Quem somos?
Isso é filosofia pura. E filosofar requer paciência, persistência e uma inquietação incessante. Do ponto de vista da origem, é de domínio da parcela esclarecida da sociedade que temos duas teorias prevalentes. A teológica, que defende Deus como criador do homem a partir do barro e a de Darwim, que defende o evolucionismo, ou seja, o homem originou-se do macaco.
Algumas atitudes perversas, sanguinárias encontram explicações na sociologia. É a má distribuição de renda que faz surgir pessoas de segunda categoria, ou seja, desassistida pelo Estado, sem perspectiva de ascensão na escala social. Moram mal, comem mal, vestem-se mal. Logo a máxima prevalente é: onde a “manus longus” do Estado não alcança a bandidagem se instala. Esses pobres seres humanos são presos fáceis da prostituição, drogadição, banditismo. Viram naturalmente inimigos números um da sociedade dita organizada, que engorda os números da População Economicamente Ativa (PEA)
E os que nascem bem, comem bem, moram bem, vestem-se bem e são maus. Matam, roubam, traficam etc. Aí a teoria sociológica cai por terra. Entra então psicologia. São pessoas com distúrbios psíquicos, que nascem com a tendência criminosa. Psicopatas, sociopatas.
O psicopata definiu-se por uma procura contínua de gratificação psicológica, sexual, ou impulsos agressivos e da incapacidade de aprender com os erros do passado. Usando terminologia freudiana, a personalidade psicopática ocorre quando o ego não pode mediar entre o id e o superego, permitindo assim o id de se reger pelo princípio do prazer, e o super-ego não tem nenhum controle sobre as ações do ego. Em outras palavras, os indivíduos com esta desordem ganhariam satisfação dos seus comportamentos anti-sociais, associados a uma falta de consciência.
Os assassinos seriais exibem muito das características que a psiquiatria associa ao que se chama distúrbio da personalidade anti-social, ou sociopatia. O sociopata tem problemas legais e criminais, frequentemente manipulam os outros em proveito próprio, dificilmente mantêm um emprego ou um casamento por muito tempo. O sociopata possui um considerável charme pessoal, estabelece relacionamentos com facilidade, principalmente quando é do seu interesse, mas dificilmente é capaz de prolongá-los. Eles têm inteligência normal ou acima do normal, e, em geral, não tem nenhuma ansiedade, depressão, alucinações ou outros sintomas e sinais indicativos de neurose, pensamento irracional ou doença mental. Normalmente são tranqüilos, têm presença social considerável e boa fluência verbal. Muitas vezes são líderes em sua família ou grupo social, e se distinguem em algo, podendo ser admirados por isso. A grande maioria das pessoas, em contato com o sociopata, é incapaz de imaginar o seu lado "negro", que alguns conseguem esconder com sucesso a maior parte da vida, através de uma vida dupla.
No entanto não podemos estacionar nossa análise do ser humano, seu comportamento social nessas classes. O violentado socialmente, o doente psicopata ou o sociopata. Temos pessoas más que não se enquadram em nenhum desses perfis. Resta-me imaginar que estes fazem parte da parcela da sociedade que são vítimas do desajuste familiar. Da ausência de uma boa educação doméstica. Pessoas que não se inclinam a DEUS e por tanto começam a banalizar as relações sociais.
A estes cabe o pensamento do grande Rui Barbosa que diz: De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.
Quem somos? Psicopatas, sociopatas, vítimas de uma sociedade gananciosa e segregadora, vítimas da desestrutura familiar, somos um pouco de casa coisa, ou não somos nada disso? Quem somos então?
Nenhum comentário:
Postar um comentário