armado e tudo.////bye

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