sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Tabagismo


Campanha contra o tabagismo tem os jovens como público alvo

Hoje em dia estamos vivendo a cultura em que o cigarro é considerado um sinal de status entre os jovens, quem é um pouco mais experiente se lembra da época em que o cigarro também era um sinal de sensualidade para as mulheres e virilidade para os homens. O tabaco chegou a esse status graças às enormes campanhas para popularizá-lo. Muitas estrelas de cinema de décadas atrás fizeram campanhas em prol do cigarro, uma das técnicas que os estúdios de Holywood usavam era o uso do tabaco pelo mocinho da trama. Porém se naquela época ele soubessem dos efeitos que o cigarro causa ao nosso organismo, talvez não fizesse propaganda dessa droga e, hoje quem sabe o cigarro seria não seria tão popular?
Para tentar concertar os erros cometidos nas propagandas décadas atrás a favor do uso do cigarro, muitos órgãos lançam campanhas contra o tabagismo, um exemplo aconteceu aqui no Brasil, o Ministério da Saúde lançou na última segunda-feira (29) a campanha “Viver bem é viver com saúde. Fique longe do cigarro”. A campanha de combate ao fumo de 2011 quer mais do que fazer as pessoas abandonarem o cigarro: quer evitar que elas comecem a fumar. Por isso o público alvo é o jovem, principalmente o adolescente. Durante o evento de lançamento da campanha, foi divulgada uma pesquisa a qual o resultado foi extremamente preocupante para todos nós. O estudo indicou que os adolescente não têm a mínima dificuldade de comprar cigarros, apesar de o país dispor da Lei Federal (n.º 8.069/1990 ) que proíbe a venda do produto para menores de idade.  O percentual de meninas, entre 13 e 15 anos, que já comprou cigarro chega a 52,6% e a 48,1% entre meninos em algumas capitais do país.
O Jornal Nacional estreou no mesmo dia de lançamento da campanha uma série de reportagens sobre o tabagismo no Brasil. O tema da primeira foi o consumo de cigarro pelos jovens. O repórter André Luiz Azevedo explicou por que os adolescentes são o foco da campanha lançada pelo Ministério da Saúde neste Dia Nacional de Combate ao Fumo. Apesar de não poderem comprar e nem usar cigarro dentro da escola, muitos o tem como a principal companhia.
O consumo precoce
O consumo dessa droga ilícita não é bom em nenhum momento devido aos riscos que trazem a saúde, mas o que percebemos hoje é o uso abusivo da mesma e o mais preocupante é que ela está sendo muito influente entre os jovens.
Um levantamento do Ministério da Saúde revela que quase 80% dos fumantes acenderam o primeiro cigarro com menos de 20 anos, e 20% com menos de 15 anos. “Tem muitos que fumam desde os 12 anos e estão fumando até hoje com 17 anos”, afirma o estudante Leonardo França.
Outro estudo feito pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), publicada na solenidade de lançamento da campanha, o número de meninas de menos de 15 anos que já comprou cigarro chega a mais de 50% em Porto Alegre, e o de meninos é só um pouco menor em Fortaleza.
“Você resolve experimentar e acaba caindo no vicio, gostando. Nunca experimentei”, acrescenta Marcos Caetano, de 17 anos.
Por esses e outros motivos a campanha contra o tabagismo em 2011 tem como o alvo principal o jovem. Afinal se combatermos o vício ainda cedo, mais tarde ele não será um dependente da droga.
Combate
Um bom exemplo de combate contra o tabagismo entre os jovens vem do Rio de Janeiro, um colégio público na Baixada Fluminense faz várias ações de alerta contra o fumo. Exemplo de como um programa de conscientização nas escolas pode ajudar. O jogo de dados passa informações sobre como o vício começa. Na peça de teatro, o garoto que representa o pulmão não resiste.
Essas ações educativas são muito importantes para combater o uso, mas segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os resultados das mesmas não são tão satisfatórias quanto medidas mais amplas. Para alcançar um país inteiro, a Comissão Nacional que coordena o controle ao tabaco tenta dificultar o acesso dos jovens ao cigarro.
“Toda a estratégia de mercado, a linguagem da propaganda, a estratégia das embalagens, inclusive os baixos preços praticados, tudo tem como objetivo seduzir os jovens, principalmente o adolescente”, explica Tânia Cavalcante, secretária-executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Conicq).
Uma das medidas que a comissão defende é a proibição da adição de sabores como menta ou chocolate, por que isso se torna mais um atrativo para o jovem comprar o cigarro regularmente, pois o mesmo poderá ser saboroso.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo), os ingredientes que dão sabor ao cigarro apenas atendem à demanda dos consumidores adultos. E ainda ressalta que a indústria só produz cigarros para fumantes maiores de 18 anos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a melhor maneira de reduzir o consumo é aumentar o preço do cigarro. Isso vai acontecer a partir de dezembro, quando o preço do maço pode ficar até 20% mais caro por conta do aumento dos impostos, anunciado na semana passada. Mas será se isso irá combater? Pois quando aumento o preço da sua bebida você deixa de comprá-la?

Abinoan Santiago
Da Reportagem/Estagiário

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