sexta-feira, 15 de junho de 2012

Acidentes de verão: Práticas nada saudáveis

Por Fabiana Figueiredo

Muitos esquecem ou não sabe como se manuseia fogos
de artifício; outros, deixam crianças brincarem
com fogo, correndo risco de vida
Chega o mês de Junho e certos problemas aparecem para alertar ainda mais a população amapaense com relação à sua segurança.


Com a greve atual dos professores e as férias chegando, muitas crianças já estão dispersas nas ruas, brincando e empinando pipas, em sua maioria utilizando o 'cerol' - mistura de cola e pedaços de vidro -, estando sujeitas à acidentes. Neste mês, também, acontecem as festas juninas, onde são acesas as fogueiras aos santos, as pessoas soltam fogos de artifício, as populares bombinhas e seus derivados. Todas são práticas que podem provocar queimaduras.

Assim, os hospitais acabam acolhendo as vítimas de corte com o cerol e os queimados. Segundo dados cedidos pelo Pronto Socorro Osvaldo Cruz, no ano passado, houve sete atendimentos relacionados aos cortes com linhas de pipa, e três casos de queimaduras. "Esse período é preocupante, realmente. O número de ocorrências aumenta bastante em função do quantitativo de fogos que são utilizados no mês de festas juninas. Ás vezes tem casos que é necessário amputar o paciente", afirma o Coordenador de Enfermagem do PS, Heverton Coelho.


 Muitos esquecem ou não sabem como se manuseia um objeto como os fogos de artifício, o que acaba provocando os acidentes. Os riscos vão de queimaduras leves a gravíssimas, que podem fazer com que a pessoa perca dedos das mãos ou os tecidos moles, que são os músculos. 

Os casos de corte
 por causa de
cerol acontecem,
geralmente,
com motoqueiros
Atendimento
Enfermeiro Heverton Coelho aconselha
que os fogos de artifício devem
ser manuseados corretamente
O enfermeiro Heverton explica como é feito o atendimento de queimados no PS: "É feito o atendimento inicial logo na entrada. O médico avalia, faz os cuidados iniciais e encaminha o paciente para o Centro de Treinamento de Queimados. No CTQ tem uma equipe especializada, o especialista no caso é acionado, ele faz a conduta, recomenda e o acompanha. Quando o caso é muito grave, com quase 80% do corpo queimado, geralmente o atendimento é realizado no Centro Cirúrgico, porque muitas vezes há a necessidade de sedar o paciente. Há sobreviventes com queimaduras de terceiro grau, pois conseguimos fazer a reabilitação desse paciente".


Os casos de queimadura acontecem muito com crianças até 16 anos, mas os adultos também não saem da média, pois muitos se machucam ao manusear um objeto com defeito de fábrica.

Com relação aos casos de corte com linhas meladas de cerol, o senhor Rui, que trabalha no PS, diz que na frente de sua casa muitas crianças brincam e não têm noção do perigo que correm. "Muitos pais deixam seus filhos sozinhos, eu percebo isso na frente da minha casa. Todos os dias, quando chego, eu vejo linha de papagaio, lata de cerol, vidro quebrado, tudo jogado, eles brincam sem olhar para rua" afirma Rui, que vê as crianças correndo risco de acidentes de trânsito ou cortar alguma pessoa que possa passar por ali. Os casos de corte acontecem muito com motoqueiros, por isso o aumento da utilização daquela antena na frente da moto, para a linha não chegar até o pescoço. Ainda segundo os dados do PS, não ocorreu nenhum caso, este ano, envolvendo motoqueiros e linhas de papagaio.

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