segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Artigo - Como Sócrates

por Roberto Gato

No leito de morte e diante do descontrolado pranto dos discípulos, o filósofo grego Sócrates continuava sereno e impávido. Fiel as suas convicções, não tangiversiava. Sabia que apenas míseras horas o separavam do seu teste de personalidade e caráter. A vida lhe custaria à traição de suas convicções e a morte se mantivesse com altivez tudo aquilo que acreditava. Sócrates, como todos os que possuem personalidade incomodam.

Chegado o momento fatal, na presença do algoz que lhe trouxera o cálice com o veneno, Cicuta, disse o mestre: Sigo eu sereno pra me encontrar com Deus e vocês com a vida, nesta encruzilhada do desconhecido não sei qual é o pior ou o melhor caminho. Foi-se um dos homens mais sábios da terra. O saber incomoda os que querem o poder a qualquer custo. Sócrates foi vítima destes.

No Amapá, a encruzilhada entre o futuro e o atraso divide os que esposam o arbítrio e os que querem ver triunfar a lei e a ordem. Se alguém ousa desafiar o arbítrio então a artilharia pesada é movida para sua reputação. Não importa quanto lhe custou construí-la. Não importa que os “tijolos” erigidos com muito labor e cimentados com noites insones de estudos e pesquisas sejam dinamitados, assim, por interesse contrariados de quem quer seja.

Diga sim ao poder ou você sofrerá linchamento público, patrocinado pelos áulicos que estão sempre apostos à frente de um terminal de computador, utilizando as redes sociais para envenenar a opinião pública da forma mais vil e covarde através da má utilização das redes sociais. Uma dose de Cicuta social é o que lhe será oferecido. Dana-se a família, danem-se os amigos e colegas. Danam-se.

Você atravessou o caminho daqueles que querem o poder e isso nesse jogo de ações e práticas rasteiras é o preço que se paga por privilegiar o legal e o moral, dentro dos princípios que norteiam o estado democrático de direito.

As lutas travadas contra o arbítrio, dos quais foram vítimas aqueles que ousaram divergir das regras do imperialismo yanque ao que parece não valerem de nada. Saímos do regime de exceção, da castração do pensamento e da imposição de ideias sem nada aprender. O povo chegou ao poder, através do operário Luiz Inácio Lula da Silva e se instalou o ódio e a vingança neste País, com o restabelecimento do estado policialesco, desta feita de caráter civil.

Senhoras e senhores tenham a convicção que no Amapá, diferente da lei da química (ciência), nada se transforma, tudo se destrói. As pessoas não conseguem despir-se da arrogância e da prepotência para reconhecer erros. O ódio, sentimento mesquinho que corrói almas empurra as pessoas a obtusidade.

No dia 4 de fevereiro Macapá completa 255 anos. Pouco mais de dois séculos e meio e infelizmente ainda caminhamos com dificuldade na direção de uma sociedade madura e com as nossas instituições exercendo seus objetivos sem o atrelamento político, sem se colocar a serviços de interesses inconfessáveis. Mas não há conquista sem luta e àqueles que acreditam na possibilidade de mudança nesse comportamento repugnável, difamador devem permanecer firmes com suas convicções e não importa se somos a minoria, pois na história cristã o mal não triunfa sobre o bem.

Voltando ao homem considerado o mais sábio, depois de Jesus Cristo, Sócrates que preferiu a morte a ter que trair suas crenças e sua filosofia cujo maior mau era propor a todo homem que ele encontrou em seu caminho a importância do conhecimento e despertar da sua capacidade de ser e estar. E para os arrogantes e os preponentes ele deixou uma lição em uma frase que caberia perfeitamente em qualquer twitter. Só sei que nada sei. Será que não está na hora das autoridades amapaenses que esposam a arrogância como companheira inseparável em suas decisões seguir a humildade de Sócrates?

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