segunda-feira, 28 de maio de 2012

Antenados - Vitória no 7º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero

No dia 17 de maio de 2012, realizou-se na capital federal a solenidade do 7º prêmio "Construindo a Igualdade de Gênero", concurso de redações e artigos científicos, organizado anualmente pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM/PR), juntamente ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ao Ministério da Educação (MEC) e ONU Mulheres.

Celebrada no Palácio do Planalto, a cerimônia premiou 30 trabalhos, distribuídos em 5 categorias: "Escola promotora da Igualdade de Gênero", "Estudante de Ensino Médio", "Estudante de Graduação", "Graduado, Especialista e Estudante de Mestrado", e, por fim, "Mestre e estudante de Doutorado". O concurso de 2011 teve 3.965 inscrições. Para 2012, sua 8ª edição já foi confirmada. Os prêmios somam R$ 126 mil em dinheiro, além de laptops, computadores de mesa e bolsas de estudo do CNPq. Os professores orientadores recebem assinatura anual da Revista Estudos Feministas e Cadernos PAGU.

Agora, venho até vocês, caros leitores, por meio desta coluna, compartilhar a seguinte honraria: Fui uma das vencedoras da categoria "Estudante de Ensino Médio", na etapa nacional (que premia apenas três concorrentes de todo o Brasil), representando a escola na qual concluí meus estudos (Conexão Aquarela) e também meu Estado.

Senti-me emocionada em estar ali. Também estavam presentes representantes de ministérios e outras autoridades, bem como a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM).

Os títulos de nossas redações e trabalhos foram lidos em voz retumbante pela mestra de cerimônia, enquanto subíamos no palco do auditório a fim de receber as condecorações. Participei do concurso com o seguinte texto: "Ser menina, pobre e preta no Brasil". Todos os trinta trabalhos foram publicados em um livro, com tiragem de 5000 exemplares. Houve transmissão ao vivo para um canal do governo. Um participante de cada categoria discursou, representando os demais colegas de prêmio.

Fui a responsável pelo discurso em nome da minha categoria.  Aproveitei a oportunidade não somente para discorrer a respeito da igualdade de gênero, a favor de oportunidades idênticas a homens e mulheres na sociedade, mas também sobre outras minorias e segregações, como provir de um Estado praticamente desconhecido pelo resto do Brasil. Por mais que, inevitavelmente, tudo isso soe como uma gigantesca e melada autopromoção, talvez o mais importante no triunfo deste concurso tenha sido, além de poder mostrar uma sincera gratidão a Deus, representar o Amapá.

Sim, exaltar nosso Estado ante os olhos do país é motivo de orgulho, sobretudo porque estamos acostumados a pensar que nenhum reconhecimento jamais será dado a essa remota "ilha" amazônica. Através de tal prêmio, quero ser instrumento para fazer crer a todos que o sucesso ou a realização de sonhos independe do lugar do qual você se origina. Na verdade, as raízes não devem influenciar em nada, e, se influenciarem, que seja para melhor, com nenhum propósito de oprimir ou tolher.

Eu poderia elencar diversos pretextos, à época, a fim de acreditar ser impossível uma vitória. Todavia, movida, certamente, por um plano divino, e também por minha professora de redação, Josiani Dias, inscrevi-me no concurso. Então, com pouco entusiasmo, mas ainda assim tentando, o texto despretensioso acabou por dar belos frutos.

 Bárbara Costa Ribeiro a discursar na cerimônia
de premiação do concurso nacional de redações
O que anseio dizer a vocês é isto, sobretudo àqueles que albergam sonhos e metas imensos: Tentem. Nunca desistam. As chances estão todas aí, à disposição. Evite (ou melhor, aniquile de vez) a preponderância de achar que, por ser de um Estado dito "menor", por ter uma voz fraca, rouca, ou quase não ter voz, está-se fadado a um fracasso permanente e irrevogável. É justamente o contrário! As exceções e minorias é que fazem a diferença. Você, em sua pequenez, tem as maiores chances de deixar uma marca permanente.

Sua vitória é também a vitória de todos que lhe impulsionaram a prosseguir. Só com tentativas é que se chega à glória, por menor que ela seja. Glória é glória. E, de glória em glória, a gente constrói uma História - isso tudo não consiste numa meada de frases feitas. É a verdade, testada e aprovada. Assim, que todos nós sejamos responsáveis pelo forjamento de um novo contexto e enredo para o nosso Amapá - onde, finalmente, ele seja louvado, e não simplesmente anulado, esquecido ou esmagado. Boa semana e grandes chances a todos!

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