Os dirigentes da Liga
Independentes dos Blocos Carnavalescos - LIBA e Associação dos Blocos
Carnavalescos do Amapá – ABLOCA devem realmente ouvir o apelo do presidente da
LIBA, Agostinho... que propõe uma junção das entidades que promovem o carnaval
oficial dos blocos filiados nas duas entidades. Não adianta resistir. Essas
entidades há algum tempo promovem um carnaval que não desperta interesse nos
foliões amapaenses e passam, apesar de toda alegria dos foliões, para
arquibancadas vazias.
Uma máxima consagrada entre os
artistas deve ser aceita pelos brincantes dos blocos carnavalescos do Amapá.
Sem platéia não há espetáculo. Não tem, pelo menos é o que me parece, sentido
os foliões irem para a avenida do samba, se esforçar nos passos do frevo,
samba, maracatu e etc. E não ouvir das arquibancadas o menor ruído. Quer seja
de vaia ou de aplauso.
Como deve se sentir um cantor
que solta a maviosa voz, com todos os agudos e graves possíveis de serem
alcançados, num teatro vazio? A sensação de desprestígio deve ser o mesmo do
cantor de samba de empolgação que se esgoela para sonolentos jurados. Há algo
errado na concepção desse carnaval.
Elenco aqui alguns fatores que
entendo estarem contribuindo para a inapetência carnavalesca bloquista dos
expectadores amapaenses. Um é a organização muita açodada dos blocos, que ficam
esperando o repasse dos recursos financeiros do governo, que só o faz em cima
da hora. Outro é a invasão incontida das micaretas com a importação
de grupos baianos. Essa é sem dúvida uma concorrência desleal para os blocos,
que vão para avenida para um certame e com regras definidas o que limita a
explosão de alegria do folião, que gosta da liberdade na hora de extravasar a
alegria. O silêncio que se verifica dos blocos durante o ano inteiro, nada é
realizado por esses blocos no transcorrer do ano. Os micareteiros impedidos de
realizarem seus eventos em Macapá descobriram o filão do município de Santana e
a proximidade dos dois municípios, que fica menos de 30 km da capital foi a
tábua de salvação para quem gosta deste tipo de evento e pelo que parece é a
absoluta maioria.
Qual a saída? Manter a raiz do
carnaval amapaense ou se quedar diante o Tsunami baiano? Parece que esta
discussão deverá ser intensa entre os que promovem os carnavais de bloco. Pois
não dá para conceber um carnaval tão bem elaborado passar na avenida do samba
pra ninguém. Pelo menos é o que penso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário