sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Vicente Cruz: O (in)sustentável preconceito da Deputada Cristina Almeida



Todos os homens, indistintamente, têm suas crenças, valores, ética, moral, tudo de acordo com aquilo que reputam convenientes para suas sobrevivências. Nesse particular, todos somos iguais, e por isso indivíduos, isto é, seres humanos dotados de singularidade. A deputada Cristina Almeida (PSB), como parte desse universo, também elegeu o conjunto de atributos singulares que a torna única no planeta. Contudo, o mundo de Cristina Almeida abriga uma singularidade dentro da singularidade que atinge todos os mortais. Observemos.

O mundo de Cristina Almeida possui uma linha imaginária que o divide em dois hemisférios: o hemisfério do bem e o hemisfério do mal. Acima de sua linha do equador está o hemisfério do bem onde ficam os que pensam e agem como ela ou companheiros ideológicos. Do outro, está o hemisfério do mal onde habitam os que não comungam com suas idéias.

O hemisfério do bem de Cristina Almeida é interessante. Nele habitam os iluminados, os probos, os incorruptíveis, os éticos, os bem-nascidos. Por mais que se tenha algo provado contra eles, ainda assim, permanecem puros, incapazes de fazer o mal e signos culturais do que é bom. Foi o caso, por exemplo, de seus criadores políticos, que apesar de serem condenados em todas as instâncias judiciais, eram considerados ícones inconstratáveis das virtudes. Tudo que estava processualmente provado contra eles, para ela, era invenção dos partidários do mal. Já seus adversários, ou os adeptos do mal, basta um simples indício de ilicitude para declará-los sumariamente culpados, mesmo que em seu desfavor não tenha sido prolatada qualquer sentença. Contra eles pugna pelo rigor da justiça e, se possível, pelo afastamento de seus cargos políticos, por isso, sempre subscreve o impecheamant dos desafetos.

O partido de Cristina Almeida está no poder, mas ela parece não se dar conta disso e age como  se na oposição estivesse. Critica até os talos os governos anteriores  pelos malfeitos administrativos como se ainda estivessem no poder,  esquecendo-se que quem pode mudar é o Governador do bem que ora ocupa a cadeira do setentrião e que tem como propósito efetivar o anunciado “governo da mudança”.

Recentemente a Deputada Cristina Almeida alcançou o grau dez em sua ira que beira o preconceito. Em plena sessão na Assembléia Legislativa tachou seus pares de estarem boicotando a vontade do governo pela lentidão imprimida no processo legislativo que trata do projeto de lei que visa autorizar o executivo a contratar emergencialmente servidores para a saúde e educação, afirmando, dentre outros despropósitos,  que o intento era prejudicar a governabilidade, sempre deixando claro que aquela casa tinha um passado pouco recomendável, pois, no passado, aprovava rápido os projetos dos governos do mal. Pronto. Estava estabelecido o conflito. Eis que surge a Deputada Sandra Ohana e na defesa das prerrogativas dos mandatários do povo pediu moderação nas acusações e convidou-lhe a um exercício de postura modesta, trazendo como instrumento de convencimento o poema “modéstia” do parnasiano Olavo Bilac. Foi um choque. A beleza estética do poema e a força de convencimento de sua mensagem revelaram a intenção da Deputada e socióloga Sandra Ohana de eliminar do mundo de Cristina Almeida a linha imaginária preconceituosa que divide o mundo entre o bem e o mal.

A Deputada Sandra Ohana foi pedagógica e veemente no pito parlamentar. Ensinou à colega Deputada, com didática irretocável, que a Assembléia Legislativa é uma casa de debates e que o instrumento de adesão a qualquer idéia é o convencimento. A arrogância, lecionou, é um péssimo caminho para esse desiderato. A batalha do turbante da arrogância preconceituosa de Cristina Almeida com a saia elegante da modéstia de Sandra Ohana deixou uma bela lição: ainda é possível vencer batalhas usando como baioneta a força de um poema e voz suave de uma mulher, vítima potencial de preconceitos. Cristina Almeida, como militante do movimento negro, deveria refletir e colher de sua luta a sábia lição de que o preconceito é um mal que degenera, que enfraquece, que exclui e que causa dores irreparáveis. Sua linha imaginária é preconceituosa, repugnante e (in) sustentável. Como diria o bom laguinhense “Bomba d’água”: - Que é isso minha parenta? 

RABISCOS
A lei da Ficha limpa, braço normativo do Estado ditador, vai para o ralo e só vale para as próximas eleições. Assim falou Fux. Certíssimo!////Assim, os fichas sujas ganham tapete vermelho e assumem mandatos. Foi só um ralho. Juízo, heim!!!////Presidente Moisés sereno, prestigia parlamento sem agredir executivo no caso dos contratos administrativos, uma verdadeira trapalhada do setentrião, Pode, Juvenal?////Movimento em Ação, programa cultural da Rádio Diário (90.9 fm), pilotado por Heraldo Almeida, das 16 às 18h, é a voz da cultura amapaense. Excelente pedida////Tem um vereador que é conhecido pelos colegas como Rolando Lero, pela tagarelice intelectual que ostenta. Quem será Juvenal?////Guardas Municipais fazem greve e provam que não fazem falta e só produzem barulho. Querem, por que querem o tal PCCR inconstitucional até as tripas, meu caro.////Roberto Góes insiste na parceria com GEA. Será que virá?////Comandante Aragão é o 01 de Roberto Góes. Tem velocidade, meu caro////Carlos Sérgio assume EMTU e faz coletiva. Tinha jornalista atento e sério a sua excelência ouvindo o que se fez. Jair Andrade surpreende e dá show. Taí um bom quadro////Deputado Valdeco jura que tem fidelidade canina ao Presidente Moisés e este acredita. Coisas de evangélico////Dalto Martins depois de perguntar ao MP faltou só os universitários, diz que mandará projeto de lei dos contratos à Presidência. Coisas do Brigadeiro////LIESA prepara eleições. Vamos concorrer tentando mudar a postura e a pauta. A sorte está lançada////Tribuna Amapaense vendendo como banana. Roberto Gato miando de orelha a orelha.////Roberto Góes me pergunta sobre a guarda municipal. Não faz falta, meu caro, parece não existir, fux neles////bye

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