segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Antenados - Faltam só 93


29 de setembro. Faltam exatamente 93 dias para acabar o ano de 2012, e ao grafar a frase não tenho medo da efemeridade ameaçadora de um registro jornalístico - porque a cada dia decorrido, por mais que a data perca seu valor, estaremos por conseguinte mais próximos do fim.

Perdoem-me o gerundismo, mas deixem-me esclarecer o seguinte: Não é que o ano de 2012 tenha sido - ou esteja sendo - ruim. Não estou desejando seu término com algum sentimento rancoroso ou angustiado. A verdade é que todo fim de ano traz em si uma alegria inerente, e não posso evitar desejá-la. 

Essa alegria talvez seja motivada pelo clima das comemorações natalinas, o resquício da felicidade pueril de abraçar uma época recheada de pretextos para presentes, ou quem sabe deva-se à ideia de "encerrou-se um ciclo, aí vem o próximo, e, com ele, uma nova chance".

Nova chance. Mesmo quando desesperados, fracassados, desiludidos, isolados, renunciantes..., estamos sempre à procura, à espera de novas chances. E a iminência do término de um ano representa isso: Um novo virar de página.

Ademais, é interessante a relação que desenvolvemos para com esse ciclo de 350 dias aproximadamente. Encaramos o período como o prazo mais sério e definitivo a se firmar. É o tempo estrito e intransigente que cedemos a nós mesmos, a fim de realizar nossas proposições. O ano está para as promessas, para as metas graves, para as conquistas inadiáveis. 

Por outro lado, ironicamente, apesar de enxergamos um ano como a restrição máxima à executação de qualquer grande coisa, temos a tendência de nos tornar bem flexíveis ao perceber que o tal ano termina e as resoluções não foram cumpridas, sequer lembradas. Pensamos: "Ok, não foi desta vez, então fica pro próximo!". 

A alegria de fim de ano resulta assim eclipsada quando paramos para analisar esse padrão de comportamento. Percebo como é triste  fantasiar uma vida infindável, anos que se sucedem eternamente sem nunca encontrar limite. A vida acaba. Chegará o momento em que a ideia de ano vindouro se resumirá a apenas um único próximo dia, e isso me faz desejar com sinceridade que dedicássemos mais tempo a planejamento.

Projetamos nossos sonhos, nossas concretizações para anos futuros... Lançamos para bem longe, apostamos com frouxura. Mas esticar os prazos não nos garante nada. Não temos nenhum poder sobre essa ideia (na verdade ilusória) de próximo ano. O futurro mundano é uma ilusão em si. Então, para que adiar? 

Devemos, ao menos, arquitetar a nossa vida - a porção que está a nosso alcance - para ser vivida com base em um imediatismo sadio e realista. O fracasso em grande parte aloja-se na indolência. E quem vos fala é alguém com conhecimento de causa: Pois eu atraso até a preparação psicológica que precede a realição de qualquer peripécia!

Bem, é isso: faltam só 93 dias. Que esse estalo de tempo nos ajude a perceber o que nos escapa. Programemos nossos sonhos para que sejam algo além de simples delírios... Peça ajuda a Deus, arrisque-se, atreva-se a ter um pouco mais de fé, e brinde-se com essa determinação a mais. Trabalhe, clame, sue pela materialização do sonho. É como dizem: "Nenhuma boa ideia é realmente boa se não for executada".

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