Está finalmente em processo de encerramento uma das greves mais longas na história das universidades federais brasileiras. Em termos práticos, a paralisação já durava três meses, tendo sido deflagrada em maio deste ano.
Entenda o motivo: O ato foi uma reação ao não cumprimento pelo governo federal do acordo firmado em 2011, no qual se garantiram pontos como o reajuste salarial de 4% e a elaboração de um projeto para a reestruturação da carreira docente.
Assim, com a insatisfação aglutinada, tornou-se geral a adesão à ação grevista, tendo sido implantada em 56 universidades e 34 institutos tecnológicos no ínterim em questão.
Vale ressaltar ainda que, na maioria dos casos, a greve é uma medida drástica, unicamente tomada quando os desacordos entre determinadas classes e as instâncias superiores chegam a pontos extremos.
E, de fato, estudantes de todo o país vivenciaram na pele esse tal extremismo ao longo dos últimos meses. Alunos estrangeiros, inclusive, de intercâmbio universitário no Brasil, resolveram voltar a seus países de origem e esperar respostas por lá, já que a paralisação não tinha data certa para terminar.
Agora, mesmo com instituições como UFABC (Universidade Federal do ABC) e Unifesp Diadema (Universidade Federal de São Paulo - Campus Diadema), que garantem manter a greve a fim de novas negociações, mais de oito universidades, anunciando finalmente um horizonte de volta geral às aulas, já sinalizaram o término do movimento.
Algumas dessas instituições são: UnB (Universidade de Brasília), UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) e UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
Já na UFC (Universidade Federal do Ceará), o processo de encerramento não tem sido ponto pacífico. Na última quarta-feira, dia 22 de agosto, noticiou-se o fim da greve, votado através de reunião que, num primeiro momento, serviria para definir uma nova contraproposta ao governo.
No entanto, em meio às deliberações, entrou em pauta a votação para a manutenção ou não do ato, e o resultado foi o seguinte: Dos professores presentes, cinco decidiram-se contra o término, 11 abstiveram-se, e 159 optaram por dar cabo ao movimento.
Mas, até o fechamento desta matéria, a determinação vinha sendo questionada exaustivamente, por parte de alunos e até dos próprios mestres, sobretudo porque muitos dos docentes, outrora presentes na reunião, sentiram-se ludibriados com a mudança de tópico e retiram-se do local - atitude de protesto que fez recair então a decisão acerca dos rumos da greve sobre uma parcela pequena desses professores.
Por ora, em todo caso, permanece a espera. Ainda há todo um calendário letivo a ser reformulado, o fechamento do último semestre não suprido e os ajustes de matrícula para o segundo semestre de 2012, que, ao que tudo indica, só terá fim mesmo lá por fevereiro do próximo ano.
Enfim, a única conclusão a que se chega, após atravessarmos esse período de desalento e incerteza, é a de que, no futuro mais imediato, enquanto muitos estudantes brasileiros, de férias, aproveitam o peru das ceias de final de ano e curtem as folias do carnaval de 2013, somente restará aos universitários da grande federal... Aula no Natal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário