sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Editorial Ed. 279

Abestadooooo!
Esse adjetivo, utilizado pelo palhaço Tiririca, quando ele finalizava seus bordões de campanha eleitoral, deu certo. Vote em Tiririca, pior do que tá não fica. Abestadooooo! Com essa palhaçada, ele conseguiu que mais de um milhão de abestadoooos paulistas, o levassem para a Câmara Federal.
Não obstante a eleição do Palhaço, uma celeuma em torno de sua possível condição de analfabeto, lhe deu ainda mais notoriedade. Mais uma vitória. Ele não é totalmente analfabeto, ele é analfabeto funcional. Bem, mas o mais engraçado ou trágico estava por acontecer. O PR, partido de Tiririca e de Waldemar Costa Neto, aquele do escândalo dos Correios, o indicou para a Comissão de Educação da Câmara Federal. Foi uma afronta ou não?
O Decreto do Congresso Nacional, que discute o Plano Nacional de Educação, estabelece, no parágrafo primeiro do artigo 3º, que o Poder Legislativo, por intermédio das Comissões de Educação, Cultura e Desporto da Câmara dos Deputados e da Comissão do Senado Federal, acompanhará a execução do PNE.
O PNE tem de 2011 à 2020, para implementar 10 diretrizes básicas. I – erradicar o analfabetismo; II – universalização do atendimento escolar; III – superação das desigualdades educacionais; IV – melhoria na qualidade do ensino; V – formação para o trabalho; VI – promoção da sustentabilidade sócio-ambiental; VII – promoção humanística, científica e tecnológica do País; VIII – estabelecimento de metas de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto; IX – valorização dos profissionais em educação e, X – difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade e a gestão democrática da educação.
Como pode, um analfabeto funcional, tratar de tais diretrizes e fiscalizar suas implementações. Na realidade, o Brasil brinca de fazer educação, e demonstra o pouco caso, ao propor ha que só em 2020 se utilize 7% do PIB no setor. Esse é uma postura de quem não quer mudar o quadro social e econômico deste País.
A revista VEJA, mostrou em sua reportagem especial sobre as cidades brasileiras, que o Brasil é um pais com duas realidades. Não só pelo gigantismo territorial, mas pela profunda mancha social, vincada nas costas dos cidadãos de segunda classe, que habitam as regiões Norte e Nordeste Brasileira.
Hoje, o Brasil gasta 4,4% do seu PIB com educação, daí a vergonhosa marca que ostenta de possuir 14 milhões de analfabetos, com um quarto dos cidadãos não tendo acesso a escolaridade mínima, apesar de ser a 7ª potência da economia mundial.
O Informativo da ANDES, denúncia que o Brasil dá incentivo e isenções fiscais a grupos empresariais (R$ 144 milhões em 2010), comprometem outros R$ 40 milhões, com obras para a Copa e Olimpíadas e, prevê pagar, em 2011, R$ 950 milhões para banqueiros na forma de juros e amortização de dívidas, os investimentos reservados para saúde e educação, juntos, não superam 7% do orçamento, segundo a ONG Auditoria Cidadã da Dívida.
Os controladores do Sistema, não querem mudar a realidade nacional, se quisessem, estabeleceriam o aumento percentual de 10% do PIB para educação.
O Tiririca tem razão ao chamar o cidadão eleitor de abestadooo, pois nossas autoridades ratificam essa condição imposta pelo deputado mais votado por São Paulo.

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