segunda-feira, 16 de julho de 2012

Os 100 anos de Gonzagão



Luiz Gonzaga é dono de uma das obras tematicamente mais abrangentes entre todos os artistas da música popular no Brasil. Um mito nordestino. Em sua música, no entanto, ele não se restringiu à sua região de origem. Foi cantor de um País inteiro. Uma obra caudalosa, generosa quanto ao povo, seus sentimentos, costumes, tradições, fauna, flora, geografia. Ideologicamente, esta obra é pontuada por dubiedades e paradoxos.

Paradoxal, igualmente, é um fato ao qual a grande maioria dos livros sobre Luiz Gonzaga insistem em não dar atenção: ele compôs muito poucas das centenas de músicas que gravou. Várias vezes, se confessou mais cantor do que autor. Da mesma forma, quase todos os seus parceiros não escondem que cederam parceria para o Rei do Baião, porém, geralmente, suavizam a revelação com um argumento: ninguém interpretaria a composição igual a ele. Ou ressaltam o talento de Gonzagão para "sanfonizar" as composições - ou seja, como usava seus dons de arranjador para enriquecê-las.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


Do lado de cá: Fragmentos da História do Amapá

Fragmentos de História do Amapá é um livro organizado por Augusto Oliveira, Alexandre Amaral, Dorival Santos, Paulo Cambraia e Sidney Lobato. Foi lançado no fim de 2011. Prefaciado pelo professor Mauro Cezar Bezerra, reúne 22 artigos de professores que esmiuçaram muitos aspectos - alguns pouco e outros quase que desconhecidos do grande público, trazendo à tona discussões, reflexões e muitas informações que foram coletadas ao longo das pesquisas desenvolvidas pelos nossos historiadores. O livro foi dividido em 4 partes: I - Tramas do poder: estratégias, projetos e governanças; II- As amarras do discurso: sujeitos e representações nas lutas político-sociais; III- Faces do preconceito: etnicidade, negociação e conflito; IV- A (re)produção da riqueza: alimentação, moradia e relações de classe.

Vale relembrar que outro livro já foi lançado, em 2009 - Amazônia, Amapá - Escritos de História, tendo alguns dos atuais organizadores também participado daquela obra, o que denota um projeto de divulgação mais amplo das pesquisas, antes restritas ao ambiente acadêmico ou confinados nos arquivos pessoais de poucos que os guardavam com "carinho". Percebe-se que embora sejam incipientes os estudos históricos desta parte do Brasil, aos poucos vão surgindo novos recortes de múltiplos aspectos, principalmente sobre a época territorial, exploração econômica, com ênfase ao projeto de mineração da Icomi, conflitos rurais, relações transfronteiriças e outros temas peculiares à ocupação, colonização e desenvolvimento do Amapá.

Quando se reúnem pesquisadores das mais variadas tendências e com visões de mundo distintas, mais rica se torna a obra - que no caso desta Do lado de Cá, cujo subtítulo é bem sugestivo: Fragmentos de História do Amapá é porque realmente foi intencional a junção desses artigos para comporem vários painéis, a exemplo do que também fez o professor João Renôr Ferreira de Cravalho, ex-reitor da Unifap, quando também publicou, em 1998, o seu livro Momentos de História da Amazônia

(Leia mais em http://escritoresap.blogspot.com/search/label/Augusto%20Oliveira)


Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...