por Fabiana Figueiredo
Nossa capital morena, Macapá, está completando 255 anos no próximo dia 4 de fevereiro, com muita festa. E você sabe por que se festeja nesta data?
Márcia Corrêa, jornalista, presidente da Fundação Municipal de Cultura e envolvida desde jovem na cultura amapaense, explica que "a comemoração é do surgimento da Vila de São José da Macapá, ainda no século 18. Ela é importante por ser o princípio de tudo". Já se foram 255 anos de um vilarejo calmo, em que muitos ainda podiam dormir de portas e janelas abertas; convivendo com a fauna e a flora dessa região, segundo relatos de pioneiros.
História
Antes de se tornar Vila, Macapá era terra desconhecida. Ou não, como acreditam alguns historiadores, os quais afirmam que por aqui já desbravaram franceses, alemães e ingleses. Em 1544, estas terras foram nomeadas oficialmente como "Adelantado de Nueva Andaluzia", em 1544, pelo rei espanhol Carlos V, numa concessão a Francisco Orellana, navegador espanhol que esteve na região.
Macapá - nome de origem tupi, variação de Macapaba, que significa lugar de muitas bacabas, um fruto de palmeira nativa da nossa região - tem sua história iniciada nos tempos coloniais, quando foi decidido pela coroa que as terras pudessem ser ocupadas para construir uma fortificação e defender uma das estratégicas fronteiras do Brasil. A região ainda pertencia à Província do Grão Pará e Maranhão quando foi fundada a Vila de São José de Macapá, a partir da Praça Veiga Cabral (antiga Praça São Sebastião) pelo governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado, com o levantamento do pelourinho, no dia 4 de fevereiro de 1758.
Somos formados pelas etnias: indígena, que aqui residiam antes da chegada das outros povos; negros, que "fugiram" das guerras na Mazagão Africana, para o cultivo do Arroz na Mazagão Tucuju, e se tornaram mão de obra na construção do nosso forte; e portugueses, que vieram ocupar o território estratégico de fronteira.
O aniversário da cidade hoje é relembrado por muitos moradores, mas nem sempre foi assim. De acordo com reportagens da época, o dia 4 de fevereiro não era comemorado pela população, pois não sabiam o que comemorar. Muitos anos mais tarde, a Confraria Tucuju, criada por amigos no Formigueiro, surgiu com o objetivo de dar um valor e reavivar os festejos do aniversário da capital amapaense.
Macapá possui várias riquezas históricas materiais e imateriais. O maior rio do mundo, Rio Amazonas, de esquina com a linha imaginária do equador, como proclama nosso poeta Zé Miguel; o Mercado Central coladinho com uma das sete maravilhas do Brasil, a Fortaleza de São José de Macapá; e a Igreja de São José são as mais antiga construção da pequena cidade, perto de patrimônios como o Formigueiro, Teatro das Bacabeiras, Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda; além do Museu Histórico Joaquim Caetano da Silva, onde antes se residiu a Intendência de Macapá (considerada a Prefeitura); Casa Governamental; Igarapé das Mulheres; a primeira escola, a Barão do Rio Branco, juntamente com a praça que leva o mesmo nome; Ex-Cine Territorial; o Hospital de Especialidades e a Maternidade Mãe Luzia; a favela, desbravada e ocupada pelos negros que saíram da orla da cidade, retirados pelo governante da época; o Marabaixo, que tem uma história bonita de surgimento com os negros; o açaí e outros frutos, os diversos tipos de peixes, e o Camarão no Bafo; nossas lendas, nosso modo de falar, de ser, nossas músicas, poemas e costumes, dentre outros. Infelizmente, nossa sociedade foi crescendo e algumas lembranças não foram conservadas para o futuro, como lamentam alguns macapaenses.
Apesar de tudo, a Pérola da Amazônia possui uma rica cultura, construída com o tempo, para resgatarmos uma época e costumes do passado, e que pode se adequar à contemporaneidade de nossa sociedade, como o Marabaixo que não é mais dançado nas senzalas, mas se dança em vários outros locais, não perdendo seu significado e sua referência histórica, e acaba sendo repassada para as gerações futuras.
A cultura amapaense irá durar pelos próximos anos se nós, cidadãos macapaenses, e nossos descendentes amarmos nossa cidade e o que de bom ela contém.
Eu, Fabiana, jovem macapaense, não posso falar da cidade como uma pioneira, mas como uma cidadã que tem o dever de ser antenada em cada setor de nossa Macapá, cuidando e conservando ela para, mais tarde, poder desfrutar de uma cidade com menos defeitos, mais cuidada e amada.
De presente, quero dar amor, carinho e autoestima para Macapá, que completa 255 anos, tão nova, com muita história para contar e viver. Que ela possa evoluir com seus moradores, onde se possa relembrar o passado, se orgulhar do presente e construir um futuro brilhante. Parabéns Macapá!
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