Por Araciara Macedo
Que tal um movimento que tenha como principal objetivo a defesa da cultura junto a entidades políticas do Brasil? Esse movimento já existe e está em plena atividade. Trata-se do PCULT O Partido da Cultura, movimento supra partidário que foi criado em 2010 coletiva e solidariamente por meio da internet, com o objetivo de expor problemas e sugerir soluções que sejam operadas a partir de decisões políticas e institucionais de partidos políticos, candidatos a cargo eletivo e ocupantes de cargos públicos.
O movimento acompanha o debate de centralidade da cultura na agenda nacional, tal qual os batidos verbetes saúde, segurança, educação. O PCult aglutina diversas pessoas, entidades, redes e movimentos de todos os estados do país em torno de temas diversos, sempre na esfera cultural.
O PCult (Partido da Cultura) é em uma mobilização nacional, de abrangência ampla e irrestrita a todo o movimento cultural, que procura agrupar entidades, instâncias e foros de discussão e deliberação em torno de um debate que visa identificar candidatos, a concorrer às eleições realmente comprometidos com as pautas estratégicas da cultura em nosso país.
Não se trata da criação de um partido político, mas de, simbolicamente, utilizar-se da nomenclatura para promover ações estratégicas específicas para aprofundar o debate e o comprometimento de candidatos com a temática cultural e com as demandas estratégicas da cultura no campo da gestão pública, tais como as matérias legais de interesse cultural em tramitação no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas Estaduais, dentre outros assuntos. É uma idéia que vem sendo gestada há algum tempo em alguns setores do movimento cultural e que passa a ganhar contornos concretos, com mais consistência. É uma mobilização suprapartidária, que tem o intuito de fortalecer a presença do setor cultural nos parlamentos e nos governos.
Nesse processo político, é necessário que artistas e fazedores de cultura, antes vistos somente como sujeitos cuja popularidade ou talento poderia estar a serviço desta ou daquela campanha ou comício (quando a legislação eleitoral ainda permitia) assumam papéis cada vez mais estratégicos, passando de coadjuvantes a protagonistas, pois tais sujeitos devem ser entendidos como destinatários de políticas públicas culturais e, portanto, sujeitos ativos e decisivos nos processos de escolha de nossos representantes; nesse mesmo sentido, os cidadãos comuns, fruidores da produção de artistas e fazedores de cultura, agora são vistos como sujeitos de direitos culturais, usuários dos serviços públicos de cultura, destinatários finais de tais políticas. Trata-se, enfim, de uma tentativa consistente de politização do setor cultural.
Repasse de 1,2 milhão garante realização de quadra junina
O maior evento cultural que concentra centenas de jovens amapaenses de todo o Estado recebeu nesta segunda-feira, 4, do governo do Estado, o recurso para a realização de um sonho, a Festa Junina da Beira Rio. O governador Camilo Capiberibe assinou convênio com a Liga Independente dos Grupos e Associações Juninas do Amapá (Ligajap), que é responsável junto com o GEA pela programação oficial dos folguedos da época.
O total de R$ 1,2 milhão será investido na festa que vai trazer para Macapá grupos de todo o Estado, mas que será realizada paralelamente em outros municípios em parceria com as prefeituras. É o maior investimento em estrutura e nos grupos já feito pelo poder público, dando início à manifestação que nos últimos anos ganhou características amapaenses e recebeu a admiração da população.
A mobilização é gigantesca. O presidente da Liga, Roni Oliveira, informou que 97 grupos confirmaram participação no Festival, que vai acontecer de 15 a 30 de junho. Segundo o presidente, cada grupo envolve cerca de 150 pessoas, entre dançarinos e trabalhadores."Tiramos jovens das ruas por meio da cultura, geramos emprego temporário para mão-de-obra capacitada e movimentamos a economia", disse o presidente.
Com o recurso, os organizadores estão estruturando o espaço na Beira Rio, e servirão para pagamento de serviços, hospedagem e para repassar às prefeituras parceiras e cada grupo. O valor para cada quadrilha depende da classificação no último Festival. "Esse recurso é um incentivo, não cobre todos os gastos, mas faz a diferença e é essencial para os grupos e prefeituras. Vamos garantir emprego e envolver os jovens nessa tradição", disse o prefeito de Mazagão, José Carlos Corrêa.
Cada prefeitura vai receber entre R$ 100 mil e R$ 150 mil para a realização das festas. O local escolhido para o Festival é a privilegiada orla de Macapá, próxima à Fortaleza de São José. Está em fase de montagem um espaço multicultural que estará aberto ainda para poesias, repentes, teatro, shows musicais, cinema, exposições e venda de artesanato e comidas regionais. Terá ainda área institucional, para camarotes e jurados. A novidade é o espaço para resgate de histórias e brincadeiras da época que se perderam no tempo.
A deputada estadual Cristina Almeida acredita que o Estado acertou quando construiu o projeto junto aos grupos e a Liga. "Estamos democratizando a cultura junina, é um novo momento para a quadra junina amapaense que está mais valorizada e começa a atrair mais investimentos privados e público qualificado", disse. A parlamentar anunciou que está tramitando na Assembleia Legislativa um projeto de sua autoria que cria o Dia Estadual do Quadrilheiro, 27 de junho. A mesma data foi instituída em nível nacional pela presidente Dilma Rousseff.
O governador Camilo Capiberibe disse que este ano a quadra junina está sendo organizada com respeito aos quadrilheiros e ao dinheiro público, por isso o investimento é de acordo com a responsabilidade dos coordenadores. "Sei que esse recurso não cobre todos os custos para a realização dos festejos, mas é uma importante contribuição para a festa que é esperada por muitos, pela beleza, pelo resgate de uma cultura que foi incorporada ao Norte, e pelo trabalho social com jovens e adolescentes", disse o governador.
Do total de R$ 1,2 milhão, R$ 400 mil estão na conta da entidade, o restante será repassado até o início da programação oficial. O governador aproveitou para reforçar que o recurso para a quadra junina saiu da cultura, que é específico para o setor. "Quem faz discurso contra o repasse tentando confundir a opinião pública está desmerecendo o esforço dos quadrilheiros e querem desvalorizar a cultura", finalizou.
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