O Passado - 2
O movimento estudantil nos idos de 60 a 80 foi freneticamente movimentado em razão do despertar de ideologias as mais diversas, cuja predominância, e nível nacional chamava-se UNE - União Nacional Estudantil, com sede no Rio de Janeiro, e no Amapá fundamos a UECSA - União dos Estudantes dos Cursos secundários do Amapá, cuja sede foi construída na Av. Coaraci Nunes, entre Leopoldo Machado e Odilardo Silva, sendo tomada a ferro e fogo pela revolução de 64, quando Governador o General Luiz Mendes da Silva.
Aqui no Amapá o movimento de separação do então CRC - PA/AP começava a tomar corpo, a fim de que tivéssemos nosso próprio Conselho. A questão não era de separação pura e simples, mas somente de finalidade, haja vista que o Amapá já constava com profissionais da Contabilidade em número suficiente para administrar-se a si mesmo, pois o trâmite de registro do diploma de Técnico em Contabilidade, durava em torno de três anos, em média. O meu, por exemplo, iniciou em 10/10/60, quando da formatura, depois em 8/3/62, reconhecimento de assinaturas, em 20/9/63, registrado no MEC/RJ, e finalmente, no CRC/PA, em 6/5/64, sob nº 1367, na categoria de Técnico em Contabilidade.
A Associação dos Contabilistas do Amapá foi a primeira semente corporativista, cuja participação efetiva e de justo reconhecimento deveu-se aos Técnicos em Contabilidade Orlando Brandão e Walter Coelho, dois pilares do movimento em prol da criação do CRC/AP.
O Conselho Regional de Contabilidade, com sede em Belém, PA., aglutinava os profissionais daquele Estado e do então Território Federal do Amapá, e mantinha aqui no Amapá, uma representação sob direção de um Delegado. Fui o último dessa odisséia, que iniciou em 1974 e terminou em novembro de 1989, quando da instalação do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Amapá.
Outra instituição de grande relevância nessa caminhada de separação pacífica foi a transformação da Associação em Sindicato. Nasce, então, o SINCON-AP - Sindicato dos Contabilistas do Amapá, tendo como primeiro presidente o colega TC Orlando Brandão, a quem reverencio " in memorian " neste relato, como reconhecimento a sua dedicação, empenho e perseverança em manter "vivo" o grande sonho de muitos e participação de poucos. Orlando Brandão faleceu e não conseguiu aglutinar em torno do Sindicato os Contabilistas do Amapá, já possuidor de duas categorias - o Técnico em Contabilidade e o Contador ( nível superior ).
Os escritórios de Contabilidade à época eram poucos, destacando-se os Escritórios Alceu Ramos e Durval Cruz, cuja clientela abrangia as empresas de médio e grande porte da capital Macapá. No escritório do Durval Cruz, iniciei minha caminhada profissional nos idos de 1958, juntamente com Lourenço Almeida, Salomão Alcolumbre, e outros. Como funcionava o sistema: no início de cada mês, buscava-se nas empresas/clientes a documentação do mês antecedente; classificava-se, codificava-se e lançava-se nos livros Diário, Caixa, Razão, Contas Correntes e Vendas e Consignações ( que era o livro fiscal que apurava o Imposto s/Vendas e Consignações, depois chamou-se ICM e hoje é conhecido como ICMS.
Em meados de 1974/1975, com a ida de Durval Cruz para Belém, o escritório ficou sob a direção do TC Lourenço Almeida. Nesse intervalo Salomão e eu fundamos nosso escritório, que funcionou durante três anos em sala do prédio comercial de sua genitora, na Rua Candido Mendes. Depois mudamos para a Pe Julio, entre Candido Mendes e Independencia, em prédio próprio, mais tarde vendido para um empresário de Belém, e com o resultado da venda, compramos o terreno da Tia Guita, na Av. General Gurjão, 172.
Com a última mudança de endereço, mudamos também o sistema de escrituração manual. Passamos a usar um livro chamado Diário-Razão, com 20 colunas, sistema americano, quando concluídos os lançamentos, somavam-se as colunas e estava tudo pronto - o balancete fechado. Infelizmente o cupim não reconheceu esse pedaço da história.
Para reflexão : Não tente mudar o mundo. Mude você primeiro.
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