sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Quem é o meu exemplo?


Aline Colares
Acadêmica de Letras/UNIFAP

Tenho um priminho - na verdade já não é mais tão inho assim - que, quando eramos menores, ele bem menor que eu, éramos sempre muito próximos. Brincávamos juntos, era meu irmãozinho caçula. Mas, o tempo passou, crescemos. Hoje ele tem 13 anos e, comparando a tempos passados, o vejo bem pouco, mas não é por isso que deixo de amá-lo. O ajudo com as suas pesquisas, dou conselhos, brigo também, empresto meus livros e ainda guardo uns só para ele usar daqui a uns anos. Ele é uma pessoa que ao mesmo tempo em que consegue ser muito carinhoso, chameguento e questionador, é também frio e bem reservado. É assim com todos, e comigo não seria diferente.

 Descobri, acho que ano passado, que ele me admirava muito e me tinha como exemplo. É, ele me respeita e me ouve, mas nunca deixou visível isso de “exemplo” – deve ser coisa de menino.
Saber que tem uma pessoa que lhe tem como exemplo, que presta atenção no que você pensa sobre um determinado assunto, e mais, que suas tias por trás ficam falando “Olha, escuta tua prima!”, “Tá vendo? Pergunta antes pra tua prima”, é um peso bom. Digo “peso”, pois mesmo desejando tanto saber o que os outros pensam de nós, sermos exemplo de alguém não é tão fácil, acabamos assumindo grande responsabilidade.  Entretanto, é bom saber que existe alguém que lhe admira, mesmo você sabendo que não há perfeição dentro de si, sendo um ser humano com defeitos também. Isso fez-me pensar... Quem é o meu exemplo?
Lembrei de uma pregação a qual assisti na minha igreja, que falava justamente acerca de exemplos. O tema foi: Seguindo bons exemplos, tendo como base a Terceira Epístola de João, versos de 11 a 15. Aprendemos que, infelizmente, por conseqüência do mundanismo dentro da igreja, muitos têm se desviado, dando assim um mal testemunho ao nome do Senhor. Entretanto, não há como prosseguirmos na vida cristã se não termos alguém como exemplo. O ditado “sou dono do meu próprio nariz” não existe no cristianismo e nosso exemplo maior é Jesus Cristo. Ele, sim, é cheio de perfeição.
Se imitar alguém na nossa vida profissional já é válido, por que não imitar um irmão piedoso, reproduzindo suas boas ações em nossa vida espiritual? Quando dizemos “imitar” não significa idolatrar, mas termos como desejo, ser igual a alguém, assemelhar-se com essa pessoa dentro dos princípios cristãos. Não significa, por outro lado, falsificar-nos, fazendo com que os outros imaginem e/ou achem que “somos crentes”, quando na realidade não somos.
Há um versículo que assim diz: “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a Palavra de Deus; e considerando atentamente o fim de sua vida, imitai a fé que tiveram” (Hebreus 13: 7). Quando o Senhor Jesus nos instrui a imitarmos aos nossos guias, não quer dizer que devamos ter uma submissão cega, não discernindo se estes seguem ou não a Verdade, ou seja, dão de fato um bom exemplo. Imitar alguém, não significa procurarmos uma pessoa que não tenha pecado, pois isso jamais acharemos, já que todos temos pecado. Devemos, sim, buscar seguir um crente fiel que externa a vida com Deus em seus caminhos.
Contudo, além da busca de exemplos daqueles próximos a nós, jamais esqueçamos que Jesus Cristo é o único que jamais nos decepcionará, é infalível e imutável. Ele é o meu grande exemplo, Aquele que mesmo quando injustiçado calou-se, que amou seus inimigos e que, acima de tudo, obedeceu ao Seu Pai.

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