domingo, 27 de novembro de 2011

Wanderlei diz que idade é só um número, mas admite 'inveja' de Anderson Silva



A vitória de Wanderlei Silva há duas semanas não foi uma garantia automática de vida longa no UFC, mas deu ao curitibano um novo fôlego. O ex-campeão do Pride venceu Cung Le, num resultado que representa superação tanto por sua derrota anterior quanto pelos 21 anos de carreira. As dores da idade já pesam e, apesar de não cogitar a aposentadoria, admite uma pontada de inveja de lutadores mais velhos e ainda “enxutos”.
Em entrevista ao UOL Esporte, Wanderlei admitiu que suas “juntas” dão trabalho, mas que uma vitória como a contra Le, no último sábado, compensa o esforço.
“Mesmo com a derrota anterior para o Leben, nunca passou pela minha cabeça parar. Me sinto bem, forte, rápido. A idade é só um número”, disse o lutador, que iniciou nas lutas aos 14 anos e hoje está com 35.
Ele ainda brincou com um amigo, que parece não sentir a idade: “Infelizmente não sou como o Anderson (Silva). Parece que o tempo não passa para ele. Se ele continuar assim, vai continuar até os 90 anos, ninguém consegue enconstar nele! (risos)”. Vale lembrar que o Aranha, campeão dos médios, já está com 36 anos.
“Eu já fiz algumas cirurgias. A dor faz parte do meu cotidiano. Tenho dano no cotovelo, no joelho... Em todas as articulações tem algum problema”, completou.
A derrota contra Leben no UFC 132 foi dolorosa para Wanderlei, que foi nocauteado em apenas 27 segundos. Contra Le, o brasileiro foi mais cuidadoso. “Errar uma vez é humano, mas duas... A estratégia foi sentir a luta no primeiro round e ir para cima no segundo. Ele chegou como uma estrela, mas minha experiência contou. Já lutei com os maiores astros e isso não me abalou. Só esperei o momento de tentar golpe fatal.”
O resultado positivo foi motivo de festa, mesmo que Dana White ainda considere que Wanderlei poderia parar com esta vitória, de forma digna. O ex-campeão do Pride ainda não está treinando, mas já voltou a fazer musculação e, dependendo dele, precisa de cerca de quatro meses para estar pronto de novo.
Os sonhos são com lutas em seu país natal, junto à torcida brasileira, e no Japão, onde construiu sua carreira. O UFC retorna ao país asiático em fevereiro.
Lutador “devolve” o que o MMA lhe deu
Um novo projeto de Wanderlei fora dos octógonos é colocar em prática uma academia sem fins lucrativos, para dar chance a quem não tem recursos para se iniciar nas lutas. Primeiramente o lutador vai abrir um espaço em Las Vegas, onde mora, mas também pretende vir caçar talentos no Brasil.
“Perdemos muitos talentos porque pessoas não tem 100 dólares ou 50 reais para pagarem uma academia. Hoje tem tanta droga, tanto crack... Se o cara começa a treinar, ele ocupar a cabeça”, explica ele. “Quero dar a oportunidade que eu tive, com uma escola tão boa que até quem tem dinheiro vai querer treinar lá. Depois, vou garimpar lutadores no Brasil e trazer para os EUA, para tentar criar um novo Anderson, um Wanderlei ou um Shogun.”

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