segunda-feira, 5 de dezembro de 2011


O desenvolvimento da cidade de Macapá a partir de 1943
Autor: José Alberto Tostes

            A evolução ou pressão urbana da cidade passou a ter um amplo desenvolvimento com o desmembramento do Estado do Pará, em 1943, (Decreto nº 5.812), gerando expectativas de melhoria para os habitantes. As edificações mais antigas no centro da cidade demarcam o processo de ocupação, a exemplo da Igreja de São José construída em 06/03/1761, na parte mais alta da cidade. Em torno da Igreja de São José havia uma grande concentração de habitações denominada de formigueiro. Apesar da importância da Igreja de São José para a ocupação urbana de Macapá, é através da Fortaleza de São José com sua presença oponente e estratégica, localizada na Foz do rio Amazonas que se obtém a consolidação do território.
            O espaço urbano da cidade de Macapá estava restrito a área central, ali se concentrava as residências, as sedes administrativas e comerciais. Os primeiros bairros de Macapá foram: Centro, Laguinho, Trem, Beirol e Igarapé das Mulheres (atual Perpétuo Socorro). A cidade de Macapá formou uma malha urbana ortogonal, com ruas paralelas e avenidas transversais ao Rio Amazonas. A expansão até 1945 deu-se nos seguintes sentidos: ao sul, o bairro do forte, ao norte, o campo de aviação, a oeste, a vila Getúlio Vargas e bairro cemitério – na década de 1950 surgiu na parte sul, o bairro do trem e parte do bairro do Beirol, a oeste o bairro Central se expandiu, além de parte do Santa Rita.  Ao norte surgiram os bairros do Laguinho e o Igarapé das Mulheres.
            Os bairros de Santa Rita e Beirol complementaram o processo de expansão e a ocupação da área da Vacaria (Santa Inês), a noroeste os bairros Jacareacanga (Jesus de Nazaré), ao norte o bairro do Pacoval, a sudeste o Buritizal.  Na década de 70, havia áreas de ocupação desestruturadas no Perpétuo Socorro e a Baixada do Santa Inês, diversos moradores foram remanejados para uma área a leste do Quartel do 3º BIS, surgindo assim, o bairro Nova Esperança.  De 1982 em diante surgiram vários bairros no sul e norte da cidade, assim como a ocupação de outras áreas mais centrais da cidade, inclusive o aterramento da área do bairro Perpétuo Socorro.
           O Amapá foi transformado em Estado, iniciando uma nova fase para as cidades de Macapá e Santana. Dentre os fatores apontados como possíveis responsáveis pelos altos índices migratórios, a transformação do Amapá em Estado (1988) e a implantação da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana (ALCMS – 1991), o que tornou Macapá, um novo polo atrativo da região. Inicia-se neste período um ritmo acelerado de ocupação das áreas de ressacas.
          A expansão motivada pela pressão urbana em Macapá ocorreu em todas as direções, mas em especial à zona norte da cidade aumentou os índices de (desemprego e subemprego) resultantes do processo migratório. Não havia postos de trabalhos para absorver um grande volume de mão-de-obra sem qualificação. Dessa forma, a cidade vivenciava um atraso considerável em termos de infraestrutura política, econômica e social.
Na primeira década do novo milênio a cidade de Macapá teve um amplo crescimento horizontal, e passou a ter maior incidência da verticalização na porção mais central da cidade, começa aos poucos a ocupação gradual das rodovias Juscelino Kubistchek com diversos loteamentos particulares e da Rodovia Duca Serra. Os problemas urbanos se acentuaram, o trânsito com um volume expressivo de veículos e de acidentes; falta de estacionamento público e privado; acessibilidade e principalmente mobilidade urbana. O transporte público continuou sendo um dos maiores entraves para população mais pobre, tudo isso associado aos altos índices de violência. A cidade teve uma perda significava de qualidade de vida, no cenário atual Macapá apresenta uma paisagem que reflete o quadro de desestruturação urbana provocado por administrações que pautaram a política urbana em ações pontuais e fragmentadas.
São inúmeros exemplos: Canal da Mendonça Junior abandonado; áreas públicas sem manutenção e segurança, estádios públicos com problemas estruturais; escolas caindo aos pedaços, galpões estão sendo utilizados como escolas; loteamentos clandestinos; número acentuado de invasões; irregularidades de toda ordem no espaço urbano, e para completar o prefeito está afastado do cargo. Será preciso mais alguns anos e décadas para que Macapá volte a ser uma cidade agradável e com os padrões mínimos de qualidade de vida urbana. Tomara que no próximo aniversário (254 anos), o cenário seja mais promissor.

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