“Sou da época do radio com válvulas e hoje trabalho com chip. É a evolução tecnológica e tive de acompanhar para sobreviver no mercado”.
Antônio Nascimento Pereira
Reinaldo Coelho
Da reportagem
O Amapá que pertencia geograficamente ao Estado do Pará, foi desmembrado em 1942 pelo então presidente Getulio Vargas e transformado em Territorio Federal, sendo administrado pela União. A finalidade era a ocupação e povoamento das terras fronteiriças, que sempre estavam sob cobiça estrangeiras. Nomeado primeiro governador Janary Nunes, incentivou a vinda de paraenses, para aqui exercerem suas profissões. “Para cá vieram do médico ao pedreiro, passando por professores, delegados entre outros. Esses pioneiros na estruturação do Estado do Amapá vem merecendo as homenagens do Tribuna Amapaense.
Nesta semana estaremos contando a saga de um funcionário público federal, aposentado no ramo da agricultura, e que se dedicou em paralelo a vida empresarial como técnico em radio. Antonio Nascimento Pereira .
Filho de João Felix Pereira, agricultor e enxertador de seringueira e da dona de casa Laura Nascimento Pereira, nascido em Peixe-Boi, município paraense, em 19/12/1940, portanto tem 71 anos. Veio para o Amapá aos oito anos de idade (1948), visto que seu pai que exercia sua profissão nos seringais paraenses, para recolhimento do látex, que atenderia a confecção da borracha, muito utilizada pelas Forças Aliadas, na II Grande Guerra Mundial. “Meu pai aprendeu a fazer enxerto em seringueiras em Belterra e eu conheci e exerci a mesma profissão.” Declara Antonio.
Com a criação do Território Federal do Amapá, João Felix Pereira, veio conhecer e observar as oportunidades de emprego tão divulgadas em terras paraenses. Quando voltou a Peixe-Boi, foi para reunir a família e zarpar em direção de Macapá, pois já tinha sido contratado pelo novo governo amapaense. Passou a exercer sua profissão no (hoje) distrito de Fazendinha, que na época era um pólo hortifrutigranjeiro do governo do Amapá. Na localidade tinha seringal nativo, onde o genitor de Antonio Nascimento passou a trabalhar e ele a estudar.
Com 15 anos de idade passou a exercer mesma profissão do pai e aos dezoitos foi contratado e lotado na Divisão de Agricultura do ex-territorio, onde se aposentou. Na mesma época conheceu sua esposa há mais de quarenta anos Elizabete Andrade, com que teve quatro filhos e diversos netos.
Nesse mesmo período, conta Antonio, fez um curso por correspondência de técnico de rádio, e exerceu a profissão consertando e trabalhando nos antigos cinemas de Macapá, como o cine Territorial, João XXIII, entre outros.
“Comecei a consertar rádios de válvulas, passei para os transistorizados e acompanhar a evolução tecnológica. Fui o primeiro a implantar uma antena parabólica no Amapá, passei depois a revende-la.”, relata orgulhoso.
A experiência empresarial existe há mais de 35 anos, com a instalação da Eletrônica Nascimento, no mesmo endereço até hoje. A empresa foi constituída no nome da minha esposa, pois como funcionário não pode exercer a função empresarial jurídica.
Começamos devagar, como uma porta em frente a nossa casa, na Jovino Dinoa, onde residiu meu pai e hoje resido com minha família, os negócios foram crescendo e se diversificando, assim como os problemas. “Todos sabem que a vida empresarial no Brasil é uma luta de formiga contra o elefante dos impostos e encargos trabalhistas. A gente trabalha para o governo.”, desabafa Antonio
Continuando conta que sempre com perseverança e apoio da abnegada esposa foi em frente “Passamos muitos problemas financeiros, com os diversos planos de governo para combater a inflação mais assim mesmo criei cinco filhos.Colocamos a nossa filha em um colégio de freiras em Belém e o filho mais velho foi para o Rio de Janeiro, procuramos formar-los com retidão e com caráter de cidadão honestos e trabalhadores ”.
O empresário Antonio Nascimento orgulha-se da tradicional empresa Eletrônica Nascimento, que é reconhecida pelos antigos clientes e sempre está conquistando novos em todos os bairros de Macapá. “Procuramos expandir nossos serviços, tanto que grandes empresas nacionais nos têm prestigiado, colocando seus nomes para representarmos em terras Tucuju. Além de termos conseguido colocar o nome da nossa empresa dentro da sociedade amapaense, conseguido uma respeitabilidade e garantia de bons serviços.” Desertar Antonio.
O compromisso é grande, pois a empresa hoje é representam de uma grande linha de TV fechada (Sky) e atua em todo território amapaense. “O mais importante hoje é que temos mais de quinze empregados e isso é uma grande responsabilidade social, pois são em média 60 pessoas dependendo de nós. É geração de renda e emprego. Isso me orgulha muito.”
Quando é cutucado para falar de política, Antonio Nascimento, narra que os governadores que por aqui passaram deixaram suas marcas, que CAD um deu sua pequena ou grande contribuição para o crescimento e desenvolvimento do Amapá. “Janary desenhou esse estado, implantou os serviços básicos, e olha que naquela época era muito difícil o acesso a essas traz, a maioria do transporte era marítima e tudo tinha de ser feito em Belém, o governador Janary, batalhou.”, explica.
Ele conta que o aeroporto de Macapá era onde hoje funciona o Palácio do Governo e a Praça da Bandeira. Antes os aviões eram Catalinas que pousavam na frente da cidade. O Janary transferiu os roçados da frente de Macapá, onde hoje é a Praça do Barão do Rio Branco e a atual OAB e colocou para o atual Bairro do Laguinho.
Ele acrescenta que outro governador que muito foi feito por Annibal Barcellos. “Este veio e ficou, passou a amar tanto o Amapá que aqui fixou residência. Sua esposa Dona Mariinha Barcellos mora no Rio de Janeiro, mais ele não nos deixou. As grandes obras que aqui existem foi dele.”.
Ele afirma que a política amapaense está engatinhando, já tem muitos vícios de políticos velhos, os atuais gestores amapaenses têm que trabalhar unido pelo bem estar do povo macapaense e amapaense. “Nada se faz\ sozinho, os que querem ou que estão governando o estado e o País tem que se esquecer da politicagem tem que se voltarem parta quilo que é bom para o Brasil e para o Amapá. Eles têm que lembrar que estão escrevendo a historia e que seus nomes serão registrados pelo que fizeram de bom ou de ruim. Por isso que a Eletronica Nascimento tem prestígio por que ela sempre respeitou seu cliente e hoje colhe os bons frutos desse bom trabalho.” Finaliza Antonio Nascimento
Aquele garoto de oito anos, que aqui chegou, a sessenta e três anos atrás,que trabalhou em seringal e hoje com cabelos grisalhos, observa dentro de sua empresa os filhos e netos a frente dos negócios, sob a batuta rígida da matriarca Elizabete Andrade e funcionários dando continuidade aquilo que plantou lá atrás e ele se diz muito feliz. “Sou da época do radio com válvulas e hoje trabalho com chip e satélites. É a evolução tecnológica e tive de acompanhar para sobreviver no mercado”.
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